Nome: Jane Grey (Português: Joana Grey)
Nascimento: 1537
Casa Real: Tudor
Reinado: 10 de Julho de 1553, até 19 de Julho de 1553
Antecessor: Eduardo VI
Sucessor: Maria I
Morte: 12 de Fevereiro de 1554
Sepultamento: Capela Saint Peter ad Vincula – Torre de Londres
Início da Vida:
Lady Jane Grey nasceu em outubro de 1537, na residência de sua família em Bradgate Park. Seus pais foram Henry Grey, Marquês de Dorset e Frances Brandon, filha de Maria Tudor – irmã de Henrique VIII. Pouco tempo após seu nascimento, o pai de Jane tornou-se Duque de Suffolk. Ela tinha duas irmãs mais novas, Katherine nascida em 1540 e Mary, nascida em 1545.

A data exata de seu nascimento é desconhecida, mas muitos historiadores acreditam que ela tenha nascido antes de seu primo Príncipe Eduardo (futuro Eduardo VI). É provável que o nascimento de seu primo, tenha ofuscado seu nascimento ou primeiros anos.
Ela foi batizada 48 horas após seu nascimento, na igreja da paróquia de Bradgate.
O nome Jane era bastante incomum na Inglaterra Tudor, deste modo, muitos historiadores acreditam que Jane foi nomeada em homenagem à Jane Seymour, mãe de Eduardo, seu primo.
Quando criança, ela foi muito bem educada, aprendendo a ler e escrever em latim, grego, italiano, francês e inglês.
Em 1549, aos 12 anos de idade, John Aylmer tornou-se seu tutor. Jane afeiçoou-se a ele, dizendo-lhe que era o oposto de seus pais extremamente rigorosos. Com base em correspondências entre Aylmer e Jane, alguns estudiosos acreditam que ele pode ter apaixonado-se por ela. Em 1546 aos 9 anos de idade, Jane foi enviada à corte Tudor, sob tutela de Catarina Parr, sexta esposa e eventual viúva de Henrique VIII. Poucos meses após sua chegada, Catarina casou-se com Thomas Seymour, tio de Eduardo VI. Neste período, escândalos amorosos entre ele e a jovem princesa Elizabeth foram a público tomando proporções desagradáveis. Catarina então sentiu-se obrigada a abrir mão da presença de sua enteada em sua casa. Neste período conturbado, Jane encontrou em Catarina o carinho e atenção que precisava. No entanto, Thomas Seymour tentou convencer o pai de Jane, a pagar-lhe uma quantia para que ela se tornasse uma das damas de companhia dos Seymours, e em troca, prometeu a mão de Jane em casamento para Eduardo VI.

Pouco tempo depois, Catarina finalmente engravidou e Jane foi convidada a juntar-se ao casal em uma propriedade em Gloucestershire. No ano de 1548, Catarina deu à luz a uma menina, porém pouco tempo depois, morreu de febre puerperal. Jane Grey, agora com 11 anos de idade, foi a chefe enlutada no funeral de Catarina.
A tutela de Jane foi então assumida por Thomas Seymour, agora Barão de Sudeley, viúvo de Catarina. Seymour tentou arranjar um casamento entre Jane e Eduardo VI, porém não obteve sucesso. Diziam na época, que Thomas pretendia casar-se com Elizabeth, Maria ou até mesmo Jane. No entanto, suas ambições foram muito radicais para seu status. Ele obteve a tutela de Jane por um ano, porém antes disso, foi acusado e executado por traição.
Jane então, voltou para sua casa em Bradgate e sua tutela foi transferida para John Dudley, Duque de Northumberland. Este evento iria mudar para sempre o resto de sua curta vida.
Casamento:
Em 1551, Frances Grey, mãe de Jane, perdeu seus dois meio-irmãos. Acredita-se que eles morreram de gripe. Desde a morte do pai de Frances, ela tornou-se herdeira das propriedades Brandon. O título de Duque de Suffolk, foi passado para seu marido Henry e ela tornou-se Duquesa. No mesmo ano, John Dudley tornou-se Duque de Northumberland e chefe conselheiro do Rei Eduardo VI. Isto fez com que Dudley se tornasse o homem mais poderoso da Inglaterra após o Rei.
Em abril de 1552, Eduardo contraiu sarampo e pouco tempo depois, tuberculose. Na primavera seguinte, o rei estava tão fraco e debilitado que cuspia sangue. Neste momento, tornou-se evidente que ele provavelmente morreria antes de ter a oportunidade de casar-se e produzir um herdeiro.
John Dudley era um homem ambicioso e percebeu que se Maria ou Elizabeth tomassem a coroa, ele provavelmente perderia sua alta posição, ou até mesmo sua cabeça. Dudley agora em união com os igualmente ambiciosos pais de Jane, planejaram resolver este problema. Ele começou tornando-se protetor de Jane e então convenceu os Suffolks que a jovem, era a primeira mulher elegível na linha de sucessão ao trono, e deveria então, casar-se com seu último filho solteiro, Lord Guildford Dudley. Frances então, concordou em abrir mão de sua própria reivindicação superior à coroa, em favor de sua filha.
O casamento ocorreu no dia 25 de maio de 1553, na casa de Northumberland em Londres. O evento foi um casamento triplo, não apenas o casamento de Jane, mas o casamento de sua irmã Katherine com Lord Herbert, e o de Catherine Dudley, filha de Northumberland, com o filho do Conde de Huntingdon. O evento foi organizado tão às pressas, que as peças de vestuário tiveram de ser emprestadas pelo mestre do guarda-roupa real. Jane trajava um vestido de ouro e prata, ornado com brocados bordados de diamantes e pérolas.
Em busca do trono:
John Dudley passou um bom tempo arquitetando exatamente como iria fazer de Jane a Rainha da Inglaterra, e consequentemente seu filho, o rei.

Ao ouvir sobre a morte do rei Eduardo, Dudley convenceu o Conselho a enviar uma carta para sua irmã Maria. Na carta, Dudley disse a Maria que Eduardo estava muito doente e queria vê-la. Claramente Dudley sabia que Eduardo estava morto, mas a notícia ainda não era de conhecimento público. Maria caiu na armadilha e imediatamente começou uma viagem rumo a Londres para ver seu irmão. Dudley criou um plano para ter Maria apreendida em sua viagem, e levada para a Torre como prisioneira. Maria, no entanto, descobriu a morte de seu irmão durante sua viagem, e enviou uma carta ao Conselho, alegando que era a legítima herdeira ao trono e que deveriam reconhecê-la como rainha. Aparentemente, ela não estava ciente da trama de Dudley, mas mencionou como foi estranho ler a carta de seu irmão, sendo que ele já havia falecido a dois dias atrás. A carta chegou dia 9, mas à esta altura, o termo já havia sido enviado, convocando Jane para comparecer a Sion House. A maioria dos historiadores concordam à esta altura, que Dudley havia subjugado e aterrorizado o Conselho para que eles seguissem sua vontade sobre este assunto. Ele alegou que Maria não estava apta ao trono por três razões; o divórcio de sua mãe com Henrique VIII, sua devoção ao catolicismo, e por fim, seu sexo. O Conselho decidiu avançar com o seu plano de declarar Jane como Rainha e dizer a Maria quando chegasse, que ela não era apta ao trono.
Jane que estava em Chelsea, recebeu o termo que dizia que o Conselho havia convocado-a para comparecer perante eles em Sion House, onde estavam reunidos. Ela disse a mensageira, Mary Sidney, que sentia-se demasiado enferma para ir ao município. Sidney no entanto insistiu e Jane embarcou rumo a Sion House.
Jane chegou, ainda não ciente de que Eduardo havia morrido, e ficou ainda mais confusa quando dois nobres ajoelharam-se e beijaram sua mão. Ela corou envergonhada, quando referiram-se a ela como ”sua senhora soberana”. E ela ainda estava confusa, pois não tinha coragem de acreditar, que a morte de seu primo Eduardo poderia ter sido escondida dela e do povo inglês.
Lady Grey foi então, levada à Câmara do Estado, em uma procissão bastante formal, onde Dudley levou-lhe um trono reservado para a realeza. Jane olhou confusa e continuou a reunir-se com o grupo, incluindo seus pais, que então prestaram homenagem à ela. Em seguida, Dudley deu um longo discurso em que Jane finalmente soube da morte de Eduardo e terminou com a declaração de que seu primo desejou em seu leito de morte, que ela fosse coroada rainha.
Jane permaneceu ali trêmula e mais tarde escreveu que o momento deixou-a “estupefata e perturbada”. Ela estava sem palavras. Todos eles se ajoelharam novamente e ela rompeu-se em lágrimas. Finalmente, ao recuperar o controle, ela proferiu as seguintes palavras: “A coroa não é minha por direito e não me agrada. Maria é a legítima herdeira.”
Dudley foi o primeiro a admoestá-la, seguido por sua mãe e seu pai. Seus pais exigiram que ela obedecesse e fizesse o que lhe foi exigido. Jane por respeito ao pais, relutantemente concordou, ainda insistindo que não era apta para preencher o papel.
Na manhã seguinte, Jane estava vestida com o verde e branco dos Tudors. Para fazê-la parecer ainda mais grandiosa, ela usou sapatos de madeira com saltos chamados chopines, que lhe conferiram alguns centímetros de altura. Guilford, seu marido, foi adornado com igual esplendor de branco e dourado. Entre 3 e 4 horas da tarde do dia 10, um desfile de barcos levou Jane e seus assistentes para a Torre, onde as jóias da coroa e os apartamentos de estado estavam preparados para recebê-la.
As pessoas ao longo das margens no entanto, estavam em sua maioria em silêncio. Eles haviam descoberto sobre a morte do rei poucas horas antes, e a viam como a jovem prima indesejada e desconhecida reivindicando o trono. Muitos sentiram que Maria era a legítima herdeira.
Ela recebeu as boas vindas das Tendas de Winchester e Sir John Bridges, o tenente da Torre, cercado por autoridades civis e militares, bem como os Guardas Yeoman, cada um com um machado dourado por cima do ombro. Winchester ajoelhou-se para apresentar as chaves da fortaleza e Dudley adiantou-se para levá-las, tornando muito claro quem seria o verdadeiro poder por trás da jogada. Armas soaram em saudação a nova rainha e as bandeiras de seda com adornos dourados reluziram pelo ofuscante sol daquela tarde. Lady Jane então entrou na Torre Branca, para nunca mais sair da fortaleza…
Os nove dias:
Uma vez no interior da torre, Jane foi levada para a Câmara de Presença, onde tomou seu lugar sob o pálio do Estado. Até este momento, os Conselheiros haviam deixado de escrever uma resposta à carta de Maria. Pouco tempo depois, Winchester apareceu, trazendo algumas das jóias e a coroa imperial do reino.

Mais uma vez, Jane tentou opor-se ao que estava sendo empurrado para ela. Em suas próprias palavras ela disse: ”Mas a coroa nunca foi exigida, por mim ou por qualquer pessoa em meu nome!” – Winchester rebateu dizendo que ele só queria que ela colocasse para ver como ficaria, “Vossa Graça pode usá-la sem medo.” Finalmente ela cedeu, dizendo que iria fazê-lo apenas “para ver como se encaixava” e deste modo, a relutante Rainha foi coroada.
Após isso, todos deixaram a sala, exceto Jane e seu novo marido. Ele olhou para ela e pediu que ela o declarasse como novo Rei. Ela prontamente recusou-se, e ele então infantilmente respondeu: “Eu vou ser Rei, ou por você ou pelo Parlamento.” Jane firmemente recusou-se a mudar de ideia, dando lugar ao uma forte discussão. Guilford por fim, deixou a sala em busca de sua mãe. Enquanto isso, Jane chamou Pembroke e Arundel e lhes disse: “Se a coroa pertence a mim, eu ficaria contente em fazer de meu marido um Duque. Mas nunca irei concordar em fazê-lo rei.” Neste ponto, Guilford e sua mãe voltaram. Sua mãe, a Duquesa, insistiu com Jane por mais uma hora, sem sucesso.
O tempo passou. O Conselho enviou sua resposta à Maria, chamando-a de uma bastarda ao título e exigindo que ela reconhecesse Jane como a verdadeira Rainha. Anúncios foram feitos para o povo de Londres, mas sua resposta foi sombria e ainda pesarosa por Eduardo. Naquele domingo, dia 11, o sermão em St. Paul apoiou Jane ao declarar Elizabeth e Maria como bastardas, sendo assim, impróprias para o trono. Na noite do dia 11, um mensageiro veio até a torre com uma carta de Maria, datada do dia 9. Na carta, Maria se declara como Rainha e pede que o derramamento de sangue seja evitado. A carta foi lida em voz alta e seguida por um silêncio que apenas era quebrado pelos soluços e choro das duquesas. Lady Jane não disse nada. Após uma reunião, ficou decidido que os dois irmãos de Guilford, O Conde de Warwick e Lord Robert Dudley, iriam ao encontro de Maria. Eles chegaram no dia 12 e foram felizmente desviados de suas atenções, o que provavelmente salvou suas vidas. Neste meio tempo, Maria liderava um exército rumo à Londres.
O resto da noite e todo o dia seguinte foram gastos na organização das forças governamentais na expectativa da chegada de Maria. Dudley enviou uma mensagem à Carlos V, informando que Jane havia sido declarada Rainha e minimizando qualquer ameaça que Maria poderia oferecer à declaração.
Há pouco registro nas obras de Jane como a rainha do dia 11 até o 13, provavelmente resultado de alguma doença. No entanto, os escritos de Jane indicavam que sua pele estava descamando. Provavelmente era resultado do stress e ansiedade que passava na torre, enquanto uma típica revolta Tudor iniciava-se do lado de fora.
Até o dia 13, ficou claro que havia sérios problemas. As pessoas não suportam Jane e insistiam que Maria fosse coroada. O Conselho reuniu-se e decidiu que o pai de Jane, o Duque de Suffolk, deveria liderar as tropas. Jane, porém, angustiou-se com a idéia e insistiu que ele devia ficar – temendo por sua segurança. O apelo de Jane, além de sua idade e problemas de saúde, resultaram em Dudley sendo enviado em seu lugar.
No dia 14, Dudley liderou uma tropa de 600 pessoas, carregando uma variedade ímpar de armas que haviam sido adquiridas no dia anterior. Maria continuou a reunir apoio e o clima ficava cada vez mais negro em volta da Torre. As pessoas começaram a se revoltar, clamando por Maria. Jane ordenou que as portas da Torre fossem fechadas, e as chaves levadas para ela.
Ao oitavo dia, ninguém parecia saber o que fazer. Uma horrível briga entre o pai de Jane e a Duquesa de Northumberland iniciou-se, o motivo era a coroação de Guilford. No meio de tudo isso, chegaram notícias de que os camponeses do país estavam se recusando a pagar impostos em armas contra Maria.
No dia seguinte, o final trágico deste reinado era evidente, e todos haviam perdido as esperanças. Todos com exceção de dois membros dos Conselho, seu pai e Cranmer, tinham deixado o local. Cranmer no entanto, partiu naquela mesma tarde para juntar-se aos outros, a fim de salvar seu pescoço. Naquela noite, por volta das 5 ou 6 horas, Maria foi publicamente proclamada Rainha na Cruz em Cheapside por quatro trompetistas e dois arautos. Na mesma hora, nove dias antes, Jane havia sido proclamada e coroada Rainha.
As pessoas declararam sua alegria tocando os sinos da igreja, acendendo fogueiras e arrastando mesas nas ruas para que pudessem beber à saúde da rainha Maria.
Enquanto isso, Jane estava agora sozinha na torre. Seu pai infelizmente, a encontrou sentada sob o dossel de Estado. Ele então disse a ela: “Desça minha filha, este não é lugar para você.” Feliz, Jane levantou-se a abraçou seu pai, perguntando: “Posso ir para casa?”
Só que as coisas já haviam ido longe demais…

Caindo em desgraça:
Como Maria declarou-se Rainha, Jane permaneceu isolada nos apartamentos de estado com suas damas de companhia, até a tarde de 19 de julho. Em seguida, ela foi transferida para os quartos do vice-tenente, Thomas Brydges onde permaneceu por um tempo desconhecido até finalmente mudar-se para a torre verde.
Devemos observar, que enquanto Jane era uma prisioneira, ela não foi mantida em uma cela escura, alimentada somente de pão e água. Os registros mostram que ela foi autorizada a entrar no Jardim da Rainha e na colina no recinto da Torre. Três mulheres estavam em sua companhia, sendo que uma delas era sua aia de infância. Além disso, ela também tinha duas damas de companhia e um guarda em sua suíte. Seu subsídio, foi considerado muito bom para a época.
No dia 20 de julho, o Marquês de Winchester, Lord do Tesouro Real, veio para Jane e disse-lhe que algumas das jóias da coroa estavam desaparecidas e pediu-lhe que as devolvesse. Jane disse-lhe que havia devolvido tudo o que lhe havia sido dado. Ele no entanto, sem acreditar no que disse, exigiu que ela devolvesse os itens que faltavam. Jane sem ter o que fazer, deu-lhe a moeda mais valiosa que possuía, na tentativa de compensá-lo.
Em 27 de julho, o pai de Jane foi acusado de traição e preso. Ao ouvir isso, a mãe de Jane apelou diretamente para Maria I, pedindo que perdoasse seu marido – aparentemente, não fez tal esforço para ajudar Jane.
A nova rainha Maria I, entrou em Londres em uma procissão triunfal em 3 de Agosto, e o Duque de Northumberland, foi executado em 22 de agosto 1553. Em setembro, o Parlamento declarou Maria a legítima rainha, denunciando e revogando a proclamação de Jane como uma usurpadora.
Jane e seu marido Lord Guildford Dudley, foram ambos acusados de alta traição, junto com os dois irmãos de Dudley e o ex-arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer. O julgamento foi realizado por uma comissão especial no dia 13 de Novembro 1553, em Guildhall, Londres. A comissão foi presidida por Sir Thomas White, Lord prefeito de Londres e Thomas Howard, 3 º Duque de Norfolk. Outros membros incluíam Edward Stanley, terceiro conde de Derby e John Bourchier, segundo conde de Bath. Como era de se esperar, todos os réus foram considerados culpados e condenados à morte. Jane foi considerada culpada de ter assinado uma série de documentos como “Jane the Queen”; Sua sentença era “ser queimada viva em Tower Hill ou decapitada, como a rainha preferia”.
A rebelião protestante de Thomas Wyatt – o jovem em janeiro 1554 selou o destino de Jane, embora ela não tivesse nada a ver com isso. A rebelião de Wyatt foi uma revolta precipitada pelo casamento planejado da Maria com o futuro Filipe II de Espanha. O pai de Jane, o Duque de Suffolk, e seus dois irmãos juntaram-se à rebelião, o que levou o governo a continuar com o veredicto contra Jane e Guildford. Sua execução estava prevista inicialmente para 9 de fevereiro de 1554, mas foi adiada por três dias para que Jane tivesse a chance de ser convertida para a fé católica. Maria enviou seu capelão John Feckenham para Jane, que inicialmente não estava satisfeita com isso. Embora não cedesse aos seus esforços “para salvar sua alma”, ela fez amizade com ele e permitiu que a acompanhasse ao cadafalso.
Na manhã de 12 de Fevereiro 1554, as autoridades levaram Guildford de seus aposentos na Torre de Londres, para o local de sua execução pública em Tower Hill. Guildford foi executado por decapitação, na manhã do dia 12 de Fevereiro de 1554. Um cavalo puxando uma pequena carroça trouxe seus restos de volta para a Torre. Dizem que passando pelos quartos de Jane, ao ver o cadáver de seu marido, ela exclamou: “Oh, Guildford, Guildford”, e foi então, levada para a Torre Verde para ser decapitada…
De acordo com o relato de sua execução, dado em uma crônica anônima que serviu de base para a representação de Rafael Holinshed, Jane fez o seguinte discurso no patíbulo:
”Boas pessoas, estou aqui para morrer, e pela lei na qual estou sendo condenada. O fato contra Vossa Alteza a Rainha, na verdade foi ilegal, e consentido por mim, mas quanto desejar esta aquisição por mim ou em meu nome, eu lavo minhas mãos em inocência, diante de Deus e diante de vocês, bons cristãos, no dia de hoje.”
Ela então recitou o Salmo 51 (Tem misericórdia de mim, ó Deus) e entregou suas luvas e lenço para sua dama de companhia. O carrasco pediu-lhe perdão, que ela concedeu-lhe, suplicando: “Eu rezo para que você me despache rapidamente”. Referindo-se a cabeça dela, ela perguntou: “Você vai tirá-la antes que eu me deite?”, e o carrasco respondeu: “Não, senhora”. Ela, então vendou-se e em seguida, não conseguiu encontrar o bloco com as mãos e gritou: “O que devo fazer? Onde ele está?” – Provavelmente Sir Thomas Brydges, o vice-tenente da Torre, ajudou-a a encontrar seu caminho. Com a cabeça no bloco, Jane falou as últimas palavras de Jesus narradas por Lucas: “Senhor, nas tuas mãos entrego o meu espírito!”
Jane foi então decapitada. E assim morreu a Rainha por nove dias.
FONTES:
Lady Jane Grey.org: AQUI.
Assistam abaixo, a cena de execução de Jane, retirada do filme de 1986 intitulado Lady Jane, com Helena Bonham Carter em seu papel.
gostei do auxilio do video
acho que foi muito emocionante a cara da rainha quando jane não achava a o toco de colocar a cabeça
Estou confusa quanto às tutorias dela. Diz que em 1549 John Aylmer se tornou seu tutor, porém logo é dito que antes disso, em 1546 sua tutoria foi dada à Rainha Catarina Par na corte Tudor. Quando Catarina morre em 1548 ela passa ao viúvo Thomas Seymour. Porém logo mais a frente diz que quando Thomas foi executado por traição “Jane então, voltou para sua casa em Bradgate e sua tutela foi transferida para John Dudley, Duque de Northumberland”. Em que momento afinal a tutoria dela fica com John Aylmer???
Aylmer era responsável por sua educação. Já Catarina e Thomas foram responsáveis por seus cuidados gerais. Um era professor e os outros protetores. Existem diversos significados para a palavra tutor.