”É agora mesmo a hora bruxoleante da noite, quando os cemitérios bocejam, e o próprio inferno exala contágio ao mundo…” Hamlet ato 3 cena 2.
Muitos mitos e superstições do período elizabethano datam de tradições e crenças de tempos muito anteriores. As superstições também estavam enraizadas nas crenças de magia antiga e propriedades místicas de animais e ervas, assim como com cânticos especiais, presságios, nomes e números. Muitos costumes ingleses tradicionais baseiam-se na relação mítica às superstições que remontam à Idade das Trevas e até mesmo antes, no período romano com seus Deuses e Deusas.
As origens de muitas superstições são baseadas na crença em magia ou no acaso. Uma crença irracional de que um objeto, ação, ou circunstância que não são logicamente relacionados a um curso de eventos, podem influenciar em seu resultado. A ignorância e o medo do desconhecido combinado com uma falsa concepção da causalidade e cessação, resultaram em muitas superstições do período. O medo do sobrenatural, das forças da natureza ou de Deus também resultou em parte das crenças.Superstições recém surgidas no período elizabethano:
As superstições mais recentes dentro do período, surgiram devido ao medo da bruxaria e perseguição das bruxas. As mulheres foram as mais frequentemente acusadas de bruxaria. Durante o período elizabethano, 270 julgamentos de bruxas foram realizados, sendo que 247 foram de mulheres e apenas 23 de homens. As pessoas neste período culparam eventos inexplicáveis ao trabalho de bruxas ou seres malígnos, como por exemplo: A peste bubônica, mortes inexplicáveis, doenças desagradáveis, colheitas ruins, más colheitas, morte de animais e incêndios inexplicáveis. Os acusados de feitiçaria, ou bruxaria eram geralmente velhos, pobres e desprotegidos, mulheres solteiras, viúvas ou sábias. O medo de bruxas e suas habilidades sobrenaturais levaram as seguintes superstições:
Superstição 1 – As bruxas eram capazes de voar (Isto explicava como elas poderiam mover-se rapidamente através de distâncias impraticáveis). A vassoura foi adicionada à superstição pois era um artigo doméstico de uso comum entre as mulheres.
Superstição 2 – A bruxa foi muitas vezes retratada como uma megera ou velha (com nenhum homem para defendê-la contra as acusações de feitiçaria).
Superstição 3 – As bruxas estão intimamente associadas com casas de madeira (por seus gemidos e estalos às vezes lembrando gemidos de uma velha).
Superstição 4 – As bruxas eram conhecidas por manter animais como o gato, sapo, porco, corvo, cabra, lobo, ganso, morcego e ratos que acreditavam serem as formas adotadas por um familiar das bruxas (um espírito malígno na forma de um animal era utilizado pela bruxa para realizar maldades e lançar feitiços malévolos).
Superstição 5 – As bruxas faziam poções mágicas em um caldeirão (mulheres sábias e curandeiras tinham conhecimentos de ervas como mandrágora, datura, acônito, cannabis, beladona, meimendro e cicuta que misturam em grandes caldeirões de ferro).
Superstições mais antigas que afetaram o período Elizabethano:
Não apenas de bruxas os elizabethanos temiam, eles temiam o mal e o inexplicável, seguem aqui, uma seleção superstições antigas que afetaram este povo:
Superstição 1 – Dizer “Deus te abençoe” após um espirro – Os elizabethanos acreditavam que o diabo podia entrar em seu corpo quando você abria a boca para espirrar – a bênção então, repelia o diabo.
Superstição 2 – Um eclipse era visto como um presságio do mal.
Superstição 3 – Dava azar que um gato preto cruzasse seu caminho (O preto é a cor associada a magia negra e um gato conforme visto acima, era fortemente associado com familiares de uma bruxa).
Superstição 4 – O “sétimo filho de um sétimo filho” possuiria poderes sobrenaturais.
Superstição 5 – Dava azar guardar a pena de um pavão (a forma de olho nas penas dos pavões eram vistos como os olhos do diabo).
Superstição 6 – Guardar folhas de louro em seu travesseiro na véspera de São Valentim, uma em cada canto e outra no meio, fariam com que você sonhasse com seu futuro marido.
Superstição 7 – Bata na madeira para se proteger contra a má sorte. Esta superstição Celta remonta à Idade Média, quando acreditava-se que uma árvore possuía poderes mágicos.
Superstição 8 – Não andar debaixo de escadas – era considerado má sorte, pois as escadas eram associadas com a forca e execuções.
Superstição 9 – Sapatos na mesa – Acreditavam que colocar sapatos na mesa dava muito azar, pois era um para uma morte iminente.
Superstição 10 – Derramar sal ou pimenta – era visto como má sorte – o custo dessas especiarias eram extremamente caros no período elizabethano.
Superstição 11 – Um pote agitado em sentido anti-horário traria má sorte para aqueles que comessem seu conteúdo e faria com que seus alimentos se deteriorassem.
Superstição 12 – A balança – acreditavam que dava boa sorte, pois ela devia equilibrar a bem e o mal.
Superstição 13 – Deixar a porta aberta atrás de ti trazia má sorte, você estaria convidando o diabo para entrar em seu lar.
Superstição 14 – O sal, fogo, prata e o ferro davam sorte.
Superstição 15 – Acreditava-se que se você tocasse em um homem prestes a ser executado, uma vaca espirrasse em você ou você cuspisse no fogo, isso lhe traria sorte.
Superstição 16 – Os marinheiros usavam brincos de argola de ouro o tempo todo. Reza a lendo que isso era feito para que eles tivessem ouro para pagar sua tarifa no submundo se eles se afogassem ou afundassem com o navio.