A Dama vivaz e o Rei apaixonado:
Assim como Thomas Culpepper estava a anos luz de ser um príncipe de contos de fadas, Catarina também não era o que poderia considerar-se, como a frágil protagonista de um romance vitoriano. Pelo contrário, tratava-se de um idílio que convertia-se no prazer proibido, luxúria, poder e ambição (estes últimos, vindos de Thomas), além da falta de juízo, presente em ambas as partes. O historiador Lacey Baldwin Smith, descreve Catarina como uma menina alegre e vivaz, que desconhecia por completo, as consequências que ocasionariam suas ações irresponsáveis. David Starkey conta-nos também, que era uma menina com qualidades de liderança e bastante resolvida. Por outro lado, Antonia Fraser ressalta, que Catarina era o tipo de garota que perde facilmente a cabeça por um homem, em suma, uma mulher que aceita sem muitas reticencias, as investidas masculinas. Inclusive, chegaram a pensar, que devido a idade do Rei, Catarina havia tido um affair com Culpepper, para dar ao monarca, um herdeiro varão saudável. No entanto, descarta-se totalmente a possibilidade de que Howard, tenha sido o tipo calculista fria e ambiciosa. Conforme podemos notar, Howard foi o tipo de jovem ingênua, não via inconveniente algum em agir do modo que quisesse, contando que não fosse pega. Segundo suas próprias palavras, havia aprendido “como as mulheres podiam relacionar-se com um homem, e não conceber filhos, a menos que eles quisessem”.
Voltando ao início de sua história com Henrique VIII, à partir de Abril de 1540, o Rei havia começado a conceder terras a Catarina. Em Maio, ela recebeu vinte e três presentes de seda acolchoada, pagos pelo monarca. Isto denota uma notória importancia e um privilégio de apreço e afeto vindos do soberano. Não está totalmente claro, se Henrique tornou Catarina sua amante antes do matrimônio, mas o que não há dúvidas, é que estava profundamente apaixonado por ela. Enquanto ainda casado com Ana de Cleves, há registros de que o Rei atravessava o Tâmisa para ir visitá-la, mesmo em horários inoportunos, como após a meia-noite. Henrique ia visitar Catarina quase todos os dias, mas a maioria das pessoas, acreditavam que aquele era um inocente caso de amantes, como qualquer outro, não passava pela cabeça de ninguém, que a jovem e inocente Catarina, poderia um dia, tornar-se Rainha da Inglaterra.
Uma semana antes do casamento, começou a circular o rumor de que Catarina estava grávida. Na realidade, o mais provável, é que a família da futura noiva, não permitisse que a jovem ficasse a sós com o Rei, até que o matrimônio fosse concluido. Eles sabiam que se ela continuasse sendo comedida e casta, as probabilidades de conquistar a coroa eram muito mais altas, em outras palavras, ela apenas teria de manter o foco na trajetória de suas antecessoras. No entanto, quando o noivado foi confirmado, o ambiente seguramente, tornou-se mais “calmo”. Henrique estava fascinado por sua futura esposa e considerando a personalidade de Catarina, é improvável que ela, tenha rejeitado suas investidas. A jovem adolescente viu-se envolta de jóias valiosas, vestidos caros, tecidos ricos e muito dinheiro, era natural, que como jovem e inocente, passasse a sentir-se exuberante, diante tantas atenções e mimos de seu apaixonado benfeitor.
Na realidade, a família Howard, sabia que Catarina não era a candidata ideal para Rainha. Segundo Antonia Fraser, apesar de ter “um passado”, não significava que a jovem fosse tão promíscua, quanto muitos chegaram a afirmar: muitas jovens daquela época, se houvessem exposto suas vidas particulares, haveriam demonstrado experiencias semelhantes, especialmente, quando esperavam casar-se como o homem no qual mantinham relações. Por outro lado, é certo que também não era nenhuma jovem inexperiente, no quesito sexual. O que aconteceu, é que provavelmente, existia um pré-contrato de casamento com Francis Dereham. O jogo era perigoso: a relação de Catarina com Dereham, não havia sido exatamente secreto, já que “muitos presenciaram”. Em todo caso, uma vez que o Rei mostrou interesse por ela, tudo foi convenientemente ocultado e esquecido. Não podia esperar-se outra coisa dos Norfolk, afinal, jamais seria interessante, que o Duque indicasse um partido errado para seu soberano. Quem seria capaz de atropelar seu próprio triunfo? Além do mais, Henrique havia sido seduzido, portanto, quem teria coragem de atentar contra a ira do Rei, mexendo e revirando o passado de sua “rosa sem espinhos”?
CONTINUA…
Artigo escrito por Lady Caroline. Leia em espanhol: AQUI.
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Cadê a continuação? 😦
Estamos esperando a saga da autora original finalizar. Por isso ainda não postamos toda. 🙂
Ainda não há continuação? Gostei muito deste site, é uma pena não ter mais novidades.
Sempre temos novidades, apenas temos uma fila de artigos para postar antes de outros, Lara. Postamos um artigo dias atrás, por exemplo.