O período Tudor foi famoso por seus pomposos eventos e banquetes tão apreciados pelos nobres, ricos e realeza. As cozinhas Tudor eram projetadas para fazer refeições para famílias inteiras ou até a corte no caso da nobreza. A cozinha de Hampton Court, principal palácio Tudor, tinha de fornecer comida para até 600 pessoas. Outras casas, palácios e mansões menores chegaram a precisar atender 200 pessoas. O menu Tudor para os bem abastados era extenso, porém, a etiqueta social do período, exigia que apenas pequenas porções de alimentos fossem servidas por vez. Novos alimentos e especiarias importadas foram inseridas à Inglaterra durante este período, fazendo com que novas receitas e menus incomuns fossem criados usando tais ingredientes. A apresentação dos alimentos também era de primordial importância, fazendo com que os funcionários que trabalhavam nas cozinhas Tudor não tivessem apenas que preparar os alimentos, mas também criar luxuosos tipos de apresentações, Hampton Court por exemplo, era famoso por seus bolos em formato de fortalezas com canhões e aves cozidas que eram depenadas e depois penadas novamente. Tendo em vista o que foi lido, podemos concluir que as cozinhas Tudor, principalmente para os mais ricos, tinham de ser grandes o suficiente para lidar com todas essas árduas tarefas.
Tamanho:
As cozinhas Tudor conforme visto acima, tinham de ser grandes. Uma casa pequena, porém de uma família rica, teria uma cozinha medindo cerca de 9 metros. No entanto, as cozinhas em Hampton Court chegaram a ocupar mais de 30 quartos, totalizando uma área de 3.000 metros quadrados. Estas enormes cozinhas chegavam a ter mais de 200 pessoas trabalhando para proporcionar duas refeições por dia para os até 800 membros da corte de Henrique VIII. A quantidade de alimentos consumidos era enorme. A Grande Cozinha em Hampton Court abrigava seis grandes lareiras e o calor era tão intenso que o Rei teve de ordenar aos cozinheiros que parassem de efetuar suas atividades na cozinha nus.
A Quantidade de comida em uma corte Tudor:
Um inventário de alimentos, nos faz ter uma ideia da quantidade carne consumida na corte de Elizabeth I durante um ano de seu reinado:
8.200 ovelhas
2.330 veados
1870 porcos
1.240 bois
760 bezerros
53 javalis
O conjunto de salas em uma cozinha Tudor:
A cozinha Tudor em Hampton Court, era composta por um conjunto de salas, cada uma com sua função específica, como por exemplo, a cozinha principal, as despensa e etc, como poderemos ver a seguir:
Cozinha Principal: Era nela que ficavam as lareiras e fornos para cozimento, elas possuíam enormes grelhas e duto de ar para a saída de fumaça. Estas grandes cozinhas também possuíam o abastecimento completo de água, com pias e um inteligente sistema de drenagem.
Buttery: Local onde era armazenado as bebidas de baixo custo como a cerveja. Posteriormente elas foram armazenadas em salas escuras rebatizadas de adegas. O encarregado das adegas era chamado de Butler.
Bottlery: Destinado ao armazenamento e distribuição de vinhos e outras bebidas caras. Mais tarde renomeada de Adega Privê.
Copa e Dispensas: Local de armazenamento de alimentos perecíveis.
Spicery: Local de armazenamento de especiarias importadas de todos os cantos do mundo, onde eram criados os temperos e posteriormente ampliado para armazenar frutas secas e frescas.
Confeitaria: Local onde eram elaborados os pratos doces.
Pastry House: Onde eram preparadas grandes quantidades de tortas e bolos, este local continha quatro fornos, um dos quais possuía mais de 3 metros de altura.
Depósitos: Localizados muitas vezes ao lado do Buttery, das Adegas e Dispensas, era usado para armazenas alimentos não perecíveis.
Boiled House: Onde era produzida a carne cozida, em fogaréu com panelas de cobre e cerca de 75 galões com água em ebulição.
Um visitante espanhol na corte Tudor em 1554, disse que as cozinhas eram ”verdadeiros infernos, tamanha a agitação nelas…há muita cerveja aqui, e eles bebem mais que o suficiente para encher o rio Valladolid”.
Fatos culinários no período Tudor:
A palavras ”pudim” historicamente refere-se a comida contida nos intestinos dos animais, que era retirada cozida e colocada nas tripas formando um tipo de pasta negra conhecida como Pudim negro ou salsicha. No século XVII os cozinheiros perceberam que podiam fazer alimentos alimentos doces com estas tripas dando início a palavra pudim para doces.
Os produtos que vieram da América levaram um certo tempo para tornarem-se populares, como por exemplo a batata, tomate, pimentão, pimenta, milho e até o chocolate. A única exceção desta regra foi o Peru, que chegou muito cedo à Inglaterra e logo tornou-se amplamente difundido na culinária local.
A carne assada era servida em quase todas as refeições da corte, sendo um sinal de opulência por vários motivos. Ter carne fresca durante o ano inteiro era um luxo apenas para os ricos (a maioria comia carne em conserva ou salgada); pessoas comuns teriam carne cozida apenas quando podiam pagar para assar, por falta de tempo você também podia contratar o ”menino do cuspe” que ficaria o dia inteiro sentado girando os espetos de carne para assá-las. De fato era um prato digno de um rei!
A culinária dos ricos no período Tudor era basicamente a mesma dos ricos do resto da Europa. Por exemplo, se azeitonas estivessem sendo usadas na Itália, o Rei então, teria de servi-la também. Estilos regionais favoritos existiram, mas muitos dos pratos principais tinham como base estilos similares. O diferencial ficava em torno dos adornos no prato.
Henrique VIII estendeu as cozinhas de Hampton Court em 1529. Com sua finalização passaram a ser 55 ambientes com fornecimento de 600 refeições por dia para toda a corte.
Imagens da cozinha de Hampton Court:

Foto de: http://www.nowpublic.com por Martin23

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Foto por: gallery.nen.gov.uk

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