Os Tudors nunca perdiam uma chance de se divertirem, festas, batizados, casamentos, eventos comemorativos, qualquer ocasião em que pudessem interagir com os outros e enriquecerem suas vidas. As tradições medievais de esplendorosos torneios continuaram porém os Tudors, eram em base bem mais alfabetizados que o povo na Idade Média. Eles liam, participavam do teatro, e gostavam de dança e música. Caça e combates também foram considerados agradáveis atividades recreativas para eles. No entanto, a páscoa religiosa, também era um momento de séria reflexão dos pecados cometidos e orações, assim como nos tempos medievais.
Semana Santa:
O primeiro dia da Semana Santa era o Domingo de Ramos, quando o padre lia a história da triunfal chegada de Cristo à Jerusalém, montado em um jumento. Ele abençoava ramos de vegetação para que os paroquianos fizessem cruzes para carregarem nas procissões.
O clero preparava um relicário para o Domingo de Ramos, que continha o Santíssimo Sacramento e todas as relíquias que a Igreja poderia possuir. Antes de iniciarem os trabalhos, o clero e os paroquianos conheciam o exterior da igreja, e em seguida, levava o relicário em volta da igreja enquanto os paroquianos caminhavam em direção oposta.
Ao reunirem-se em frente a porta da igreja, o padre levantava o véu quaresmal que escondia a capela-mor da igreja durante a Quaresma e, em seguida, soltava-o novamente após a passagem do cortejo.
Na quarta-feira, o sacerdote lia as passagens da Bíblia que diziam respeito ao véu no principal Templo em Jerusalém. Posteriormente, o véu quaresmal seria removido e guardado até a celebração do ano seguinte.
Quinta-feira Santa, é o dia em que o clero preparava a igreja para a grande celebração da Páscoa, lavando os altares com água e vinho. Eles também ouviam confissões durante o dia.
Sexta-feira Santa:
A tradição medieval de “Arrastar à Cruz” ainda era uma prática popular na sexta-feira. O clero comemorava o sofrimento e a crucificação de Cristo arrastando um crucifixo ajoelhados diante do altar. Ao chegar ao local, eles beijavam os pés de seu salvador. Em seguida, os fiéis repetiam suas ações.
O sepulcro da Páscoa era um nicho de pedra ou madeira, que representava o túmulo selado. O clero enchia-o com a hóstia consagrada e um crucifixo. Em seguida, eles selavam-no cobrindo a entrada com um pano e velas acesas em volta. Os membros da congregação em seguida, revezavam-se cuidando dele até o Domingo de Páscoa.
Domingo de Páscoa:
Neste dia o clero apagava as velas na igreja, e em seguida as ascendiam antes de abrir o sepulcro. Uma grande missa especial era feita para celebrar a ressurreição. Agora a Quaresma tinha acabado e todos poderiam festejar com carne e laticínios. Frango, carne de vitela e de cordeiro, eram os favoritos para quebrar o jejum quaresmal. Ovos de Páscoa também foram um favorito (obviamente não eram de chocolate).
Após a Reforma inglesa, muitos rituais de Páscoa foram proibidos. A bênção da vegetação no Domingo de Ramos, a tradição de ascendentes para a Cruz, e os rituais sepulcro da Páscoa, foram proibidos na época.

Pães de páscoa (ou Hot cross buns):
Os pães eram comidos durante as festividades da Páscoa, mas eram servidos apenas na sexta-feira santa. Eles eram pequenos pães doces que continham fermento, passas e frutas cristalizadas. Antes de assar, o cozinheiro cortava uma cruz na parte superior do pão, e após o cozimento jogava um tipo de cobertura de pasta de açúcar de confeiteiro para preencher o recuo da cruz.
Uma velha cantiga de ninar celebra este antigo e favorito deleite inglês:
“Pães quentes de cruz,
Pães quentes de cruz,
Um centavo, dois centavos,
Pães quentes de cruz.
Se você não gosta deles,
Dê-lhes a seus filhos,
Um centavo, dois centavos,
Pães quentes de cruz”.
Fontes:
Suite101: AQUI.