Tempos atrás, a escritora, romancista e historiadora Alison Weir, postou uma mensagem avisando seus seguidores que havia encontrado uma pintura que possivelmente, poderia ser da quarta esposa de Henrique VIII, a alemã, Ana de Cleves. Hoje ela postou a imagem com a seguinte nota:
”Prometi obter mais informações sobre um possível retrato de Ana de Cleves. E aqui está; inscrito ‘Anna Regina, 1534’. Estive conversando com uma especialista em arte, Linda Collins. Nós duas achamos que o rosto e as mãos – o retrato Westinger de Ana de Cleves vendido em 1926, mostra-a com mãos grandes e rebuscadas – foram pintados por artistas diferentes, e que, possivelmente, o rosto foi repintado em alguma data. É muito parecido com o rosto do retrato de Maria Bolena em Hever – o que leva-me a perguntar, se o retrato anterior, foi alterado a fim de que se parecesse com Ana Bolena. Os retratos de ‘Ana Bolena’ e “Maria Bolena” expostos em Hever, podem não terem sido feitos pelo mesmo artista, e é baseado em um desenho Holbein de uma mulher desconhecida, que não foi chamada de Ana Bolena, até pelo menos 1650. Todas as cópias dele, datam de depois de 1650.
Quanto ao traje do retrato, me intrigou ver um capelo holandês/flamengo em um retrato que parece ter sido datado como sendo de 1550, então olhei novamente para o traje, com o zoom para obter uma visão mais nítida do traje preto, e percebi que o que eu acreditei serem mangas bufantes, é na realidade um amplo partlet, que data de um período mais antigo – tão antigo quanto a década de 1530. Ana de Cleves usa um partlet amplo no estilo alemão, em um retrato em Trinity College – Cambridge. Ela também usa um girdle e um pomander de ouro, como neste retrato.
A data de 1534, pode estar correta na evidência do traje – mas é altamente improvável que Ana Bolena tenha usado alguma vez, um capelo Belga. Eu nunca encontrei um retrato de uma mulher inglesa usando um.
O que sugere um alto status, é a cadeira. Somente pessoas de alto escalão sentavam-se em cadeiras – pessoas de níveis inferiores, sentavam-se em tamboretes, banquetas ou bancos. Não consigo identificar a cadeira com qualquer que esteja agora em Hever, ou a partir de fotos antigas, do período em que Meade-Waldos o possuía. É improvável que uma cadeira com estofado em veludo – um outro marcador de status – tenha sobrevivido ao tempo.
O que é surpreendente é a simplicidade do vestuário da mulher, embora o vestido negro e as luvas, também demarquem um sinal de riqueza e status. A falta de joalheria, não necessariamente precisa ser um fator indicativo – o vestido negro pode significar luto – talvez por Henrique VIII?
A inscrição pode datar qualquer momento entre a década de 1530 até o final do século XVI, ou até mesmo XVII; poderia ter sido um retrato póstumo. Sem análise forense do retrato, é difícil dizer. É possível que seja uma cópia posterior, de um retrato anterior.
Eu acredito que pode ser Ana de Cleves, pelas seguintes razões:
1. A sua proveniência é de Hever – Meade-Waldos herdou Hever de Waldegraves, que comprou-o – possivelmente junto com seu conteúdo – imediatamente após a morte de Ana de Cleves.
2. O fato da mulher estar sentada em uma cadeira e sua roupa – ambos indicam alto status.
3. A data do traje e capelo norte-europeu, que certamente impede que seja Ana Bolena. Eu acho que mais tarde, pintaram um rosto por cima, a fim de que se parecesse com Ana Bolena; possivelmente pelo artista que pintou o retrato de “Maria Bolena”. Isso pode ter sido feito durante o reinado de Elizabeth, mas acho que provavelmente, foi no século XVII. Talvez ele não tenha exagerado muito em suas alterações, razão pela qual ainda pode-se notar algumas semelhanças.
É a cadeira e capelo – mais do que qualquer outra coisa – que fazem-me pensar que trata-se de Ana de Cleves. Isto é o mais longe que posso ir, sem um estudo mais adequado do retrato, datação do painel e inscrição, além de uma análise da pintura.”
O que acham pessoal? Eu pessoalmente, achei tudo muito convincente e acredito que possa sim, ser Ana de Cleves!
FONTES:
Alison Weir: AQUI.