A Cabeça de Thomas More

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Thomas More, um grande nome do período Tudor – estadista, diplomata e filósofo – fora julgado, condenado e culpado em  1 de Julho de 1535, por alta traição, ao negar a validade da lei de sucessão.Além disto, católico devoto que era, More recusou-se a aceitar Henrique VIII como chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Ele acreditou que, enquanto não negasse explicitamente que o Rei era o chefe supremo da Igreja, não poderia ser condenado, recusando-se a responder qualquer pergunta sobre o assunto.

Porém More foi julgado culpado sob a seguinte lei de traição de 1534:

”…Se qualquer pessoa(s), após o primeiro dia do próximo mês de fevereiro, maliciosamente em vontade ou desejo, por palavras ou escrita, ou por ofício imaginar, inventar, praticar, ou tentar qualquer dano corporal contra a pessoa do rei, rainha ou seus herdeiros aparentes, ou privar qualquer um deles de sua dignidade, título ou nome de suas propriedades reais …Que então esta(s) pessoa(s) por ofender(em)…deve(m) ter ou sofrer(em) tais dores de morte ou outras penas, como é consentido em casos de alta traição.”

More foi condenado a ser enforcado, arrastado e esquartejado, punição comum designada a traidores que não faziam parte da realeza, mas o rei optou por decapitação. Ele foi executado no dia 6 de Julho de 1535. More declarou que ”morreu sendo um bom servo do rei, mas a Deus em primeiro lugar.”

Igreja de St. Dunstan

O corpo de Thomas foi temporariamente enterrado em St Peter ad Vincula em uma cova sem marcação, enquanto sua cabeça foi fixada em uma estaca e colocada na Ponte de Londres por um mês, para servir de exemplo, conforme o costume para traidores. Mas o que aconteceu depois com sua cabeça?

Acreditam que o crânio repouse na vala da família Roper, na igreja de St. Dunstan em Canterbury, embora alguns pesquisadores tenham afirmado que, poderia estar dentro do túmulo que ele construiu para si, na velha igreja de Chelsea. As evidências no entanto, parecem ser favoráveis em relação à St. Dunstan, já que os restos mortais de sua filha, Margaret Roper, assim como os da família de seu marido, encontram-se por lá. Foi Margaret a responsável em recuperar a cabeça de seu pai da London-bridge e reza lenda, que ela desejou ser sepultada com ela em seus braços.

Abaixo podemos ver um registro de reparos da Igreja de St. Dustan, datado de 1824:

Margaret Roper
Margaret Roper

”Ultimamente, ao fazer alguns reparos necessários na igreja de St. Dunstan, uma caixa fora encontrada contendo a cabeça do grande Lord Chancellor More, que foi condenado ao bloco pelo cruel rei Henrique VIII, ao recusar-se a tomar o juramento de supremacia do monarca. Seu crânio com a exceção de alguns dentes, estava muito deteriorado, enquanto seus outros restos sagrados foram restaurados para o local de descanso de Sir Thomas, que fora decapitado em 6 de julho de 1535, aos 53 anos. Após sua execução, seu corpo foi brevemente sepultado na capela St. Peter ad Vincula na Torre e depois na igreja em Chelsea (onde está agora) mas sua cabeça foi colocada em uma estaca em London Bridge, sendo depois comprada por sua filha Margaret, esposa de John Roper. Sua filha preservou sua cabeça com muita dedicação e depois, colocou-a em uma caixa de chumbo na parede do lado sul da igreja, onde recentemente fora descoberta, muito perto de seu próprio túmulo. A capela-mor no sul da igreja, é chamada de Roper-mor e ali encontra-se um chapéu e túnica com os brasões de Sir. T. sobre ela.”

Existem inúmeros relatos sobre o destino da cabeça de Thomas More, entre eles, podemos destacar o de Cresacre, descendente de Thomas:

“Sua cabeça permaneceu cerca de um mês em London-Bridge e iria ser descartada no Tâmisa, pois o local deveria servir para outros, que em abundante espécie, sofreram martírio pela mesma Supremacia. Pouco depois, foi comprada por sua filha Margaret, para que (como ela corajosamente afirmou perante o Conselho, no qual fora chamada antes e depois para este mesmo assunto) não virasse alimento para peixes e pudesse enterrá-la onde acreditasse ser melhor, afinal, Thomas fora muito bem conhecido, assim como seu vívido favor, que agora não era tanto, embora pouco tenha diminuído; e também, como em razão da vontade que ele tinha enquanto vivia, de que fosse admirado, os pêlos de sua barba, quase cinzas antes de seu martírio, agora pareciam avermelhados ou amarelos”.

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A próxima é do prefácio de Lewis, para o ”Roper’s Life of Sir Thomas More’‘:

SONY DSC“Com esta excelente mulher, o Senhor Roper viveu cerca de 16 anos. Ela morreu em 1544, nove anos após seu pai, quando foi enterrada no local de descanso de sua família em St. Dunstan, com a cabeça deste em seus braços, conforme havia desejado…”

Porém, ainda mais preciso e sem dúvidas mais correto, é o registro fornecido por Anthony Wood em seu ”Athenae Oxonienses”:

“Quanto sua cabeça, ela foi colocada em uma estaca em London-bridge, onde permaneceu por cerca de 14 dias e foi então comprada por Margaret e por um tempo, cuidadosamente preservada em uma caixa de chumbo. Porém, depois com grande devoção, foi colocada em uma vala (o local de sepultamento dos Ropers) embaixo da capela, na Igreja de St. Dunstan em Canterbury, onde ainda permanece, na mesma dita caixa onde Margaret o enterrou lá.”

E por último, confirmando a mesma cadeia de provas a respeito da identidade do crânio encontrado, a seguinte nota no mesmo lugar, é bastante satisfatória:

“Dr. Rawlinson informou Hearne, que quando a vala fora aberta em 1715, para entrar na da família Roper, a caixa foi vista, recoberta por uma grade de ferro.”:

E é na igreja St. Dunstan, a maior e mais bonita igreja paroquial daquela cidade e redondezas, dentro de uma vala da família Roper, que descansa um crânio que dizem ser do grande Thomas More; ele está em um nicho na parede, protegido por grades de ferro, embora alguns afirmem que sua filha favorita, Margaret Roper, que jaz no local, desejou ser enterrada com ele em seus braços. Quando fora examinada há algum tempo depois, o cabelo encontrado nele, estava perfeito. O muro de tijolos quase em frente à igreja, agora parte de uma cervejaria, é tudo o que resta da mansão dos Ropers, na qual Margaret, a mais sábia dos “Moricae,” como Erasmus chamava as filhas de Thomas, passou sua vida de casada. A vala quando cheia, foi fechada não muitos anos desde então.

FONTES:
AQUI.

morelandseer

1 comentário Adicione o seu

  1. Eu tenho o livro O elogio da loucura de Erasmus de Roterdã não esta comigo agora est emprestado ao meu prof de história

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