Conforme vimos no artigo anterior sobre sua coroação, quando Elizabeth tornou-se Rainha em novembro de 1558, acreditava-se que ela iria restaurar integralmente a fé protestante na Inglaterra. A perseguição de Maria sobre os protestantes, com a intenção de restaurar a antiga fé, havia causado certo dano ao catolicismo na Inglaterra, e o número de protestantes estava cada vez maior. Embora Elizabeth houvesse aderido à fé católica durante o reinado de sua irmã, ela tinha havia sido criada como protestante e estava comprometida com esta fé. Porém, as convicções religiosas de Elizabeth, eram notavelmente tolerantes para a época em que ela viveu. Ela acreditava sinceramente em sua própria fé, mas também acreditava na tolerância religiosa, e que os católicos e os protestantes, eram ambos parte da mesma fé. “Existe apenas um Cristo, Jesus, uma só fé”, ela exclamou mais tarde em seu reinado, “todo o restante, é uma disputa sobre ninharias”. Ela também declarou que ela “não tinha vontade de fazer janelas, para a alma dos homens”.
Ao longo de seu reinado, a principal preocupação de Elizabeth, foi em trazer a paz e a estabilidade do reino, e a perseguição religiosa, só foi adotada, quando certos grupos religiosos, ameaçaram esta paz. Foi lamentável para Elizabeth, que muitos de seus contemporâneos, não compartilhassem com suas opiniões sobre a tolerância, e ela foi forçada pelas circunstâncias, a adotar uma linha mais rígida para com os católicos, do que inicialmente pretendia. A tolerância de Elizabeth com os católicos, e sua recusa em fazer mudanças na Igreja em 1559, levou alguns historiadores a duvidarem de seu compromisso com a sua fé – até mesmo a afirmarem que era atéia, mas tais informações são enganosas. Elizabeth queria uma Igreja, que funcionasse para católicos e protestantes, ela não queria mover a igreja exclusivamente sob rumo protestante, portanto, tal ato, tornou mais difícil para os católicos, aceitarem a igreja deste jeito, do que como era antes. A forma de adoração, também foi adequada a conservadora religião da Rainha. Ela tinha pouca simpatia com extremistas protestantes, que queriam tirar da igreja sua elegância, proibir música coral/sacra, toques de sino e festividades, ela gostava da igreja como era.
Elizabeth, esperava que, mantendo a Igreja como era, as pessoas se acostumaram a isso. Ela queria que sua sua igreja fosse popular com seu povo, e que assim, se quisessem, os católicos naturalmente voltariam-se para o protestantismo, religião que ela escolheu. Neste aspecto, ela foi muito bem sucedida, pois em meados de 1603, a nação inglesa, contava com uma população quase totalmente protestante, os católicos eram minoria. Na maioria de seus Palácios, Elizabeth teve sua própria capela privada e supostamente, rezava nelas, todos os dias. Ela via-se como um receptáculo de Deus na terra, e orava, para determinar a vontade dele, para que ele pudesse revelar à ela, fatos para que ela implementasse. Embora as crenças reais de Elizabeth nos iluda, somos capazes de obter uma indicação delas, à partir de suas atitudes e gestos. Suas capelas eram conservadoras – o crucifixo foi exibido, e ela também gostava de velas e música. Ela não gostava de longos sermões protestantes, mas também expressou descontentamento com alguns rituais católicos, como a elevação da hóstia, o que implicava que ela rejeitou a crença católica da transubstanciação. Ela também não aprovou realmente o casamento entre o clero, como expressou em diversas ocasiões, mas como este foi um aspecto integral do protestantismo, ela teve que aceitá-lo.
A indicação mais pessoal de suas crenças, são as orações que ela escreveu para o seu povo, e as cartas que ela escreveu para seus amigos e parentes. Nestas cartas, muitas vezes ela refere-se a Deus e à necessidade de aceitar a sua vontade. Em suas orações, ela também reconheceu suas próprias falhas e deficiências. Elizabeth não foi de maneira alguma, a protestante perfeita, forjada por muitos de seus clérigos; ela praguejava terrivelmente, falava palavrões e usava expressões que alguns acreditavam serem blasfemas, uma de suas favoritas era: ”A morte de Deus”, e sua suntuosa aparência, foi criticada pelos protestantes mais radicais, conhecidos como “puritanos”, que a acusaram de vaidade e idolatria, mas não há nenhuma razão para duvidar de que a Rainha era protestante, comprometida com sua fé, e que levou este assunto, muito à sério.
Fontes:
Elizabeth I: AQUI.
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