A ancestralidade espanhola Tudor

Maria de Padilha choca a corte hispanica. Pintura de Paul Gervais.
Maria de Padilha choca a corte hispanica. Pintura de Paul Gervais.

Quando pensamos nos Tudors, lembramos-nos de sua ancestralidade galesa e francesa, justamente pelos avós do primeiro monarca desta dinastia, Owen Tudor (galês) e Catarina de Valois (francesa). Entretanto há outras etnias que ajudaram a forjar o “sangue” nobre da dinastia. Vou utilizar o termo Etnia, pois acredito ser mais fácil de compreender do que nacionalidade, visto que no período em questão não haviam nações, tampouco a estrutura de um Estado nacionalista.

Não nos lembramos, por exemplo, que existem outros grupos étnicos que são ancestrais de Henrique VIII e um deles é o espanhol.
Se perguntarmos qual monarca Tudor possui sangue “espanhol”, acredito que o que vem a mente de todos é: Maria I, devido ao fato de ser filha da primeira esposa de Henrique VIII, Catarina de Aragão, uma princesa espanhola filha dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela, nascida em Granada, uma atual região espanhola. Mas não é apenas Maria que carrega a herança espanhola no sangue, os Tudors de Henrique VIII adiante, também carregam em sua veias, o sangue espanhol, pela via de Elizabeth de York.

Isabel de Castela, duquesa de York:

Toda esta saga tem inicio no ano de 1355, onde hoje é território Espanhol. O rei Pedro I, também conhecido como o “cruel” ou “justo” teve mais uma filha com sua amante, Maria de Padilha, o nome dela: Isabel.
Pedro e Maria até onde se sabe, não eram legalmente casados, a esposa de Pedro era a francesa Branca de Bourbon e Pedro apenas a desposou, com a intenção de estreitar alianças entre Castela e França. O que é sabido é que pouco tempo após casar-se com Branca, Pedro abandonou-a por Maria.

Isabel foi à terceira filha do rei espanhol e sua amante. Ela e sua irmã mais velha, Constança de Castela, casaram-se com os filhos do Rei Henrique III da Inglaterra. Constança tornou-se Duquesa de Lancaster, enquanto que sua irmã mais nova, tornou-se a Duquesa de York.
Isabel Duquesa de York e esposa de Edmund Langley tiveram três filhos: Edward de Langley, Constança de York e Ricardo de Conisburgh, e é através dele que os Yorks e parte dos Tudors vão receber este legado espanhol. Ricardo é avô de Eduardo IV da Inglaterra (ou seja, Isabel era sua bisavó).

Isabel de Castela e Edmund Langley

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Richard of Conisburgh & Anne de Mortimer

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Ricardo de York, 3º duque de York  &   Cecily Neville

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Eduardo IV  & Elizabeth Woodville

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Elizabeth de York  & Henrique VII

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Henrique VIII

A intenção deste artigo, é mostrar que a maneira muitas vezes estereotipada na qual os espanhóis são vistos atualmente em muitos círculos de historiadores é errônea. Como todos sabemos, não apenas os Tudors, mas toda a nobreza européia, foi e é, bastante miscigenada dentro dos berços dos maiores reinos da Europeus, conforme dito acima, a intenção era simples, estreitar laços entre reinos. A maneira na qual os espanhóis são repetidamente retratados perante os ingleses em filmes históricos é meramente ficcional e não corresponde a verdade. O ressentimento espanhol/inglês de ambos, viria surgir apenas após a armada espanhola, e perduraria até os dias de hoje. A Espanha era uma potência e respeitada por este motivo, suas raízes eram próximas, e não haveria motivo para desmerecer um reino tão promissor.
Esperamos que após este artigo, a maneira como muitos leitores enxergam a Espanha daquele período, mude para um olhar mais amplo.

FONTES:

Avocadoridge: AQUI.

5 comentários Adicione o seu

  1. Sandra Coelho disse:

    Gosto muito do seu site, venho aqui frequentemente.
    Mas fiquei com uma dúvida, o Rei D. Pedro I que está a referir é filho de D. Afonso IV e D. Beatriz de Castela? Porque se for é um Rei Português e não Espanhol, como refere em “Isabel foi à terceira filha do rei espanhol e sua amante.”.
    Pode esclarecer a minha dúvida?

    Muito Obrigada,

    Sandra Coelho

    1. tudorbrasil disse:

      Olá Sandra, que bom que gosta do site, ficamos muito felizes com isso!=)

      Bom, sobre a dúvida, o D. Pedro em questão, trata-se de Pedro I de Castela, um monarca espanhol que reinou de 1350 a 1369. Não era o D. Pedro I português, conhecido pelo caso de amor com Inês de Castro, são pessoas diferentes!
      O Pedro que nos referimos, foi filho de Maria de Portugal e Afonso XI.
      Quando nos referimos a ”Isabel foi a terceira filha do rei espanhol e sua amante”, queremos dizer que foi a terceira filha de Pedro I de Castela e sua amante Maria Padilha.
      Espero ter ajudado e obrigada por comentar!

      1. Sandra Coelho disse:

        Muito Obrigada pela sua resposta tão completa e desculpe o meu equívoco.
        Adoro vir aqui e espero que continue a colocar estes artigos tão fascinantes.

        Obrigada,

        Sandra Coelho

      2. tudorbrasil disse:

        Imagine Sandra Coelho, disponha!=)
        Obrigada por comentar e espero que volte sempre!

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