”A afeição do Rei, foi tão maravilhosamente definida sobre esta dama, que nunca antes foi visto ele gostar assim de outra mulher…”
Ralph Morice, secretário de Thomas Crammer em uma carta à seu mestre, 1540.
Nome: Catarina Howard (Inglês: Katherine/Catherine Howard)
Nascimento: 1518/1523
Casamento: 28 de Julho de 1540
Execução: 13 de Fevereiro de 1542 – Torre de Londres
Funeral: 13 de fevereiro de 1542, Capela de St. Peter ad Vincula, Torre de Londres.
Início da vida:
Catarina nasceu provavelmente entre 1518/1523 em Lambeth, sua data exata de nascimento é desconhecida. Ela foi filha de Lord Edmund Howard e Jocasta (Joyce) Culpepper. Ela foi sobrinha por parte de pai de Elizabeth Howard, mãe de Ana Bolena, tornando as duas, primas em primeiro grau. Como uma Howard, Catarina tinha veia aristrocrática, mas seu pai não era rico devido ao grande número de filhos da família, totalizando 21.
Quando Edmund casou-se com Joyce ela já possuía cinco filhos de um casamento anterior, Catarina foi sua décima filha. Por este motivo, Edmund muitas vezes viu-se obrigado a pedir dinheiro a familiares mais ricos. As coisas melhoraram, quando em 1521 ele foi nomeado controlador de Calais, porém foi demitido em 1509, morrendo no mesmo ano.
Durante a infância, após a morte de sua mãe, Catarina foi viver na casa da Duquesa viúva de Norfolk. A Duquesa presidia em Chesworth House e Norfolk House, compreendendo muitos atendentes homens e mulheres, junto de suas muitas aias, geralmente filhos de parentes aristocráticos pobres ou falidos. O envio de crianças para serem educadas em outras famílias aristocráticas era comum durante séculos em países da Europa. A Duquesa de Norfolk ia muitas vezes à corte, e parece ter tido pouco envolvimento direto na criação e educação de suas jovens do sexo feminino.
Vários affairs:
Catarina portanto, não foi tão bem educada como algumas outras esposas de Henrique, dizem que ela sabia escrever seu nome e ler algumas coisas, algo melhor do que o padrão exigido para as mulheres naquela época. Ela era uma pessoa alegre e vivaz, não convencionalmente bonita, mas graciosa e encantadora. Possuía toda a vitalidade da juventude, algo que provou ser irresistível para o envelhecido Rei Henrique. A única parte de sua esporádica educação que parecia gostar, eram suas aulas particulares de música, com seu professor, um homem chamado Henry Mannox. Eles conheceram-se em 1536, quando Catarina possuía apenas 15 anos de idade. Contratado para ensinar-lhe virginal e alaúde, Mannox logo começou um affair com sua jovem pupila.
Tempos mais tarde, Catarina jurou que sua relação com Mannox não havia sido consumada. “Nas persuasões lisonjeiras e justas de Mannox, sendo eu uma jovem, sofri diversas vezes com ele manuseando e tocando as partes íntimas de meu corpo, que tampouco veio a mim com honestidade para permitir nem lhe exigir”, disse Catarina mais tarde para interrogadores. Mannox admitiu o mesmo. Não havia motivos para Catarina mentir a respeito de tais graves transgressões, Mannox certamente podia ter tirado proveito de sua jovem aluna.
Como um mero professor de música, Mannox estava muito abaixo do status social de Catarina para envolver-se seriamente. Mas logo as atenções de Catarina voltaram-se para outro lugar. Ela apaixonou-se por um senhor aposentado chamado Francis Dereham. Esta relação, muito mais grave que a anterior, foi sem dúvidas consumada. Há muitas evidências sobre este ponto, incluindo uma confissão de Catarina: ”Francis Dereham após muita persuasão, adquiriu seu propósito vicioso e deitou-se primeiro em minha cama com seu gibão e calças e depois dentro do leito e finalmente comigo nua e usou-me em espécie, como um homem usa sua esposa diversas vezes, mas não sei dizer quantas…”
O affair continuou durante 1538, e um referia-se ao outro como marido e esposa e quando Dereham foi enviado à Irlanda para negócios, ele deixou 100 pounds para ajudar Catarina.
Mas Mannox, ainda na casa, estava furioso; ele continuava atraído por Catarina embora ela o tenha rejeitado para ficar com Dereham. Como vingança, ele enviou um bilhete anônimo para a Duquesa. Ela então descobriu o affair dos jovens e como naquela época a relação intima entre casais que não eram noivos era algo sério, Catarina e Dereham iriam iniciar um contrato de casamento, no momento em que ele retornasse da Irlanda.
Para o azar de Dereham, a paixão de Catarina esfriou enquanto ele estava fora. E em 1539, após ter aproximado-se da corte, ela conheceu Thomas Culpepper. Um cavalheiro da Câmara Privada do rei e primo de sua mãe, Joyce Culpeper. Thomas era um homem jovem, bonito e charmoso, com uma importante posição na corte, que permitia-lhe acesso pessoal ao rei. Embora Catarina tenha apaixonado-se por ele, os sentimentos de Culpeper não são conhecidos. A família de Catarina era poderosa e ela uma jovem atraente, sendo bem provável que ele pelo menos estivesse interessado nela, se não apaixonado.

Chegada à Corte:
Tudo mudou em 1539, quando Catarina tornou-se dama de companhia da quarta esposa do Rei, a alemã Ana de Cleves. Como uma jovem dama e mulher atraente, Catarina quase que imediatamente chamou a atenção do Rei, que já havia mostrado estar desgostoso com seu matrimônio com Ana. Poucos meses após a chegada de Catarina, o rei concedeu caros presentes para cortejar a jovem.
A família de Catarina, dividiu-se entre a euforia e ansiedade em relação à paixão de Henrique. O nome de Norfolk era um dos mais antigos da Inglaterra. Eles haviam apoiado Ricardo III contra o primeiro rei Tudor, Henrique VII, mas conseguiram retornas às graças do novo rei com sua proeza militar e devoção servil à nova dinastia. Em todo modo, Henrique VIII nunca confiou totalmente em Thomas Howard, 3 duque de Norfolk, mesmo tendo casado com duas de suas sobrinhas. Seu grande nome então, foi uma bênção e uma maldição. Como uma antiga família em uma corte de arrivistas e amantes da prerrogativa feudal, os parentes de Catarina fizeram amigos e inimigos na corte. Após o auge e queda de Ana Bolena, eles haviam aprendido a ser ainda mais cautelosos em relação as atenções e graças do Rei, e a forte personalidade de Catarina foi um motivo de muita preocupação. Ela poderia sustentar a atração do rei? E sendo assim, ela poderia tornar-se uma rainha madura e bem sucedida?
É importante lembrar das antigas esposas de Henrique, as rainhas Ana Bolena e Jane Seymour, que passaram anos de serviço real antes de casarem-se com o Rei. Elas eram veteranas na corte e conheciam os prazeres e perigos de sua posição. Catarina por outro lado, era apenas uma criança, pouco alfabetizada de outra geração. Mas para a facção conservadora na corte de Henrique, que dedicava-se à restauração da fé católica como praticada antes da Reforma, ela era a sua última e melhor esperança. Diferente de Ana Bolena, o sucesso pessoal e política de Catarina não estava ligado à fé protestante. Ela foi criada pela católica Duquesa de Norfolk, e apesar de suas falhas pessoais, ela representava a fé conservadora para muitos.
O Rei logo favoreceu publicamente a jovem Howard. Em 24 de abril, foram dadas à ela as terras apreendidas de um criminoso; algumas semanas mais tarde, ela recebeu um caro acolchoado sarcanet. É possível que sua relação com o Rei tenha sido consumada em torno deste período, pois havia uma urgência repentina em anular o mal-fadado casamento com Ana de Cleves. Os conselheiros do rei, logo encontraram um impedimento válido para o quarto casamento e em 13 de Julho de 1540, a união foi oficialmente encerrada pelo Parlamento. Enquanto isto, o embaixador francês relatou rumores de que Catarina estava grávida. O Rei já possuía seu herdeiro varão, mas em uma época onde doenças fatais rondavam todo o reino, ter outro herdeiro era algo extremamente necessário. Henrique havia acabado de completar 49 anos de idade e todos os seus affairs eram bem mais jovens. A segurança de seu reino era sua maior preocupação e só poderia ser garantida com herdeiros legítimos, sem um segundo filho varão, ele sabia que a vida do jovem príncipe Eduardo era um fio tênue sobre o qual deveria equilibrar-se toda a dinastia.

Casamento e vida na Corte:
Henrique casou-se com Catarina em 28 de julho de 1540 no Palácio de Oatlands, Surrey. A cerimônia foi um sucesso, ainda que desprovida de toda a pompa das uniões reais. Catarina nunca foi coroada rainha da Inglaterra. Henrique VIII simplesmente não podia arcar com a cerimônia, ou talvez, ele quisesse aguardar até que o casamento fosse bem sucedido da forma mais importante, ou seja, quando Catarina lhe desse um filho.
O ano seguinte foi uma tragédia grega para Henrique. Catarina escolheu como lema ”Non autre volonté que la sienne” (‘Nenhuma outra vontade que não a sua’) e divertiu-se e distraiu-se tanto quanto pode. O desperdício de vidas e dinheiro na luta contra a França, havia deprimido a tesouraria inglesa e o espírito do Rei. A Reforma também já havia custado-lhe o afeto e respeito de seu povo. O velho Rei, também sofria com as doenças que mais tarde iriam matá-lo. Ele sentia fortes dores de cabeça, dores no corpo, problemas com sua úlcera na perna, dificuldades para dormir e impotência sexual.
A política inglesa tornou-se outra dor de cabeça para o Rei. Seu grande conselheiro e amigo, Thomas Cromwell, havia defendido a causa protestante e a união com Ana de Cleves. A decepção do rei e os intermináveis inimigos de Cromwell, levaram à sua prisão e execução no mesmo dia em que Henrique e Catarina se casaram. Dentro de alguns meses o rei lamentaria abertamente a perda de seu ”mais fiel servo”.
Os principais inimigos de Cromwell, foram o tio de Catarina, Norfolk e seu amigo íntimo, Stephen Gardiner, bispo de Winchester. Norfolk sempre irritou-se com o poder concedido por Henrique ao ‘plebeu’ Cromwell; Gardiner era um católico que desprezava a destruição do papado na Inglaterra. Eles usaram Catarina e a impaciência do rei, para destruírem Cromwell. Mas o triunfo foi breve…
Catarina não engravidou no verão de 1540. No entanto, o rei era tão carinhoso com ela em público, que ninguém duvidou que o feliz acontecimento seria apenas questão de tempo. Ainda assim, sinais de alerta sobre este apressado casamento já haviam iniciado-se. A relação de Catarina com Dereham nunca havia sido mantida em segredo, e Henrique poderia ter tido consciência disto. Joan Bulmer, uma jovem que viveu com Catarina em Lambeth, pediu para trazê-la à Corte para participar de sua nova vida; sem dúvidas, uma chantagem sutil. Em agosto de 1541, Dereham foi feito seu secretário, talvez como um suborno para manter o silêncio sobre o seu relacionamento anterior. Deste modo, mesmo com ricos presentes, como vestidos, jóias, capas de peles, e relógios de ouro, Catarina não sabia por quanto mais tempo seu indecoroso passado manteria-se no fundo do baú. Estaria ela preocupada? Por seu comportamento posterior, ela provavelmente não estava, ou era imatura demais para se preocupar.
Catarina não estava apenas ganhando jóias e vestidos, mas também terras e casas senhoriais que outrora pertenceram a Jane Seymour e até a Thomas Cromwell. Ela estava cada vez mais explorando as imensas regalias de ser a consorte do rei, embora sempre tivesse algum cuidado para assegurar a felicidade de seu marido idoso. Muitos biógrafos especulam sobre os verdadeiros sentimentos de Catarina para com Henrique VIII. Ela provavelmente não o amava, pelo menos, não no sentido romântico da palavra, e sim pelo carinho e generosidade que este demonstrara à ela. Ela também aproximou-se dele com uma espécie de reverência temerosa, pois ele era o rei, e portanto, uma figura quase mística, onisciente e toda-poderosa.
Em todo modo, o imponente Rei era de carne e osso, e na primavera de 1541, ele caiu doente com uma grave febre, sendo Catarina mandada embora para sua própria segurança. Foi nesta época que ela iniciou seu caso com Culpeper, o belo rapaz que conhecera dois anos antes. Quando o rei recuperou-se, ele levou Catarina em uma excursão real através do norte da Inglaterra e novamente, o embaixador francês relatou rumores de uma suposta gravidez. Foi ainda sugerido, que caso a condição fosse confirmada, Catarina seria coroada em York Minster. Estes rumores provam que Henrique ainda mantinha relação com sua esposa, mesmo que menos regularmente. E por sua vez, Catarina gabava-se de poder “relacionar-se com um homem, sem riscos de uma possível gravidez”, o que fazia seu relacionamento com Culpeper, seguro. Ele e Dereham viajaram na excursão, como membros da casa real.
Na imatura visão de Catarina sobre o casamento, desde que ela e o rei fossem felizes, tudo estaria bem. E já que o rei era ser feliz, mesmo sem saber o que acontecia de fato, não havia com o que se preocupar.
E o rei não soube de nada por um longo tempo. Culpeper estava usando a paixão de Catarina para promover suas próprias ambições. Ele não era um típico cavalheiro. Na realidade, ele havia estuprado brutalmente a esposa de um cuidador de um parque, ordenando que três de seu servos a segurassem durante o ataque, e também matou um morador que tentou salvá-la. Ele havia sido perdoado pelo rei, mas é um dos poucos fatos que sabemos sobre Culpeper e não é nada agradável. Suas ambições sobre Catarina, sem dúvidas, resultaram nos problemas de saúde de Henrique VIII. Se o rei moresse, a Rainha viúva ainda manteria alguma influência e poder na corte. Antes que o inevitável dia chegasse, ela ainda poderia dar-lhe muitos presentes caros como ele desejava.
Teria Catarina mantido relações sexuais com Culpeper? Ela sem dúvidas manteve. Ele era bonito, muito charmoso, mesmo que apenas de forma superficial, e a bajulava. Ela tornou-se cada vez mais aberta a seu afeto, o suficiente para preocupar Culpeper. Como um cavalheiro da câmara, ele sabia muito bem o que o rei fazia com seus desafetos e não queria arriscar muito pela jovem.
No entanto, haviam outros na corte que sabiam do relacionamento e que não iriam ficar calados. Quando o progresso do norte finalmente terminou no dia 1 de Novembro, e o casal real estabeleceu-se em Hampton Court, imprudências do passado e presente de Catarina foram descobertas. Ela havia sido segura o suficiente para manter seu affair no momento em que não encontrava-se do lado do Rei ou mudando de cidade em cidade junto com o progresso real, mas uma vez que eles estavam em casa, outros assuntos poderiam ter precedência – assuntos como a infidelidade da rainha.
A queda de Catarina:
A queda de Catarina foi tão rápida, que os embaixadores estrangeiros não sabiam como explicar. O homem por trás das revelações foi John Lascelles, o irmão de Mary Hall – uma camareira da duquesa viúva de Norfolk e assim, a par do passado de Catarina. No entanto, o passado não era necessariamente um perigo para a rainha; a maioria das mulheres jovens não podiam resistir ao escrutínio de seus flertes iniciais. Eram talvez não suficientemente graves para justificar a sua execução. Lascelles, que era um “reformista convicto”, foi motivado por suas convicções religiosas e não animosidade pessoal para com Catarina. Mas ela representava a facção conservadora católica e com a sua influência, eles foram ficando cada vez mais poderosos e reacionários. Lascelles foi amigo de Thomas Cranmer, amigo próximo de Henrique e arcebispo de Canterbury. Cranmer reconheceu os perigos de Catarina, ou seja, o pré-contrato com Dereham que invalidaria seu casamento com Henrique VIII.
No dia 2 de novembro, enquanto Henrique assistia uma missa do dia dos finados, Cranmer mostrou-lhe uma carta com as acusações. O rei ficou imediatamente ‘perplexo’, acreditando que o documento tratava-se de uma falsificação. Ele ordenou que Cranmer mantivesse o assunto em privado e iniciou uma investigação. Demoraria apenas alguns dias, para o perfeito mundo de Catarina ruir diante de si.
Inúmeros funcionários foram presos e enviados à Torre, assim como Dereham. Ele foi torturado, e confessou seu relacionamento anterior, nomeando Culpeper como atual amante da rainha. Culpeper foi preso e confessou sua culpa.
Quando confrontado com as confissões, a dúvida de Henrique deu lugar a uma grande raiva e auto-piedade. Ele desejou uma espada para matar ele mesmo Catarina – uma reação incomum para um marido traído, particularmente um que havia sido tão generoso e confiante. Ele deixou Hampton Court em 5 de Novembro, rumo à Whitehall. Catarina foi presa em 12 de novembro e seus apelos chorosos para ver o rei foram ignorados. Ela foi então, mantida trancada em seus aposentos. Dois dias depois, ela foi levada para Syon House. Ela nunca mais veria Henrique.
Foi dada a Cranmer a tarefa de interrogar a apavorada jovem. Ela estava histérica, convencida de que seria executada assim como sua prima – até mesmo o arcebispo sentiu pena de sua condição. Talvez ele tenha sugerido como opção para Henrique VIII, a mesma que havia sido proposta pela primeira vez para Ana Bolena – que Catarina admitisse seus pecados, o casamento fosse anulado e a jovem, mandada para longe. O pré-contrato com Dereham foi a desculpa perfeita. Catarina só precisava admitir sua existência e então sua vida seria poupada. Era “a mais graciosa misericórdia” do rei e sua única possibilidade de sobrevivência.
Catarina no entanto, assustada e sem qualquer conselho, não sabia que o pré-contrato poderia salvar sua vida. Em vez disso, ela estava convencida de que este iria ser usado para condená-la. Deste modo, mesmo quando ela admitiu a “cópula carnal” com Dereham, ela destacou sua ”investida importuna” e “violência”. Na verdade, a cada dia que passava, o rei estava menos inclinado a mostrar misericórdia. As comportas abriram e os rumores cada vez mais indecentes, foram ouvidos sobre a sua “rosa sem espinhos”.
Catarina foi rebaixada de sua posição de Rainha no dia 22 de Novembro e formalmente indiciada dois dias após liderar uma “abominável, voluptuosa e cruel vida”. Ela permaneceria em Syon House durante os próximos dois meses. Em 10 de Dezembro, Dereham pagou uma horrível multa por seus “crimes”, ele foi enforcado e esquartejado (estripado e castrado ainda consciente) como um traidor. Culpeper também foi executado naquele dia, porém, sofreu uma decapitação mais misericordiosa, ordenada pelo rei, talvez por seu trabalho dedicado à casa real. Suas cabeças foram fixadas em lanças em cima da London Bridge e permaneceram lá até 1546.
Catarina, entretanto, continuou em estado de histeria suspensa. Seus vários parentes foram enviados à Torre, incluindo a idosa Duquesa. Apenas o Duque sobreviveu, tendo humilhado-se suficientemente diante de Henrique.
Execução:
Talvez as execuções de Dereham e Culpeper tenham trazido maturidade recém-descoberta para Catarina. Ela estava disposta a permanecer em silêncio em Syon House, embora fosse claro que o rei não iria permitir isto. Em 21 de janeiro, a Câmara dos Lordes aprovou uma lei de proscrição e recebeu a aprovação do rei em 11 de fevereiro. Ela destinava-se a responder à pergunta de todos: – Do que exatamente Catarina Howard foi culpada? Se ela tivesse sido tido um pré-contrato com Dereham, então ela nunca de fato, teria sido casada com o rei, e portanto, não seria culpada de adultério. Porém, em um discurso em 06 de fevereiro, Henrique deixou claro que a nova lei poderia punir aqueles que pretendiam cometer traição (ou adultério, pois o adultério de uma rainha era traição). Foi esta intenção, que selou o destino de Catarina.
Na sexta-feira, 10 de fevereiro de 1542, o Duque de Suffolk chegou para levar Catarina para a Torre de Londres. O frenesi histérico voltou, ela lutou e teve de ser forçada a entrar na barca. Ela estava vestida de veludo preto. Na noite de domingo, ela foi informada de que seria executada no dia seguinte. Seu único pedido foi que o bloco fosse levado até ela, pois ela queria “saber como portar-se”. Era para ser seu último ato em um grande palco, ela iria morrer com toda a dignidade e compostura possível diante de tal situação.
Por volta das sete horas da manhã na segunda-feira 13 de Fevereiro, vários conselheiros privados chegaram como escolta. Seu tio Norfolk não estava entre eles, tendo sabiamente retirado-se para sua fazenda. Catarina estava fraca e assustada e teve que ser ajudada a subir os degraus para o cadafalso. Uma vez lá, ela fez um pequeno e tranquilo discurso em relação ao seu “digno e justo castigo”, e rezou para a preservação do rei e o perdão de Deus. A execução foi rápida. O corpo de Catarina, assim como o de sua prima e antecessora Ana Bolena, foi enterrado na capela de Saint Peter ad Vincula.
Catarina Howard não teve impacto na história inglesa. Ela foi talvez a mais inconsequente das seis esposas de Henrique VIII, e seu reinado como rainha foi muito breve, totalizando 18 meses. Ela não deu à luz a filhos e não causou nenhuma impressão duradoura para aqueles que a conheciam. No entanto, não devemos culpar a jovem Catarina – 30 anos mais nova que seu marido. Pois afinal, qual foi seu crime? O de ser uma jovem imatura que não compreendia o que era adentrar o perigoso ninho de cobras da realeza? Só nos resta desejar que Catarina tenha passado seus últimos minutos, assim como passou toda a sua vida, espirituosa e ingênua e sem saber o que viria pela frente…
Fontes:
English History : AQUI.
É foi uma pena
Parabéns!!! Maravilhosa explanação!!! Estou assistindo a série The Tudors estou fascinada, obrigada por expor, compartilhar, tal pesquisa!!! Roberta
Parabéns!!! Excelente explanação!!! Estou assistindo a série The Tudors, e estou fascinada!!! Obrigada, por expor, compartilhar tal pesquisa!!
Que bom que gostou, Roberta. Ficamos felizes! 🙂