As punições para crimes cometidos nos séculos XV e XVI eram severas. A maioria das punições na Inglaterra Tudor eram testemunhadas por muitas pessoas e era comum que a nobreza e realeza fosse submetida a uma punição ou execução pública. A trágica execução de Ana Bolena foi restrita aos membros da corte e nobreza, incluindo membros próximos de sua família, e acabou sendo testemunhada por centenas de espectadores. A punição no período Tudor variava de acordo com a classe social. Neste artigo veremos as punições para a nobreza e realeza, assim como para os pobres.
*Execuções para a Realeza e nobreza:
A Inglaterra Tudor foi dividida em duas classes, a realeza/nobres e todos os outros. A classe alta era bem educada, e os ricos eram associados com a realeza e altos membros do clero. Ascender socialmente no período Tudor, implicava envolver-se em jogos de poder e intrigas religiosas e políticas. Quando eram pegos, os acusados (não tendo sangue real) poderiam passar por tipos de torturas à fim de confessarem seus crimes. Julgamentos foram projetados em favor dos procuradores e realizados na infame Star Chamber. Os réus não eram sequer autorizados a terem advogados. Os crimes mais comuns entre a realeza eram: Alta traição, blasfêmia, espionagem, sedição, rebelião, assassinato, alquimia e bruxaria. A punição para a maioria dos crimes era a morte. Houveram várias formas de execução, como a decapitação, a fogueira e a mais pesada para crimes de alta traição, que era ser pendurado e esquartejado. Penas menores consistiam em tomar as terras, títulos e riqueza dos culpados.
Star Chamber:
Foi um tribunal inglês localizado no Palácio Real de Westminster. Cabia a ele julgar os crimes da realeza e nobreza, casos que envolviam calúnia política, heresia e traição de1487 até 1641. A câmara era formada por conselheiros privados e juízes e foi criada para garantir a aplicação justa das leis contra pessoas poderosas e proeminentes que não poderiam ser julgadas em tribunais comuns. As sessões da câmara foram fechadas para o público e mantidas em segredo, tornando-se muito temidas. O tribunal da Star Chamber não possuía júri e nem direito à recursos ou testemunhas, a prova era dada por escrito. Mais tarde a câmara evoluiria para uma arma usada contra qualquer adversário político do monarca.
Execução por decapitação:
A pena de morte por machado era a forma mais comum de execução e apresentava uma perspectiva aterrorizante. Os carrascos Tudor, muitas vezes precisavam efetuar vários golpes até que a cabeça fosse finalmente cortada, como na execução da condessa de Salisbury. No caso de Ana Bolena, foi concedido os serviços de um carrasco francês e uma espada foi usada ao invés do machado. A punição por decapitação era realizada em público e testemunhada por muitas pessoas. Após a execução, a cabeça decepada era levantada pelos cabelos pelo carrasco. Esta tradição não era apenas para mostrar a cabeça para a multidão, mas também para mostrar a cabeça da vítima ao seu próprio corpo. Segundo estudos, a consciência permanece por pelo menos oito segundos após a decapitação, até que a falta de oxigênio provoque inconsciência e morte. As cabeças de chefes de rebeliões ou traidores Tudor, eram colocadas em estacas e exibidas em locais públicos, como em muralhas de castelos ou pontos de destaque, como London Bridge.
Execução ”Hanged, drawn and quartered”:
A vida na Inglaterra Tudor foi registrada por William Harrison, incluindo detalhes à respeito dos crimes e punições deste período. A punição inglesa mais terrível foi a Hanged, drawn and quartered, algo como ”Enforcado, arrastado e esquartejado”, William Harrison descreveu:
” A maior e mais grave punição usada na Inglaterra para ofensas contra o Estado, consiste em arrastar o criminoso da prisão para o local de execução em cima de um obstáculo ou trenó, onde ele será enforcado até ficar à beira da morte e depois ser esquartejado vivo, após isso, seus membros e intestinos serão retirados de seu corpo e jogados em uma fogueira que se encontra próxima ao local, dentro de sua própria vista, para a mesma finalidade”.

Execução por Fogueira:
Outra punição Tudor, incluía a execução por fogueira, bastante conhecida pela inquisição católica e pela rainha Maria I, mais tarde conhecida por Bloody Mary. Ser queimado na fogueira também era uma das mortes mais temidas. Os executores muitas vezes por piedade as vítimas, colocavam pólvora na base do fogo, ajudando a vítima a ter uma morte mais rápida e menos dolorosa. Caso o contrário, a vítima apenas teria uma trégua ao seu sofrimento, se morresse por asfixia ao inalar a fumaça.
*Execuções para os Tudors pobres:
Vimos acima, os crimes e castigos destinados aos Tudors da nobreza/realeza. Veremos agora os crimes e castigos aplicados a todo o resto, a segunda classe, os pobres. A maioria dos crimes cometidos por pessoas comuns ou pobres, eram ligados ao desespero e a miséria. Os mais comuns eram: roubo, furto, caça furtiva, mendigar, adultério, fraude, falsificação, dívidas, assassinato, heresia, traição e rebelião. As punições para esses crimes eram todas muito severas, haviam castigos menores como cortar a mão e maiores como a execução.
Roubo:
Roubar mais de 5 pence ou até mesmo coisas menores, como ovos de aves, resultava em enforcamento.
Caça-furtiva:
A caça furtiva durante à noite resultava em punição por execução ao contrário dos furtos diurnos, que obteriam castigos mais ”leves”.
Mendigar:
O governo transformou o ato de mendigar em um crime grave no período Tudor, portanto os pedintes pobres seriam espancados até chegarem as pedras que marcavam a fronteira da paróquia com a cidade. Os espancamentos eram sangrentos e implacáveis e se a pessoa fosse pega mendigando novamente, ela poderia ser enviada à prisão ou até mesmo à forca.
Rebelião traição e heresia:
Todos resultavam em sentença de morte.
Formas de castigos e execuções destinados aos Tudors pobres:
Enforcamento; fogueira; chicotadas em público; marcação com ferro quente; chumbo, água ou óleo fervendo; corte de membros, como mãos, orelhas, etc; cucking stool (destinado à mulheres acusadas de bruxaria); pelourinho e tronco; esmagado com pedras; mordaça e Drunkard’s cloak.
Crimes menores:
Os crimes menores em pequenas cidades Tudor, eram tratados pelo juiz de paz. Cada paróquia de uma cidade era responsável pelos pobres e desempregados dentro dela. O juiz de paz de cada cidade Tudor, foi autorizado a cobrar impostos de habitantes ricos, denomido Poor Rate, e sua finalidade era ajudar os pobres.
Fontes:
http://www.sixwives.info
