Continuação, leia a parte I: AQUI.

A caminho da Corte Tudor:
No outono de 1539 o Rei casou-se com Ana de Cleves, sua quarta esposa. Mais uma vez, várias damas, seriam requeridas para servir a nova Rainha na Corte. Havia uma feroz competição para ser uma das afortunadas, mas graças a influencia de seu tio, o Duque de Norfolk, Catarina, junto com suas primas, foram escolhidas para ocupar os disputados cargos de damas de companhia. Em dezembro daquele ano, Catarina Howard encontrava-se na Corte, pronta para estar a disposição da nova Rainha da Inglaterra, que não tardaria muito a chegar.
A joia das joias:
Segundo conta-nos a autora Karen Lindsey, Henrique VIII, antes mesmo da chegada de Ana de Cleves já sentiu-se atraído pela jovem Catarina. Sabemos disto, graças a uma declaração feita por Agnes Howard, a Duquesa viúva de Norfolk: “O monarca apaixonou-se por ela, desde o primeiro dia que a viu”. O que sabe-se, é que na primavera de 1540, o Rei começou a perseguir Catarina Howard. Ao chegar a Páscoa, sua paixão por ela, já era notória e o partido católico da Corte, encabeçado por Norfolk e Gardiner, não perderam tempo em tirar vantagem de sua boa sorte. É provável que Norfolk tenha ordenado a sua sobrinha, que estimulasse o afeto do Rei. Embora ela correspondesse a suas investidas, ela deveria manter “certas distancias”, ou seja, nunca permitir que o monarca “chegasse ao objetivo final”.

Os motivos de Norfolk e Gardiner eram tanto políticos, como religiosos, pois Ana representava a aliança protestante e Catarina, por pertencer ao clã Howard, representava a facção conservadora que apoiava a doutrina tradicional da Igreja da Inglaterra, sob a nova liderança do Rei. De fato, as duas mulheres eram fiéis “de modo moderado e convencional”, portanto não muito convictas. Compartilhavam a crença básica em Deus e a boa vontade para cumprir suas obrigações religiosas.
Thomas Howard, elogiou a “pureza e honestidade” de sua sobrina, enquanto Stephen Gardiner frequentemente, organizou banquetes e passatempos para o Rei e Catarina no Palácio de Winchester, em Southwark. A historiadora Joanna Denny, explica em sua biografia de Catarina, que inclusive antes da anulação de seu matrimônio com Ana de Cleves, o Rei mostrava seu amor por ela, enchendo-lhe de joias e vestidos, além de sentir-se rejuvenescido pela juventude e vivacidade de sua nova conquista. Estava incrivelmente encantado, como nunca antes o haviam visto. O Embaixador Chapuys a considerava “geniosa e teimosa”, o que provavelmente, devia-se ao fato de Henrique mimá-la excessivamente.
Em abril de 1540, Henrique já havia deixado claro, que desejava a todo custo, livrar-se de Ana de Cleves e declarou diante de Deus, que acreditava que Ana, não era sua esposa legítima. Informados da vontade do Rei, o Parlamento pediu que fossem examinadas as circunstancias de tal matrimonio, dado que o próprio Parlamento duvidava de sua validez.
O cavalheiro galante:
Thomas Culpepper, tinha por volta de 30 anos; seu charme era uma de suas melhores armas. Era o típico homem a ter éxito na Corte Tudor: ambicioso e capaz de usar impiedosamente, seu cativante magnetismo, para chegar a seus propósitos. Ele era um parente distante de Catarina, pelo lado de sua mãe Joyce Culpepper (eram primos em sexto grau). Ele foi introduzido no Palácio como pagem, e em apenas dois anos de muito esforço, havia chegado a invejada posição da Câmara Privada do Rei. Culpepper havia alcançado o privilégio de dividir dormitório com o Rei e de cuidar de sua perna ulcerada. Em 1537, já era notória a influência que Culpepper exercia sobre o monarca, chegando a tal ponto, que Lady Lisle, enviou-lhe um magnífico falcão em troca de seu patrocínio.

Culpepper estava longe do herói romântico dos contos de cavalaria. Era o típico “bad boy” com seu lado negro e passado enigmático. Sabe-se por uma carta de um comerciante de Londres, dirigida a um amigo, que vivia na Alemanha, e que havia violentado brutalmente a esposa de guarda dos bosques, enquanto três ou quatro de seus assistentes seguravam-na por sua ordem. Além disso, quando passou por ali, um pobre homem que tentou defender a mulher, Culpepper não hesitou em matá-lo. Esta sórdida história, terminou com o perdão do Rei a Culpepper, que à partir do ponto de vista do monarca, nada mais foi, que um mero pecado sexual de um jovem homem na flor de seus hormônios. Henrique VIII não queria ver-se privado da companhia deste jovem “louco”. Culpepper também era extremamente ambicioso: ele e seu irmão, que também chamava-se Thomas e servia na casa de Cromwell, sempre tentaram satisfazerem sua sede de ganância: buscavam concessões de terras monásticas, cargos na Corte e pensões.
CONTINUA…
FONTES:
Artigo escrito por Lady Caroline. Leia em espanhol: AQUI.
Conheça: Los Líos de la Corte!