“Eles proíbem e amaldiçoam minhas palavras todos os dias e todos os seus pensamentos estão focados em me fazer mal…Estou tão irritada que estou realmente cansada. ”
Catarina Parr em 1544 – em relação as tentativas dos católicos em desacreditá-la.
Nome: Catarina Parr (Inglês: Catherine, Katherine, Kateryn, Katheryne ou Kathrine)
Nascimento: 1512
Casamento com Henrique VIII: 12 de Julho de 1543
Queen’s Closet, Palácio de Hampton Court
Viuvez: 28 de Janeiro de 1547
Morte: 5 de Setembro de 1548 – Castelo de Sudeley
Funeral: 5 de Setembro de 1548
Capela de St Mary, Castelo de Sudeley
Início da vida:
Catarina nasceu em 1512, embora o dia e mês exatos sejam desconhecidos. Ela era filha mais velha de Sir Thomas Parr, Lord do Castelo de Kendal em Westmorland, descendente do Rei Eduardo III e Maud Green, filha e co-herdeira de Sir Thomas Green, Lord de Greens Norton, Northamptonshire. Os Parr eram uma importante família do norte que contavam com vários membros condecorados. Catarina tinha um irmão mais novo, William, que mais tarde tornou-se o 1º Marques de Northampton e uma irmã, Ana, que mais tarde tornou-se Condessa de Pembroke.
Sir Thomas Parr era bastante próximo do rei Henrique VIII.
É provável que Catarina tenha sido batizada com tal nome, em homenagem à Catarina de Aragão, Rainha na qual sua mãe era grande amiga e dama de companhia.
Assim como a família da segunda esposa de Henrique VIII, Ana Bolena, a família de Catarina havia subido na vida como resultado de casamentos e favores reais bem sucedidos. Apesar de não ser da aristocracia da época, os Parrs estavam a serviço da família real, desde a época de seu ancentral John de Gaunt, 1º duque de Lancaster. Em 1383, o trisavô de Catarina, Sir William Parr, casou-se com Elizabeth de Ros, filha de Sir John de Ros e Catarina de Latimer. Elizabeth de Ros era a neta e herdeira de Sir Thomas de Ros, Barão de Kendal e possuia sua farda como herança. Sua aliança com os Ros (ou Roos) reforçaria a posição de sua família.
O avô de Catarina, William, fazia parte da corte do Rei Eduardo IV, ele ocupava o cargo de controlador da família de 1471 até 1475 e novamente em 1481 até a morte de Eduardo em 1483. William tornou-se cavaleiro por retribuição de favores do rei e foi um dos únicos cortesãos a tornar-se Cavaleiro da Ordem da Jarreteira no segundo reinado de Eduardo IV. Sir William Parr poderia reivindicar sua ascendência real direta através de alguns Reis como: Rei Alfonso VIII de Castela e sua esposa, Eleanor da Inglaterra (filha de Henrique II da Inglaterra), Rei João da Inglaterra, Rei David I da Escócia, Rei William, o Leão da Escócia entre outros. É mais provável que devido a sua posição com o Rei, William tenha sido convocado a casar-se com a prima de Eduardo, Elizabeth, filha de Henry, 5º Lord FitzHugh do Castelo de Ravensworth e Lady Alice Neville, que era irmã de “Warwick, o fazedor de reis”. A família de Lady Alice, os Nevilles, já estavam estabelecidos na corte por serem netos da filha de John de Gaunt, Lady Joan Beaufort e seu segundo marido, Ralph Neville, 1º Conde de Westmoreland. Catarina Parr foi a única esposa de Henrique VIII a descender da família Beaufort. Através de Maud sua mãe, Catarina era prima em terceiro grau de Henrique VIII por sua antepassada Joan Wydville (ou Woodville), irmã de Ricardo Woodville, 1º Conde Rivers, pai de Elizabeth Woodville, Rainha consorte de Eduardo IV. Quando o duque de Gloucester tornou-se Rei em 1483 passando a chamar-se Ricardo III, ambas Elizabeth e sua mãe Alice foram nomeadas damas de companhia da sobrinha de Alice, a Rainha consorte Lady Ana Neville. O cargo iria durar cinco gerações até a irmã de Catarina, Ana, que serviria todas as seis esposas de Henrique VIII.
Primeiro pensou-se que Catarina Parr havia nascido no Castelo de Kendal em Westmorland, Inglaterra. No entanto, no momento de seu nascimento, o Castelo de Kendal já estava em mau estado, sendo abandonado em 1572. Na época de sua gravidez, Maud Parr estava na corte à serviço da Rainha e a família Parr estava vivendo em Blackfriars, Londres. Os historiadores consideram improvável que o pai de Catarina, Sir Thomas, levasse sua esposa grávida em uma árdua viagem sobre as execráveis estradas ao norte, apenas para dar à luz em um castelo em ruínas em que nenhum dos dois parecia querer gastar muito tempo. Seu pai, Sir Thomas, morreu quando Catarina era jovem e ela cresceu ao lado de sua mãe.
A educação inicial de Catarina, foi muito semelhante a de outras damas bem-nascidas, mas ela desenvolveu uma paixão pelo aprendizado que iria continuar durante toda a sua vida. Ela era fluente em francês, latim e italiano e começou a aprender espanhol quando tornou-se Rainha. Quando criança, Catarina não tolerava costurar e muitas vezes dizia irônicamente para sua mãe, ”Que suas mãos haviam sido feitas para tocar em coroas e cetros e não em fusos e agulhas”.
Até recentemente, muitas fontes afirmavam que Catarina casou-se com o idoso Edward Burgh, 2º Barão Burgh em 1529, com 17 anos de idade. No entanto, desde o lançamento do livro de Antonia Fraser ”As seis mulheres de Henrique VIII” em 1994, o primeiro marido de Catarina foi identificado como Sir Edward Borough. A culpa deste erro pode ser atribuída ao livro do século XIX da historiadora Agnes Strickland sobre as esposas de Henrique VIII. Pesquisa de documentos (incluindo o testamento de Maud Parr) conduzidas por Susan James Porter e Linda Porter para suas biografias sobre Catarina confirmam que ela casou-se com o neto do 2º Barão, também chamado Edward. Sir Edward Borough era o filho mais velho do filho mais velho do 2º Barão, Sir Thomas Borough, que se tornaria o primeiro Barão Burgh em dezembro 1529 após seu pai ter sido declarado insano. Em seu testamento, datado de Maio de 1529, Maud Parr disse que estava “dividida a respeito do casamento de sua filha com o cavaleiro Sir Thomas Borough”. Na época do casamento de seu filho, Thomas tinha 35 anos, o que teria feito com que Edward tivesse mais ou menos a mesma idade de Catarina. Edward tinha por volta de 20 anos de idade e pode ter tido problemas de saúde. Ele serviu como um feudatário para Thomas Kiddell e como juíz de paz. Seu pai, Sir Thomas, chamberlain de Ana Bolena, também garantiu uma patente conjunta de seu filho para o cargo de mordomo da mansão soke de Kirton em Lindsey. O jovem Sir Edward Borough morreu na primavera de 1533, nunca cumprindo o título de Lord Borough (Barão).

A Rainha que mais se casou:
Catarina Parr foi a Rainha inglesa que mais se casou, totalizando 4 casamentos. Como vimos acima, o primeiro casamento de Catarina foi com Edward Borough, filho de Sir Thomas Borough, mas o casamento duraria pouco, pois seu marido morreu no inverno/ primavera de 1532/1533. O segundo marido de Catarina foi John Neville 3º Barão Latimer de Snape, North Yorkshire, no verão de 1534. Durante este casamento, Catarina e seus enteados filhos de Neville foram feitos reféns pelos rebeldes envolvidos na Peregrinação da Graça, eles forçavam John a ficar do seu lado. Neville conseguiu escapar junto com sua esposa e filhos sem ter sido apanhado com a rebelião. Ele morreu em março de 1543.
Em 1543, apesar de já ter ficado duas vezes viúva, Catarina tinha apenas 31 anos e ainda era uma mulher atraente. Ela logo chamou a atenção de Thomas Seymour, irmão de Jane Seymour, que morreu em 1537. Catarina se apaixonou por Thomas, que infelizmente não poderia competir com o Rei, que também havia notado-a na corte. Em 12 de julho de 1543, Catarina Parr tornou-se a sexta e última esposa do rei Henrique VIII, em uma pequena cerimônia no Palácio de Hampton Court, após um período de luto por seu segundo marido.
Rainha:
Catarina era uma mulher atraente e inteligente, que combinou a inteligência e sagacidade de Ana Bolena com a prudência e diplomacia de Catarina de Aragão. Ela era o que Henrique VIII precisava após o desgosto de seu casamento com Catarina Howard.
Catarina ficou conhecida por reunir os filhos de Henrique com o pai e trazê-los de volta a corte. Catarina conquistou Maria pelo foi fato de que sua mãe havia sido uma boa amiga para Catarina de Aragão, mãe de Maria, Edward era jovem o suficiente para não lembrar-se de sua própria mãe e de ver em Catarina uma mãe em potencial, e até mesmo Elizabeth foi conquistada pelo calor e inteligência de Catarina e esta profunda relação duraria até a morte de Catarina. A reunificação da família não era apenas boa para as crianças, ela também apresentaria uma frente unida contra adversários de Henrique VIII.
A crença de que Catarina Parr nada mais era que uma babá glorificada ao velho e doente Rei é um mito. Catarina era uma mulher inteligente que escreveu livros (“Prayers Stirring the Mind unto Heavenly Meditations” published in 1545), era uma patrona das artes e Henrique confiou nela atuar como regente enquanto estava na França em 1544.
Suas realizações como Rainha incluiram juntar novamente a família real e influenciar Henrique para que suas filhas tivessem direito de suceder ao trono. A influência de Catarina sobre Henrique foi ressentida por alguns na corte e houve uma conspiração para tirá-la do “poder”. Em 1546, a facção conservadora, que incluia Stephen Gardiner e Thomas Wriothesley, usaram as crenças reformistas de Catarina contra ela e conseguiram convencer o rei, que havia acabado de ter uma discussão com ela sobre a religião, a ordenar sua prisão. Um mandado de prisão foi elaborado e foi dito que Henrique a substituisse por Catarina Willoughby, duquesa de Suffolk e melhor amiga de Catarina. No entanto, a rápida Catarina conseguiu salvar sua cabeça pleiteando com Henrique e o convencendo de que apenas havia discutido com ele na tentativa de ajudá-lo a esquecer a dor causada por sua úlcera na perna e também a fim de aprender com ele. Henrique a perdoou.

Outro casamento e morte:
Em janeiro de 1547, Henrique VIII morreu e Catarina causou um escândalo ao casar-se com seu antigo amor, Thomas Seymour, poucos meses após a morte do rei. Catarina tornou-se guardiã da princesa Elizabeth, que passou a viver com eles. Após de um escândalo envolvendo uma suposta relação sexual entre Thomas Seymour e Princesa Elizabeth (diziam que ele batia em suas nádegas e fazia cócegas!), Elizabeth foi mandada embora da casa da família.
Em 30 de agosto de 1548, Catarina Parr deu à luz a seu primeiro filho, uma menina chamada Maria, no castelo de Sudeley, em Gloucestershire. Ela finalmente conseguiu sua tão sonhada família, porém poucos dias depois, assim como Jane Seymour, ela morreu de febre puerperal. Catarina foi enterrada no castelo de Sudeley. Seu marido, Thomas Seymour, foi executado por traição, um ano depois e sua filha foi levada por Catarina Willoughby, duquesa de Suffolk. Acreditam que Maria Seymour morreu ainda na infância, pois não há registros dela após os 2 anos de idade.
P.S. Algumas fontes acreditam que a morte de Catarina Parr foi em 05 de setembro e outros em 07 de setembro.
Fontes:
Catherine Parr: Henry VIII’s Last Love, Susan James, 2009.
Linda Porter. Katherine, the Queen. Macmillan, 2010.
Wikipedia Catherine Parr
Minha quarta preferida! Só passando para dizer que sempre acompanho as atualizações do Tudor Brasil e as vezes não comento por não saber o que escrever rs. Feliz Natal!
Olá Raah, feliz natal para você também, muita alegria e presentes Tudor!rss..
Catarina Parr foi uma grande mulher ela teve as melhores qualidades de Catarina de Aragão e Ana Bolena, pena ter tido um fim tão infeliz….Pode comentar sempre que quiser, você é muito bem vinda e suas observações são sempre muito bem colocadas! =)
Tudo de bom!
feliz natal raah
=)
ana luisa
só vi isso agora!
Feliz Natal 2014 🙂
Eu adoro Catarina, ela foi tão “necessária” para o momento. Apenas tenho uma “birra” com ela por causa daquele episódio Seymour/Elizabeth, mas não posso afirmar nada, essa parte da história é tão vaga e cheia de lacunas, não sabemos nem metade do que realmente foi a coisa toda. De qualquer forma, acho que ela e Elizabeth foram vítimas, Thomas foi o real culpado. Ele arruinou um ponto de apoio essencial de nossa jovem Bess: finalmente ela tinha uma família, ou o mais próximo disso e isso lhe foi arrancado como outrora sua mãe e seu título real. Sem mencionar a mágoa que deve ter pairado entre enteada e madrasta que outrora se adoravam.
Cada vez que estudo a Dinastia Tudor, mais eu fico encantada e também mais eu sinto pena do destino se certas figuras. Acho que é a sina das mulheres que marcaram a história: serem lembradas por suas tragédias. Além das esposas do nosso “Barba Azul”, Maria Antonieta, Maria I e Lady Jane Grey podem reforçar minha tese.
P.S: Tudo de bom pra você também! 🙂
Eu penso exatamente igual a você, creio que Catarina e Elizabeth foram meras vítimas da história, Thomas foi o real culpado…Eu tenho um birra com Jane Seymour e Catarina Howard, não nessa ordem, embora ambas tenham sido meros piões nas mãos de gente mais ambiciosa. Vou logo logo postar sobre Jane Grey e Maria I, aguarde!!!
E agora oficialmente, um feliz natal e tudo de bom!!=)
ela e a minha terceira favorita a seguir a catarina howard e a jana seymor
Catarina Parr foi uma grande mulher, pena não receber a devida atenção…=/
Y LIKE CATARINA PARR
Eu também!:)
COMO ESTA RAAH