A historiadora e curadora inglesa do Historic Royal Palaces, Lucy Worsley, descreve sua semana vasculhando o guarda-roupa de Elizabeth I:
Eu tenho trabalhado em um novo documentário de televisão da BBC, baseado na Cerimônia Real da Coleção de Vestimentas, uma coleção de mais de 12.000 peças de vestidos da Corte, armazenados no Palácio de Hampton Court. O projeto tem me obrigado (embora deva admitir que não precisariam pedir duas vezes) a usar alguns trajes antigos. Eu particularmente, gostei de trajar uma réplica do vestido da Armada, utilizado por Elizabeth I em seu retrato comemorativo sobre a vitória contra os espanhóis, em 1588. O vestido é composto de veludo preto e pérolas, usados sobre uma saia de cetim branco. Estas peças superficiais do vestuário, estão dispostas por um conjunto de grandes aros de madeira (o farthingale), posicionadas no topo, por um grane rolo de veludo firmemente atado por um espartilho de linho. Eu usei o traje por apenas três horas, mas devido a um ligeiro mal posicionamento dos aros do farthingale, isto fez com que os ossos do meu quadril, doessem, mesmo depois de quatro dias.

Quase todos os conjuntos de espartilhos, usados por pessoas recriando os trajes elizabethanos atualmente, são baseados em um dos projetos mais notáveis da história das vestimentas: O espartilho feito em 1603 para efígie funeral de Elizabeth I, que filmamos na Abadia de Westminster. Feito de cera, madeira e tecidos, as efígies funerárias foram construídas para substituir o corpo em decomposição, do soberano morto. A efígie de Elizabeth I é dita ter sido tão bem pintada, que parecia que ela ainda estava viva e trajando suas vestes Reais. Hoje, a efígie é exibida despida de suas roupas originais. Tais itens íntimos ligados a uma das maiores mulheres da história, apresentam uma visão extraordinária e bastante comovente. É difícil acreditar, que o espartilho no corpo de uma mulher de 69 anos anos, fosse atado tão firme em sua pele, de modo que sua silhueta parecesse tão longa e fina. Isto foi em parte, a moda Tudor, mas também foi em parte, a indomável Rainha, querendo parecer como uma figura mística, uma deusa de outro mundo.
Ansiosa para saber de mais relatos de Lucy, sobre esta maravilhosa experiência que é adentrar nos armários Reais britânicos!
FONTES:
Telegraph.co.uk
