Após a queda e execução de sua mãe, a vida de Elizabeth nunca mais foi a mesma. Na época, ela era muito jovem para entender o reais efeitos que a morte de sua mãe traria ao seu estilo de vida. O casamento entre seu pai e sua mãe foi anulado e a jovem Elizabeth agora, não passava de uma bastarda. Mais tarde, ela foi destituída de seu título de princesa, assim como sua irmã havia sido anteriormente, para tornar-se simplesmente, Lady Elizabeth. Elizabeth era uma criança muito inteligente e a mudança em seu nome não passaria despercebida, certo dia , ela exclamou: “Como pode ontem ter sido chamada de Lady Princess e hoje Lady Elizabeth?”. Poucos dias após a morte de sua mãe, Henrique casou-se novamente, desta vez com Jane Seymour, antiga dama de companhia de sua mãe (Ana Bolena também havia sido dama de companhia da primeira esposa de Henrique VIII, Catarina de Aragão, mãe de Maria). Embora Elizabeth ainda tivesse sua própria casa, com o passar do tempo, sua governanta descobriu que as necessidades daquela pequena criança, aos poucos foram sendo negligenciadas, fazendo-a com que se sentisse na obrigação de escrever ao Rei, pedindo-lhe que garantisse a Elizabeth bens básicos, como roupas para vestir, pois as que usava já estavam pequenas.
Sua madrasta Jane Seymour, morreu de febre puerperal poucos dias após dar à luz ao tão desejado herdeiro varão de Henrique VIII. O Rei ficou devastado com sua morte e deu-lhe um enterro real na Capela de St. George no Castelo de Windsor. Assim como Elizabeth, seu irmão Edward, também teve que crescer sem uma mãe, e desde sua tenra idade, as crianças desenvolveriam um vínculo estreito. Embora Elizabeth estivesse se dando bem com sua meia-irmã, Maria, elas nunca se entendiam. Elas possuíam religiões diferentes, Elizabeth era protestante, e Maria, católica, algo que no futuro viria a ser um assunto de extrema importância. Além de diferenças religiosas, Maria também era 17 anos mais velha, vinda de diferentes conexões familiares, além de possuírem personalidades bastante diferentes. Edward e Elizabeth no entanto, estavam mais próximos em idade e possuíam a mesma religião.
Desde muito cedo, Elizabeth recebeu uma educação exemplar, ela aprendeu latim, grego, espanhol, francês, assim como todas as outras exigências para uma requintada educação clássica, filosofia, história, matemática, entre outros… Quando Elizabeth tinha quatro anos, Lady Bryan foi substituída como governanta por uma jovem chamada Katherine Champernowne. Katherine era doce e maternal, uma senhora bem educada, que veio trazer o carinho que faltava de uma mãe que perdera muito cedo. Ela tornou-se uma importante figura na vida de Elizabeth, a todos os efeitos, de fato, foi a extensão de uma figura materna, e Elizabeth carinhosamente passou a chamá-la de “Kat”. Mais tarde, Kat casou-se com o primo de Elizabeth, John Ashley (ou Asteley). Bem como Kat Ashley, a família imediata de Elizabeth também incluiu uma mulher galesa chamada Blanche Parry, e Thomas Parry (possivelmente irmão de Blanche). Blanche permaneceu amiga e confidente de Elizabeth até o fim de sua vida. Ao morrer no final de 1580, Elizabeth deu-lhe um elaborado e requintado túmulo em nome da longa amizade que tiveram.l Blanche também ensinou Elizabeth um pouco de sua língua galesa nativa. Elizabeth era uma talentosa aprendiz e impressionou aqueles que à ensinaram. Roger Asham, um conhecido estudioso, responsável por tutoria de outros inúmeros e talentosos alunos, considerou Elizabeth, sua estrela mais brilhante. Além da leitura e da escrita, Elizabeth também passou seu tempo aprendendo a tocar instrumentos musicais, o que ela veio fazer com um grau de proficiência, ela também aprendeu costura e arte.
O casamento de Henrique com sua quarta esposa, Ana de Cleves, foi rapidamente anulado, após o Rei frisar muito bem, que ela não o agradava. Ana permaneceu na Inglaterra sob o título de ”querida irmã” do rei, ela e Elizabeth nutriram um bom relacionamento. A quinta esposa de Henrique, Catarina Howard, teria um impacto maior na vida da jovem Elizabeth. Catarina era prima em primeiro grau de sua mãe, Ana Bolena, tornando-a sua prima em segundo grau. A jovem rainha nutriu um profundo e interessante interesse por Elizabeth, sendo muitas vezes vista brincando com sua jovem enteada. Quando Catarina jantou em público pela primeira vez, ela concedeu a Elizabeth o lugar de honra à sua frente. Para a jovem Elizabeth, que até agora havia passado sua vida nas sombras da corte, ignorada como insignificante, esta deve ter sido uma ocasião importante.
Infelizmente, o alegre período que viveu com sua jovem madrasta não duraria muito. Catarina cometeu adultério, sendo logo descoberta. Assim como sua prima Ana Bolena, Catarina foi levada para a Torre de Londres, condenada à morte e executado na Torre Verde. Este deve ter sido um episódio muito doloroso e confuso para Elizabeth, que tinha apenas oito anos de idade. A extensão do impacto de outra morte em sua vida, dificilmente pode ser medido, porém é conhecido que Robert Dudley (seu amigo e confidente de infância até o dia em que tornou-se Rainha), disse muitos anos mais tarde, que aos oito anos de idade, Elizabeth disse que nunca iria casar-se. Em apenas oito anos, ela havia perdido a mãe e três madrastas, duas das quais estavam mortas. Além disso, sem dúvida, ela havia escutado histórias sobre o destino da mãe de sua meia-irmã, Catarina de Aragão e não é surpreendente que tantos eventos combinados, tenham resultado em uma extrema aversão ao matrimônio.
Mas a vida com a sexta esposa de Henrique, Catarina Parr, mostrou-se até então, tranquila para Elizabeth. Catarina era uma mulher extremamente maternal e fez o melhor que pode para os filhos de seu marido. Gostava de tê-los ao seu redor, e dedicou-se a conciliar Elizabeth e Maria com o Rei. Mas a vida não era certamente idílica. Durante a estadia na corte, Elizabeth conseguiu ofender profundamente seu pai, sendo banida do Palácio. A natureza exata desta infração permanece desconhecida, talvez tenha sido algum comentário ou pergunta sobre sua mãe ou Catarina Howard, ou talvez uma observação sobre religião ou política que Henrique tenha julgado inadequado para uma criança. A reação de Henrique foi alarmante, mas com a intervenção de Parr, o episódio foi esquecido e Elizabeth foi novamente autorizada à voltar para a Corte. Nesta fase, a saúde de Henrique esvaia-se cada vez mais. Ele possuía uma enorme úlcera fétida e supurada na perna que o perturbava imensamente e seu enorme peso prejudicou consideravelmente a sua mobilidade. Tornava-se claro para todos ao seu redor que seus dias estavam contados. Ele morreu em 28 de janeiro de 1547.
Elizabeth estava com seu irmão, Edward, no palácio real de Enfield (Londres), quando foram informados da morte de seu pai. Ela e seu irmão choraram amargamente, abraçados. Ambas as crianças sabiam que suas vidas estavam prestes a mudar consideravelmente, e as suas lágrimas podiam muito bem ter sido de medo pelo futuro, assim com da dor pela morte de seu pai, tirânico, mas por vezes, gentil. Ambos estavam agora órfãos. Elizabeth tinha treze anos de idade, e Edward tornou-se Rei da Inglaterra com apenas 9 anos de idade.
FONTES:
Elizabethi,org: AQUI.
Muito bom, a saga Elizabeth vai durar bastante pelo jeito =D
Estou com pouco tempo para acompanhar as atualizações do Tudor Brasil, mas sempre que puder eu comentarei!
Sim, ainda durará algum tempo. Em breve, novas sagas surgirão, tenho apenas que terminar a de Elizabeth e Ana Bolena.
Fico realmente feliz que acompanhe e goste da página Rayssa, sabe que é sempre bem-vinda!=)