Elizabeth I – Parte XIII: Governo

Elizabeth 1 and Parliament
A Inglaterra no reinado de Elizabeth I, foi um lugar muito bem estruturado, possuindo um complexo sistema de governo. Em primeiro lugar, estavam as corporações de governo, como o Conselho Privado e o Parlamento, em seguida, ficavam as corporações regionais, como o Conselho das Marchas e do Norte e por último, as corporações dos condados e das comunidades.

O governo nacional, ou melhor dizendo, central, consistia em:

*Monarca
*Conselho Privado
*Parlamento

Monarca:
O governo inglês no período de Elizabeth I, foi muito diferente do que conhecemos atualmente. A Rainha Elizabeth era figura fundamental do governo – ao contrário dos monarcas atuais, que são em grande parte, meras figuras em um todo – tendo de tomar todas as principais decisões de seu governo. Mesmo assim, Elizabeth não poderia fazer tudo sozinha e por isso, teve vários DetailfromtheCharterofEmmanuelCollegeCambridge1584byUnknownArtistconselheiros e funcionários, para ajudá-la a governar o país com justiça e sabedoria.

A rainha não estava acima da lei, ela tinha que agir de acordo com ela; mesmo assim, Elizabeth ainda era uma mulher muito poderosa. Nenhuma lei poderia ser aprovada sem seu consentimento. Ela poderia decidir a religião do país, decidir quando o parlamento deveria ouvi-la, quando o país deveria ir para a guerra, além de tomar decisões sobre a educação, o bem-estar de seu povo, e até mesmo a comida que poderiam comer e a roupa que deveriam usar. Ela também, foi responsável pela escolha dos homens que lhe ajudariam a governar e tinha o poder de enviar homens e mulheres para a prisão e ordenar suas execuções.  Todos no país tinham de obedecê-la. Desobedecer a Rainha era contra a lei, podendo ser considerado traição, para a qual a pena era a morte.

Os homens mais poderosos do reino, eram os que Elizabeth escolhia ter ao seu redor. Estes eram em grande parte, seu cortesãos. Homens poderosos, não necessariamente, precisariam ter posições de poder no reino. Por exemplo, por alguns anos, Robert Dudley não possuiu um cargo importante, mas era muito poderoso por causa de seu relacionamento com Elizabeth (seja da natureza que for).

Elizabeth governou o país com a ajuda de duas grandes corporações. O Conselho Privado (e suas instituições envolvidas, o Conselho das Marchas e Norte) e o Parlamento.

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Conselho Privado:
The_Somerset_House_Conference,_1604_from_NPGO Conselho Privado, foi responsável pela administração do país. A entrada de alguém no Conselho, dependeria do que a rainha pudesse querer da pessoa, mas como alguns nobres de seu reino, possuíam muito dinheiro e influência onde viviam, Elizabeth teria de ter certeza, que os homens mais poderosos de seu país, teriam seus interesses representados. Caso não o fizesse, eles poderiam rebelar-se contra ela. No reinado de Maria I, o conselho era muito grande, mas Elizabeth não queria isto. Ela acreditava que muitas pessoas com ideias diferentes, só causariam mais problemas, ao contrário de resoluções. Seu primeiro Conselho, contava com apenas 10 membros, em comparação aos 50 membros de sua antecessora. No período de sua morte, em 1603, este mesmo Conselho, havia reduzido-se para 13 membros.

Os Conselheiros Privados, estavam envolvidos em uma série de áreas governamentais, incluindo religião, assuntos militares, segurança da Rainha, economia e bem-estar de seu povo. Eles poderiam ser chamados para tratar de assuntos de interesse nacional, assim como surpreendentemente, para tratar de questões mundanas, que afetavam indivíduos e não o país. O Conselho emitia proclamações em nome da rainha, e supervisionava a execução de estatutos. Um dos principais papéis do Conselho, era aconselhar Elizabeth, quando ela necessitasse. Os conselheiros nem sempre concordavam entre si, no entanto, Elizabeth teria de ouvir todos os lados de um argumento e em seguida, ter sua própria opinião sobre como agir. O fato de seu conselho nunca concordar em unanimidade, aumentava o poder da rainha em suas opiniões e respostas finais. Como por exemplo, se o Conselho Privado inteiro, tivesse escolhido um marido para ela, seria muito complicado e estranho, que Elizabeth discordasse deles. Todos eles concordaram que ela deveria casar, mas não decidiram com quem.

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William Cecil.

Nos primeiros anos de seu reinado, o Conselho Privado reuniu-se apenas três vezes por semana, mas até o final de seu reinado, eles encontravam-se quase todos os dias. O Conselho não fazia todo o trabalho entre si, eles delegavam muito disto para seus secretários. William Cecil, que como secretário de Estado, foi efetivamente o líder do Conselho, possuía seus próprios secretários pessoais e seu filho, Robert Cecil, teve quatro secretários para ajudá-lo com suas funções como Secretário de Estado e Mestre da Guarda. O secretário de Estado, foi efetivamente secretário pessoal de Elizabeth e um homem bastante influente. O mais famoso dos secretários, foi William Cecil. Sua grande capacidade administrativa, conferiu-lhe a reputação de um dos maiores estadistas da história inglesa. Ele era sábio e prudente, funcionando muito bem ao lado de Elizabeth. Ela confiava nele acima de todos os homens e Cecil, continuou com suas funções, até sua morte em 1598. Cecil trabalhou tão bem e primorosamente, que até hoje, alguns historiadores tem discutido se o sucesso do governo no período elizabetano foi devido a própria Elizabeth, ou a ele. O filho de Cecil, Robert, também tornou-se secretário de Estado no final do reinado da Rainha.

O papel de secretário, consistia principalmente em aconselhar a Rainha, supervisionando a preservação da lei e da ordem, defendendo o reino contra conspiradores e encarregando-se da segurança geral. Sir Francis Walsingham, o sucessor de William Cecil e mentor da grande rede de espionagem elizabetana, começou como servo de William em 1568, e foi responsável por dar-lhe informações sobre espiões em Londres. Em 1570, ele foi nomeado embaixador na França. Em 1573, ele foi convocado e nomeado secretário. Ele foi um homem muito capaz e talentoso e sua rede de espionagem, defendeu ferozmente Elizabeth contra potências conspiradoras estrangeiras. Ele tinha um total de 53 espiões em Cortes estrangeiras e outros 18 homens que trabalhavam para ele. A defesa prática do país, no entanto, foi feita pelo Exército e a Marinha.

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Parlamento: 
elizabeth_i001_0.jpg.crop_displayAssim como hoje, o Parlamento no período Tudor, consistia na Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns. Na câmara dos Lords, sentavam-se os Bispos e aristocratas e na Câmara dos Comuns, sentavam-se as pessoas comuns. Embora as votações fossem realizadas pela Câmara dos Comuns, quem tornaria-se um membro do Parlamento, dependeria de quem o estaria apoiando (se seriam pessoas importantes de sua localidade ou não), por este motivo, as eleições foram muitas vezes manipuladas. Apenas aqueles que possuíam uma certa renda anual, podiam votar e eram todos homens.

A principal função do Parlamento, foi aprovar leis e conceder dinheiro à Rainha quando ela precisasse. No entanto, a Rainha poderia criar leis sem a aprovação do Parlamento, que chamariam-se ”Proclamações Reais”. Se por um acaso ela quisesse criar uma lei junto com o Conselho, e o Parlamento não aprovasse determinadas medidas, eles poderiam recorrer a tais proclamações. Os monarcas Tudor, tenderam a convocar o Parlamento, apenas para grandes reformas governamentais ou por dinheiro, sendo o dinheiro, o principal motiva para convocações vindas de Elizabeth. O Parlamento não possuía nem de perto o poder que tem hoje, e não houve Primeiro Ministro ou quaisquer outro partido político. O Parlamento era convocado para aparecer perante a Rainha e ao longo de seu reinado, apareceu poucas vezes perante ela.

 


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Conclusão:
Estas três corporações, trabalhariam juntas para governar o país, fazendo leis, arrecadando dinheiro e decidindo sobre assuntos de LC-Photo-Shoot-2013-110religião e de defesa nacional. O Conselho Privado, foi em grande parte um órgão administrativo, mas não poderia supervisionar a administração e governo de toda a Inglaterra e País de Gales, e por isto o Conselho do Norte e do Conselho das Marchas o ajudavam. O Conselho do Norte, residente em York, foi o responsável pelo norte da Inglaterra, e o Conselho da Marchas, foi responsável por Gales e alguns dos condados fronteiriços ingleses. Durante o reinado de Elizabeth, ele ficou estabelecido em Ludlow, que tornou-se efetivamente a capital do País de Gales, embora fosse na Inglaterra. O Conselho do Norte e o Conselho das Marchas, também faziam parte de um método mais localizado do governo e na Inglaterra dos Tudor, o governo local foi muito importante. Para garantir que os comandos da Rainha e as leis do país estivessem sendo obedecidas, haviam representantes reais em cada município do país. O mais importante deles, foram os Juízes de Paz, os magistrados e mais tarde, os Lords os Inquilinos. Cidades e Vilas ainda tinham suas próprias hierarquias de governo e vários oficiais para supervisionar determinados assuntos, sendo o principal oficial, o prefeito.

A nobreza e aristocracia, também foram de grande influência no período Tudor e Elizabetano. As posses de terras, representavam o poder no início do período moderno. Aqueles que as possuíam, eram ricos e Mestres dos inquilinos sobre a terra, assim como aqueles que trabalhavam para eles. A Nobreza e pequena nobreza, foram consideradas em uma posição de grande responsabilidade 5122932_orige feitas para ajudarem o monarca a governar as terras sobre as quais presidiram. As pessoas podiam levar suas queixas ao seu senhor ou o senhor da casa. Alguns membros da nobreza, assumiam suas funções a sério e foram envolvidos na criação de instituições religiosas ou educacionais. O conde de Leicester por exemplo, estabeleceu um hospital em Warwick. Os inquilinos, deviam lealdade ao seu senhor e se convocados, era esperado que fossem à guerra no lugar de seu mestre. Uma das razões que os monarcas Tudor temiam a rebelião de um de seus maiores nobres, era porque era provável que este nobre, comandasse a lealdade de uma parte significativa das pessoas sobre quem ele presidia. Na verdade, as opiniões políticas ou religiosas de um aristocrata, eram muito importantes, uma vez que podiam e influenciar as opiniões de seus inquilinos e subordinados.

A prison in Tudor timesTambém importantes para o governo do país, foram os tribunais regionais. Os tribunais mais importantes, foram provavelmente, ”A Grande Corte” (ou Assizes), realizada duas vezes por ano em cada município, e a ”Reunião de Trismestre da Corte”, realizada quatro vezes por ano. Entre eles, estes tribunais tratavam a maioria dos crimes; como roubo, feitiçaria, assassinato, adversidade e assaltos. O Assizes em particular, tinha o poder de infligir severas punições. Para crimes não tão importantes, haviam outros tribunais, como Petty Sessions, Manor Court, ou mesmo os tribunais da cidade. Para os casos civis, haviam vários tribunais para escolher, mas a escolha era provavelmente limitada pelo status social da pessoa. Para os ricos, houve o Star Chamber, um tribunal para perfis superiores; uma vez que em grande parte, foi composto por Conselheiros Privados. Havia também, o Tribunal de Chancelaria, que (também) poderia julgar casos criminais; e a Tesouraria de Apelos, especialmente conhecida por esta razão como ”O Tribunal de Causas do Homem Pobre”. Os Tribunais da Igreja foram importantes para lidar com assuntos religiosos ou morais. Havia também outros tribunais com funções específicas, tais como o Tribunal de Almirantado, para assuntos navais. Os casos de Alta Traição, eram geralmente tratados pela Rainha e seus ministros, levando à sentença de morte. Para outros crimes graves, como homicídio, uma pessoa também poderia ser condenada à morte. Crimes menores foram punidos com pena de prisão ou cepo, ou às vezes ambos.

FONTES:
ELIZABETH I: AQUI.


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