Os lemas e brasões de Ana Bolena

boleyn2-5835909888c022cf88d71475063ea4a90c468a54-s6-c30Todos sabemos que o brasão heráldico de Ana Bolena era um falcão, porém, antes de adotá-lo, ela utilizou outro emblemas. Neste artigo, mostraremos alguns dos brasões que a segunda esposa de Henrique VIII, utilizou ao longo de sua vida.

Esfera Armilar:
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Dentro desta inscrição acima, entre “je” e “anne”, ela inseriu um pequeno desenho; examinando de perto, parece tratar-se de uma esfera armilar. É evidente que este fora um dispositivo que Ana adotara antes do falcão sob rosas. Esta esfera em questão, é um instrumento de astronomia utilizado na navegação, que forma um modelo reduzido do cosmos.

O professor Eric Ives, explica mais a fundo seu significado: ”…No final do século, este dispositivo foi habitualmente interpretado como um símbolo de constância…”

Nós podemos facilmente combinar a esfera armilar como símbolo de constância, com o lema de Ana Bolena, mais tarde adotado por sua filha Elizabeth I: “Semper eadem”, em português: “Sempre o mesmo”. A constância, era uma característica muito apreciada entre as mulheres, em um período em que a instabilidade reinava na Europa, seja com doenças ou guerra. Uma mulher constante, era uma mulher digna de se fazer esposa. Outro ponto interessante, é que Elizabeth usou uma esfera armilar durante seu reinado.

‘’Resta-nos saber, se as pessoas que encomendaram as pinturas de Elizabeth usando uma esfera celestial, ou suas alegorias, Sir Henry Lee e o Conde de Cumberland, reconheceram naquilo, uma referência velada à sua mãe.’’

esferaarm Em 1529, o pai de Ana, Thomas Bolena, tornou-se Conde de Wiltshire e Ormond, e segundo Retha M. Warnicke afirma em seu livro:

”A partir de seu avanço para o condado, seus filhos tomaram Rochford como seu sobrenome e usaram como seu emblema, o feroz leão negro, como a prole anterior dos Condes de Ormond, outrora havia feito.”

Podemos ver o leão preto de Rochford, em um Saltério que encomendado por Ana, entre a ascenção de seu pai a um condado, em 1529 e sua própria em 1532.

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E sobre o lema de Ana, entre 1529 e 1532? O professor Eric Ives, aponta que:

”À medida em que o natal de 1530 se aproximava, ela causou certa provocação, ao ter o casaco de libré de seus servos, bordados com uma versão do arrogante lema que ela inspirou-se de Margarida da Áustria: Ainsi sera, groigne qui groigne – ‘Assim será, doa a quem doer!’’

Este lema, provavelmente fora uma resposta à todas as pessoas que desaprovaram sua posição como futura rainha e esposa de Henrique. Porém, o lema não durou muito tempo; Chapuys explicou que Ana imediatamente mudou seu novo lema, depois que descobriu a versão imperialista dele: ”Groigne qui Groigne et vive Bourgoigne” – ”Doa à quem doer e viva Borgonha!” ; Não há razão para duvidarmos da presença de Ana em Mechelen (local do Palácio e Corte de Margaret) e nem do fato dela conhecer o lema original de Margaret. Embora Ana tenha ficado no local por pouco mais de um ano e em seguida, partido para à França, ela com certeza soube da existência do lema, tornando esta justificativa dada por Chapuys, infundada. Uma explicação mais bem fundamentada, diz que Ana pode ter simpatizado-se do lema, sem saber seu real significado e ao descobrir que ele baseava-se em um apoio de Margaret ao Imperador Carlos V, sobrinho de Catarina e totalmente contra seu matrimônio com Henrique, ela optou por retirar o lema de uso.

Nota interessante: Uma letra atribuída ao poeta Wyatt, ”If it were not”, tem em sua primeira linha: ”Doa a quem doer (ou reclame na tradução inglesa do latim), este é o meu destino…” A letra fala sobre Ana, Wyatt e Henrique VIII.

O leopardo:
Um outro brasão utilizado por Ana, fora o de um leopardo.

‘’Os animais reais nos jardins de Hampton Court, tiveram de abrir espaço para um novo companheiro, um leopardo  – O brasão secundário de Ana, derivou de sua vila – e um leopardo, foi também colocado no telhado do salão.’’

Existe um lema proveniente de registros mais obscuros, também atribuído à Ana. O lema é “Me and Mine”, porém como foi feito apenas uma breve referência sobre ele no livro de Ives, não encontramos informações mais sólidas a respeito.

E finalmente o brasão de falcão adotado por Ana Bolena:

”O que parece ter acontecido, é que em seu casamento ou na antecipação de seu anúncio, foi concedido à Ana, ou adotado por ela mesma, um brasão próprio, um falcão branco, mas desta vez, pousando em rosas.’

E o que acontece com o lema de Ana como rainha? ”The Moost happi”(a mais feliz), não sabe-se exatamente porque ela adotou este lema. Talvez seu significado esteja refletido em seus sentimentos em 1533; ela casou-se com Henrique VIII, depois de quase 7 anos de espera, e já estava grávida. Então, provavelmente Ana sentiu-se “a mais feliz”, sabendo que estava grávida de quem acreditava ser o herdeiro varão e era então, finalmente, a Rainha da Inglaterra.

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 Fontes:
Anne Boleyn: AQUI.

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