[Antes de iniciar a leitura, acesse – Arabella Stuart – Parte I; e Parte II]
Após Bronker retornar, Arabella contou uma história sobre falsas promessas de casamento e amor e teve de ser perdoada mais uma vez. Ela escreveu muitas cartas incoerentes para Bronker e concluiu-se então, que ela era louca. Bess pediu a Arabella que parasse de enviar as cartas, dando início então, a algumas cenas de violência entre as duas mulheres.
Em 10 de março de 1603, Henry Cavendish e Henry Stapleton – um católico – planejaram ajudar Arabella a escapar de Hardwick, mas a ação não fora bem planejada. Eles foram para Ault Hucknall para vigiar a Torre da igreja, por onde Arabella fugiria de Hardwick, porém, eles não foram capazes de obter a chave do Vigário e Bess não permitia que Arabella passasse da guarita do porteiro em nenhuma ocasião.
Cavendish e Stapleton, foram então para Hardwick e pediram para falar com Arabella. Cavendish, conhecido como o filho mau, teve permissão de entrar na casa, mas sem Stapleton. Arabella conversou com ele e caminhou a seu lado até o portão, porém, os servos de Bess, não permitiam sua passagem de através dele.
A rainha ouviu falar da tentativa de fuga e das ameaças contra sua vida e enviou Arabella para West Park, em Bedfordshire, – casa do Conde de Kent – e Bess foi deixada em paz onde ela arranjou casamentos para muitos netos até sua morte.
Em 24 de março de 1603, a rainha Elizabeth morreu e seu sucessor foi seu primo, James VI da Escócia.
Bess não incluiu nem seu filho, Henry Cavendish, nem sua neta, Arabella em seu testamento. Em 1605, Arabella visitou Bess, em nome de James VI. Ela recebeu £ 300 em dinheiro e uma taça de ouro. No início de 1608, foi relatado que Bess estava tão mal, que sua dama de companhia não podia deixar sua cabeceira, dia ou noite. Ela morreu em 13 de fevereiro de 1608.
Após James VI conseguir o trono da Inglaterra, ele inicialmente tratou Arbella com bondade. Ela foi convidada à Corte e pela primeira vez em sua vida, recebeu uma afeição genuína de seu primo. Ela tornou-se boa amiga da nova rainha, Anne da Dinamarca, ficando bastante apegada ao jovem filho do casal, o príncipe Henry.
Uma trama foi idealizada pelo primo de Arabella, Lorde Cobham, e Sir Walter Raleigh, que conspiraram para derrubar James e colocá-la no trono, porém, quando fora avisada, ela imediatamente comunicou às autoridades.
Devido a seu lugar na linha de sucessão, James não estava com pressa para fazer arranjos para o casamento de Arabella. Ela ainda era uma mulher solteira aos trinta e cinco anos, quando, em 1610 – sendo a quarta na linha de sucessão ao trono -, ela planejou mais um casamento, desta vez, com William Seymour – o irmão mais novo de Edward Seymour, com que ela havia planejado se casar alguns anos antes.
O próprio William Seymour, possuía uma reivindicação ao trono, sendo o neto de Lady Catherine Grey, a irmã mais nova de Lady Jane Grey e assim, descendente de Maria Tudor, irmã mais nova do rei Henrique VIII e da ancestral de Arabella, Margaret Tudor.
James, obviamente, não gostou desta “combinação de títulos” e o casal a princípio, negou que existisse qualquer acordo entre eles, quando foram convocados perante o Conselho Privado – onde Seymour declarou que ele nunca iria casar-se com Arabella, sem o consentimento do rei. Porém, mesmo assim, os dois casaram-se em segredo – em 22 de junho de 1610 -, no Palácio de Greenwich, sem a permissão do rei James. James viu o casamento – assim como suas reivindicações -, como uma ameaçã e reagiu prendendo o casal. Arabella fora enviada à Casa de Sir Thomas Perry em Lambeth e William Seymour, à Torre de Londres.
O casal manteve alguma liberdade durante sua prisão e algumas das cartas de Arabella para o marido e para o rei durante este período, sobreviveram. No entanto, quando James descobriu sobre suas cartas para Seymour, ele ordenou a transferência de Arabella para a custódia de William James, Bispo de Durham.
Ao saber da notícia, Arabella alegou estar doente e consequentemente, teve sua partida para Durham adiada. O casal então, usou este atraso como forma de planejar sua fuga e Arabella – vestida como um homem – fugiu para Lee, em Kent. Seymour no entanto, não conseguiu chegar lá antes que navio refúgio partisse para a França. Então ele escapou da Torre, mas quando conseguiu chegar em Lee, sua esposa já havia deixado a Inglaterra, tendo que partir então, no próximo navio para Flandres. Infelizmente para Arabella, o navio em que estava foi ultrapassado por homens do rei James, pouco antes de chegar Calais – na França. Ela teve que voltar para a Inglaterra e foi encarcerada nos aposentos da rainha, na Torre de Londres.
Quando Arabella adoeceu na Torre em 1614, todos suspeitavam que ela estava fingindo doença, para poder escapar ou para evocar simpatia. No entanto, ela recusou-se a se alimentar e a receber todos os

atendimentos médicos e foi relatado que ela estava delirando, acreditando que seu marido William estava vindo para resgatá-la.
Ela nunca viu o marido novamente e morreu na Torre – em 25 de setembro de 1615 -, por doenças consequentes a sua recusa em comer. Um exame foi realizado para descartar envenenamento e descobriu-se que havia morrido de fome latente. Tem sido sugerido, que Arabella teve porfíria – a mesma doença que acredita-se que George III e Maria, Rainha dos Escoceses sofriam. Isto explicaria seus sintomas físicos e mentais: porfíria pode causar dor abdominal, vômitos, convulsões e paranóia.
Arabella foi enterrada na Abadia de Westminster, em 29 de setembro de 1615. No século XIX, durante uma pesquisa no túmulo de James I, o caixão de chumbo do Arabella foi encontrado no cofre de Maria, Rainha dos Escoceses, colocado diretamente em cima do caixão da rainha escocesa.