
Séries como “The Tudors” e filmes como “Elizabeth”, “Elizabeth: A Era de Ouro”, “A Outra” e exposições e festivais Tudor instigam nosso interesse neste período e na forma que os homens e mulheres viviam e se vestiam.
As jóias foram parte essencial na moda Tudor, para os mais ricos e importantes, pois mostrava sua riqueza e status.
Porém jóias não eram usadas apenas como acessório ou por mera exibição, como Alison Sim escreveu em “Pleasures and Pastimes in Tudor England”, as jóias “também eram usadas para enviar mensagens políticas, mostrar crenças religiosas e para lembrar de amigos e parentes que haviam morrido.” No entanto precisamos lembrar que o uso das jóias no período Tudor não era tão difundido como hoje e era essencialmente usado pelas classes superiores, pessoas nas quais podiam pagar por tais adornos.
Então, quais os tipos de jóias que as classes superiores Tudor usavam?

Jóias de Luto:
Jóias de luto eram uma forma das pessoas se lembrarem dos entes queridos que haviam morrido. Ao contrário dos anéis de luto tardios, que podiam conter mechas de cabelo ou pedaços de roupas pessoais do falecido, os anéis de luto normais tendiam a conter palavras gravadas, como “Lembre-se de mim” ou “Memento mori” (palavra em Latim para “lembre-se, você um dia vai morrer”), tais peças de jóias também eram lembretes de que a morte era iminente, pois além de serem lembranças de entes queridos, as pessoas deviam lembrar-se que a morte era algo muito próximo, afinal a expectativa de vida era de apenas 35 anos! Essas peças eram geralmente anéis ou pingentes.

Correntes –
Correntes douradas eram populares na corte e os homens tendiam a usá-las como forma de refletir seus status. Você deve ter visto as correntes de estado que Sir Thomas More, Thomas Cromwell e Henrique VIII usavam em “The Tudors” e as que aparecem em seus retratos. Correntes especiais de ofício eram incluídas para a Ordem da Jarreteira, a Ordem do tosão de ouro e o Collar of Esses. Correntes douradas também eram populares presentes de casamento para mulheres. Correntes de ouro falsas, conhecidas como “St Martin’s Chain”, eram bastante comuns. O nome veio do fato de que os joalheiros que faziam as joias falsas tinham direitos antigos sob o santuário na freguesia de St Martin Le Grand e podiam trabalhar sem temerem infligirem os regulamentos da Companhia dos Ourives.

Botões e Aguilhas – As roupas eram presas com botões ou cordões e as aguilhas eram pedaços de metal que eram anexados ao fim dos cordões (como nos cadarços dos tênis) para prevenir o desgaste e facilitar a introdução dos cordões através dos ilhós. Ambos os botões e aguilhas podiam ser simples ou decorativos. Alison Sims escreveu sobre como Elizabeth I tinha botões em forma de nós amantes, rosas, bolotas e corações, e que os ricos usavam botões e aguilhas feitos de metais preciosos adornado com gemas como rubis.

Cintas – Mulheres usavam cintas que pendiam em volta da cintura e também embaixo da saia ou como acessórios para seus vestidos. Estas cintas podiam ser feitas de seda ou joias e possuírem adornos suspensos sobre elas. No famoso retrato “Dinástico” de Jane Seymour é possível vê-la usando uma cinta de pérolas com um medalhão de ouro adornado por uma grande joia. Outras decorações incluíam um pequeno livro de orações, um espelho ou pomo, que podia conter perfumes doces ou ervas aromáticas.

Pingentes com iniciais – Todos nós já vimos o colar com pingente de “B’’ de Bolena nos retratos de Ana Bolena, em “The Tudors” e até mesmo em “Betty a Feia” e pingentes como estes mostrando as iniciais de suas famílias eram bastante comuns nos tempos Tudor. Conforme o costume algumas jóias de Ana Bolena foram herdadas por sua filha Elizabeth, podemos supor que juntos a elas encontrava-se seu famoso colar com o pingente de ‘’B’’.

Outros pingentes – Pingentes podem ser presos em pérolas, correntes ou fitas em volta do pescoço, ou até mesmo presos a chapéus, vestidos e cintas. Cruzes, jóias e medalhões (conhecidos como “tablets”) eram pingentes muito populares.

Broches – Broches foram usados como acessórios ou para fixar roupas, como por exemplo, capas. Também eram usados como fivelas para decorar chapéus.

Braceletes – Os braceletes Tudor eram geralmente feitos com ouro ou prata e decorados com pedras preciosas, mas correntes de pérolas também podiam ser enroladas em volta do pulso.

Acessórios com Jóias – Jóias eram usadas para decorar muitos itens diferentes, como pomos, alças, palitos de dentes ou colheres.

Brincos – Brincos ou “adornos de orelhas” tornaram-se mais populares quando foram usados capelos nos quais as orelhas ficavam a mostra. Os brincos variavam de uma única joia até pingentes presos sobre eles e como hoje, nos tempos Tudor os homens podiam usar um único brinco na orelha.

Colares – Colares podiam ser feitos de pérolas (como o famoso colar com o pingente B de Bolena), ou de ouro ou prata com pedras preciosas incrustadas, como no retrato da princesa Elizabeth. Colares nos tempos Tudor também eram conhecidos como “carcanets” e tendiam a ser colares estilo gargantilhas. Outros colares incluíam cordões que poderiam ser presos ao pescoço de diferentes maneiras como por broche ou alfinete. As correntes feminina costumavam ser de um estilo bem rebuscado.

Rosários – Rosários ou terços eram colares de contas usados por católicos para contagem das orações. Eles podiam ser simples contas de vidro colorido, ou até mesmo pedras preciosas. Elizabeth I proibiu os rosários em 1571, mas os católicos passaram a usar anéis de rosários, que continham 10 pinos de orações.
Anéis – Anéis usados pelos ricos Tudors incluíam anéis de luto, com brasões para selar cartas, solitários, estilo chuveiro e definidos com joias como ônix, safira, pérolas e rubis.
Peles decoradas – Alison Sims descreve este estranho acessório como “uma única pele de um pequeno animal, como zibelina, na qual seria praticamente uma peça de joalheira” e escreve como Henrique VIII tinha duas zibelinas – uma tinha um relógio colocado em sua cabeça que era decorado com rubis e diamantes. Também tinha patas decoradas com ouro e garras feitas de safiras. A segunda zibelina tinha um rubi como língua e era decorada com diamantes, pérolas, rubis e turquesas!
Pedras preciosas usadas em jóias Tudor:
Muitas pedras preciosas eram usadas em jóias Tudor e algumas eram usadas por causa de suas propriedades ou significados especiais. Por exemplo, pensavam que ágatas ajudavam a interpretar sonhos e deixar a pessoa mais “agradável” e acreditavam que safiras podiam curar a melancolia e fazer bem aos olhos.
Outras pedras preciosas e semi-preciosas popular nos tempos Tudor incluíam: Diamantes, pérolas, esmeraldas, rubis, opalas, topázio, ônix, turquesa, cristal, cornalina, âmbar, heliotropo e coral.
Falsificações e imitações de gemas eram populares e geralmente feitas com vidro colorido e base de alumínio. Alison Sim sugere que algumas das pérolas de Elizabeth I provavelmente fossem de vidro.
Jóias usadas pelos pobres:
Os pobres Tudor até poderiam usar jóias, porém elas seriam feitas de matérias como, osso, chifre, metal, madeira, vidro e madrepérola.
Fontes:
Esse artigo foi traduzido e adaptado com minhas palavras de um artigo do site The Elizabeth Files.
Belissíma matéria, literalmente.
Obrigada Raah, realmente essas jóias enchem os olhos!hehehe…
eu sou amante deste tipo de desaign
São belíssimos, não!?=)
Excelente artigo. As jóias são importantes para se entender um período da história, principalmente no dos Tudor, nas quais eram indispensáveis. Parabéns!
Muito obrigada Sonia, de fato são muito importantes!
Assim que tiver tempo, pretendo fazer um artigo mais abrangente sobre o assunto, com base em livros de pesquisas que tenho comigo!:)