Eduardo, assim como seu avô e sua irmã mais velha, são conhecidos como os ”mid Tudors”, ”mid”, no sentido de não serem considerados pelo senso comum e pasmem, até mesmo por alguns historiadores, como reis de grande relevância, como Henrique VIII e Elizabeth I. O que nós do Tudor Brasil, consideramos um grande e grave erro.
O jovem Eduardo Tudor, filho caçula de Henrique VIII com sua terceira esposa, Jane Seymour, é uma figura muito importante na História da Inglaterra; entretanto, não recebe a devida atenção. Infelizmente, muitos persistem em acreditarem em mitos e senso comum, consequentemente, repetindo erros históricos; o mais famoso, provavelmente, é que Eduardo sempre foi uma criança adoentada, quando na realidade, não existe nenhuma base histórica, para fundamentar tal afirmação.
Outro típico mito que permeia a memória de Eduardo, era o que ele era facilmente manipulável. Veja bem, quando você nasceu para reinar, quando ao crescer descobre tudo que aconteceu em seu reino, para que seu nascimento ocorresse, é natural que uma criança de apenas 9 anos de idade, fosse sentir-se dona de uma grande responsabilidade e consequentemente, procurasse apoio em seu conselho, especialmente quando este, fosse formado por seus tios maternos. Vamos lembrar que Eduardo não possuía os 37 ou 25 anos de suas irmãs quando assumiram o trono.
De qualquer modo, Eduardo não fora manipulável. A medida que crescia e desenvolvia uma maior consciência de seu papel como monarca, ele aos poucos, ia exercendo sua devida autoridade como Rei e a famosa personalidade de um Tudor, escrevia desde cartas de campanas bélicas à escritos religiosos. É contada uma história, de que Eduardo um dia, entregou uma carta para um dos lordes da corte, no entanto, este não a aceitou, pois não estava assinada pelos membros do conselho, a resposta do jovem Rei a tal atitude, fora bastante desaforada.
Eduardo foi preparado desde o começo para assumir o lugar de Henrique VIII, seu pai. Desde que nasceu, ele possuía sua própria casa e empregados, algo típico entre príncipes na Inglaterra; ainda assim, por vezes encontrou-se em companhia das irmãs, do pai e da madrasta, Catarina Parr. Aos 7 anos, já estudava a gramática latina, lia em grego antigo, lia escritos de oradores romanos, estudava retórica, matemática e teologia. Eduardo também falava francês e italiano e provavelmente lia em espanhol.
Outro ponto que sinaliza a consciência que Eduardo possuía de sua figura régia, fora a negação do testamento de seu pai, onde priorizava o trono para suas irmãs, caso o jovem rei morresse sem herdeiros. Para Eduardo, suas irmãs um dia foram tudo, Maria era sua madrinha e o mimou quando era criança, Elizabeth foi sua companheira de estudos e brincadeiras, mas como sempre acontece quando um irmão torna-se monarca, as relações estremeceram-se. Agora para Eduardo o Rei, Maria não era mais sua madrinha e sim, uma católica, filha da infanta espanhola. Já Elizabeth, era uma menina envolvida em escândalos e filha de uma traidora do reino. Desta forma, Eduardo não deixaria que todo o trabalho em reformar a Igreja inglesa, que chegou a um nível muito mais profundo em seu governo, se perdesse com uma irmã católica e outra irmã que não podia confiar.
Eduardo fora um jovem Rei protestante, o que iniciou-se no reino em seu nome, fora retomado por Elizabeth I durante seu reinado. Se Eduardo tivesse vivido mais tempo, possivelmente, sua reputação seria diferente…
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Próximo Artigo: Eduardo VI – Parte II: O filho de seu pai (As semelhanças entre pai e filho, Reis Tudor).
FONTES:
Jéssica Rose
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