Joana de Castela – A Bela Incompreendida [Parte II]

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Casamento com Felipe, o Belo:

Conforme visto anteriormente, a política inicial dos Reis Católicos, era casar sua filha Joana, com um grande herdeiro de uma prestigiada casa real européia; o escolhido então, foi Felipe de Habsburgo.
Deste modo, os reis católicos pretendiam aprofundar seus laços com a casa de Habsburgo, os Imperadores do Sacro Império Germânico e Duques de Borgonha. O enlace fazia parte da política exterior dos monarcas, que consistia em uma simples finalidade, cercar o inimigo reino da França.
Para isto, eles também casaram seu herdeiro, o príncipe Juan, com a irmã de Felipe, Margarida da Áustria.

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Felipe, o Belo.

Para os outros irmãos de Joana, a política marital espanhola não foi exceção. Sua herdeira mais velha, Isabel Trastâmara, já havia casado-se com Manuel, Rei de Portugal, tendo sua irmã Maria, desposado-o após sua morte. Já a caçula Catarina, casaria-se com o primogênito da Casa inglesa de Tudor, Arthur Príncipe de Gales e após a morte deste, desposaria seu irmão mais jovem, Henrique (futuramente conhecido como Henrique VIII da Inglaterra).

Em 1496, uma grande frota espanhola e sua comitiva, deveria levar uma jovem e insegura princesa Joana – com então 16 anos de idade – à Flandres, rumo a seu destino traçado por seu pais; casar-se com Felipe e tornar-se uma Arquiduquesa.
Quando os navios retornassem, já haveriam formado a comitiva de Margarida da Áustria, para casar-se com Juan. Porém, os ventos da viagem marítima não foram favoráveis, fazendo com isto, que um navio repleto de roupas e jóias de Joana fosse perdido, tamanha à força dos ventos.
Para a infelicidade da jovem, ao chegar à Corte de Bolonha, ela não fora recebida por seu prometido e sim uma comitiva real, já que Felipe encontrava-se ausente exercendo serviços políticos.

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Margarida da Áustria.

Nem Joana nem Margarida, puderam esperar muito de seus matrimônios. As duas estavam conscientes de seus valores dinásticos, que as colocariam na posição de assegurar a ligação entre as casas mais significativas européias e suas linhagens reais. No entanto, ao contrário do que possa imaginar-se referente à casamentos da alta nobreza no passado, incrivelmente, tantos os casais Joana/Felipe, quando Juan/Margarida, revelaram uma atração irresistível e intenso ardor sexual.

A primeira vista, incendiou-se uma enorme paixão entre Joana e Felipe, que com tantos hormônios em fúria, seguidos de um profundo desejo, não esperaram até o dia do suposto matrimônio, mandando que o sacerdote que encontrava-se no local, lhes desse as bênçãos, a fim de que pudessem consumar o casamento naquela mesma tarde.

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Casamento de Joana e Felipe.

O matrimônio de Joana e Felipe, foi então celebrado em Lille, no dia 21 de Agosto de 1496. A vida sexual era ótima e Joana encantou-se com seu novo status de casada, apaixonando-se pelo marido e tornando-se uma esposa extremamente dedicada e atenciosa. Porém, mesmo apesar da atração mútua entre o casal, Felipe não mudou sua atitude conquistadora, e seus devaneios com algumas damas da Corte, passaram a ser conhecidos por todos, algo que Joana não estava disposta à permitir. Por este motivo, logo apareceram seus primeiros sinais de desequilíbrio. Ela foi tornando-se possessiva, com um ciúme que beirava a agressividade e consequentemente, ocasionando inúmeras brigas entre o casal. Enquanto Felipe nutria por sua esposa apenas uma atração carnal, ela ficara perdidamente apaixonada por ele.

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Isabel, mãe de Joana, nunca viu com bons olhos as escapadas do marido.

Porém, antes de falarmos sobre ciúmes, é necessário desconstruir a ideia de que “Isabel perdoava as traições do marido e por isto, suas filhas aprenderam o mesmo”. Obviamente, tal máxima trata-se apenas de uma grande calúnia contra a rainha mãe e suas filhas. Isabel, conforme visto no artigo anterior, era deveras ciumenta e muito vocal contra as infidelidades de seu esposo; batia de frente, igual sua filha Catarina e Joana fizeram mais tarde. No caso de Joana, os acessos de raiva sairiam do âmbito de discussões, indo parar em uma atmosfera mais agressiva, tendo explosões de raiva e agredindo as amantes e supostos affairs de seu marido. Em uma destas ocasiões, Joana teria cortado os cabelos de uma destas mulheres, causando espanto ao próprio esposo. Nem Joana, nem Catarina e muito menos Isabel, eram exemplos de mulheres submissas, embora a retratada deste artigo, tenha sem dúvidas, experimentado um ciúme muito mais extremo.

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Imagem representativa de Joana e sua filha.

Enfim o cerco estava armado e os Reis Católicos poderiam comemorar em paz a missão bem sucedida; ao menos, era o que parecia. Joana engravidou e em 15 de novembro de 1498, nasceu uma menina, a quem colocou o nome de Leonor. Segundo alguns especialistas, esta gravidez foi um divisor de águas para a mudança ainda mais radical do temperamento de Joana com os casos extraconjugais de Felipe. Talvez como mãe de família, ela sentia-se na obrigação de ostentar ao mundo, uma realidade diferente da que vivenciava.

Joana tornou-se melancólica, lembrando bastante o temperamento de sua avó materna e agarrando-se de forma obsessiva à figura de seu marido, deste modo, tentando esquecer-se de suas angústias e solidão. Vítima de seu ciúmes, a conduta de Joana passou a tornar-se cada dia mais estranha, abandonando os cuidados de seu corpo, maltratando seus servos e faltando com seus deveres religiosos, que outrora tanto amou.

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A bela Joana viu-se sozinha na Corte de seu marido.

Joana também sofria com o frio tratamento dos conselheiros de Filipe, que eram partidários franceses ao invés de espanhóis e o influenciavam para que este, tirasse o poder de voz de sua esposa na Corte, de modo que, nem ela, nem Castela, ganhassem influência política no Países-Baixos. Ela também passou a sentir a diferença entre o reino que um dia viveu e o que agora chamava de lar; as cortes espanholas e Borgonhesas eram deveras diferentes: A Espanha de Isabel tornou-se uma corte muito recatada, religiosa e educacional (diferente da corte mais mundana de seu irmão Enrique IV), enquanto a Corte de seu marido, era mais ostentativa e mundana. Joana e sua comitiva espanhola, passou a ser desprezada pela Corte por lá já instalada, algo que a afetou profundamente.

Enquanto Joana era isolada politicamente na Borgonha e vivia entre o amor e ódio com seu esposo Felipe, a rainha Isabel tornava-se uma apreensiva espectadora em relação a vida de sua filha na Corte estrangeira. É relatado que Isabel escrevia ao genro, exigindo que a duquesa dispusesse de sua obrigação real, assim como qualquer outra boa esposa faria.

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Príncipe Juan, irmão de Joana.

Após a morte de Juan e sua herdeira natimorta, o trono passaria a irmã mais velha Isabel, rainha de Portugal. Porém, esta morreu no parto do príncipe Miguel de La Paz. Este por sua vez, viria a falecer pouco tempo depois da mãe, deixado à rainha Isabel e o rei Fernando, desolados com tantas tragédias pessoais. Joana então, passou a ser a herdeira de Castela e Aragão. Apesar das tendências francesas de seu marido, sua mãe Isabel, nomeou-a herdeira em seu testamento – embora tenha especificado em cláusula, que em caso de ausência ou incapacidade administrativa da mesma, o reino seria cuidado por Fernando, até a maioridade de seu neto Carlos, futuro Carlos I de Espanha.

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Joana e seu marido Felipe.

Em 1502, os reis católicos fizeram uma grande cerimônia para a proclamação de Joana e Filipe, como herdeiros do trono. A tática era clara, retirar Joana dos domínios Borgonheses e trazê-la de volta ao seu território; percebendo isto, Felipe não permitiu que o pequeno Carlos fosse junto, alegando que o infante era muito pequeno.
Em 1504, Isabel e Fernando tinham esperanças de conservar o governo em nome de sua filha, mas a atitude de uma parte da nobreza castelhana, que cercou Felipe, o obrigou à retirar-se rumo à Aragão.

O primeiro episódio de atrito entre Felipe e Fernando, ocorreu após a morte do príncipe Juan, em 4 de outubro de 1498. Nas palavras do embaixador espanhol para a corte imperial, Gomez de Fuensalida, Felipe considerou a possibilidade de reivindicar a coroa de Castela, com a ajuda do rei da França, com quem teve uma relação muito cordial. Foi à partir de então, que cresceu o desgosto e desconfiança dele para com Fernando, sempre hostil ao Reino da França.

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Joana e Felipe.

Embora os reis espanhóis tenham tentado repetidamente destruir a aliança de Felipe com a França, este não apenas recusou, como puniu severamente Joana, que veio queixar-se de não possuir dinheiro sequer para pagar sua comitiva e ser sujeita à contínuas humilhações. Logo depois, com o propósito de ganhar o reino de Castela e Nápoles, e em seguida entregá-los à França, Felipe propôs que seu filho Carlos – que já era herdeiro dos reis católicos -, se casasse com Claude da França, uma das filhas do monarca. Claramente, a Corte espanhola declinou categoricamente e a recusa da própria Joana, rompeu definitivamente o possível acordo.

Apesar do mau relacionamento com seus pais, Joana e Felipe viajaram para a Espanha em 26 de janeiro de 1502, a fim de serem apresentados em

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Isabel de Castela.

grandes cidades castelhanas, como os Principes de Ásturias e futuramente, em Aragão. No entanto, uma vez alcançado seu objetivo de assegurar o legado dos Reis Católicos, o Duque de Borgonha anunciou que queria voltar às suas posses do norte. A própria Rainha Isabel, tentou convencer-lhe de que era necessário ficar mais tempo na Espanha, uma vez que teria de consolidar sua autoridade no futuro dos quais seriam seus reinos. Em 19 de dezembro do mesmo ano, Filipe, deixou a Corte de Fernando e Isabel, rumo à Flandres, para o desespero da princesa Joana, que teve de ficar com seus pais, grávida de seu quarto filho Fernando – que nasceria em Alcalá de Henares. Joana, completamente desolada pelo abandono do marido, descontava toda sua fúria e frustração na mãe, rainha Isabel.

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Filhos de Joana e Felipe.

De volta à Corte de Borgonha e conforme o tempo ia passando, seguido do crescente descaso de Felipe com Joana, ela passou a desenvolver novas e constantes crises de ciúmes. Em uma em especial, Felipe chegou à trancá-la em seu quarto, de modo que seu lar passou a tornar-se uma prisão real. Em protesto, Joana recusava-se a comer, declarando guerra de fome. No entanto, sua luta não terminou bem, ao usar outras armas, como chorar excessivamente e bater contra a porta, chamando por seu marido. Às vezes, alcançava seu objetivo, fazendo com que Felipe retornasse ao leito conjugal. Porém, não durava muito. De fato, Felipe distanciava-se cada vez mais, atendendo a problemas de estado, ou distraindo-se com novas amantes. Joana, sozinha e prisioneira de sua própria vida, afundou-se em uma depressão profunda, trancando-se em um quarto escuro, sem querer ver ou falar com ninguém.

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Morte de Isabel, a Católica.

Não tardaria para que chegassem as más notícias da Espanha, que mudariam completamente o destino de Joana. Em 26 de novembro de 1504, sua mãe Isabel, faleceu de câncer. Este fato, convertia Joana automaticamente na Rainha de Castela, fazendo de seu marido Felipe, não apenas o Conde de Flandres e Arquiduque da Áustria, como à partir de então, Rei consorte de Castela.
Porém, com a incapacidade de Joana em governar, devido aos seus constantes ataques depressivos, ela fazia com que o protagonismo destas questões, logo fosse outorgado a Felipe.

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Joana de Castela.

Sua mãe, a rainha Isabel, morreu em grande angústia, ao saber os rumos que sua filha estava tomando em sua vida. Ela preocupava-se com o problema sucessório, que deixava com sua morte. Isabel gostaria que fosse Fernando, seu marido e não Felipe seu genro, o homem a governar. Fernando ocuparia a regência de Castela como governador do reino em nome de Joana, até que seu neto Carlos, completasse 20 anos e se tornasse apto a governar.

Em novembro de 1504, Fernando proclamou Joana Rainha de Castela e tomou as rédeas do governo do reino, assumindo a última vontade de sua esposa. O Acordo de Salamanca, foi então acertado, em 1505, onde definia-se que um governo conjunto seria realizado, com Felipe, Fernando e Joana, lado a lado.

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Fernando de Aragão.

Naquela época, houve uma nova aproximação entre Joana e Felipe, que não eram meros rumores, uma vez que existem provas que comprovam tal alegação. Podemos observar, que nove meses depois, a nova Rainha de Castela dava à luz a uma menina, em 15 de setembro de 1505, a quem daria o nome de Maria. Porém, passado este período de paixão restaurada, devido às “boas novas políticas”, o arquiduque voltou às suas escapadas, deixando de cumprir com seus deveres conjugais, tão desesperadamente requisitados pela fogosa esposa.

Em 7 de Janeiro de 1506, a frota flamenca, com os novos Reis de Castela, embarcou rumo à Espanha. Deixaram para trás quatro filhos: Leonor, Carlos, Isabel e Maria. O outro infante, Fernando, esperava seus pais em terras castelhanas. Curiosamente, o apelido de Felipe de “o belo”, surgiu pelo Rei da França Luís XII, nesta viagem do casal para a Espanha, parando em Blois. O rei recebeu-os e disse-lhe: “Eis um belo príncipe.”
Após uma complicada travessia marítima, eles foram obrigados à permanecerem na Inglaterra durante três longos meses, chegando finalmente em 26 de abril, a La Coruña.

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Felipe e Joana.

A chegada dos Reis, provocou o confronto final entre Felipe (apoiado pela nobreza castelhana) e Fernando, sendo uma das causas de mais desgastes para a nova rainha. Embora tenha acertado-se um governo conjunto de Felipe, Fernando e própria Joana, tal situação terminou com a chegada de Felipe à península, que convenceu parte da nobreza castelhana, de que ele representaria uma ameaça menor que o rei aragonês. O duque de Medina-Sidonia e o cardenal Cisneros não perderam tempo em apoiar o monarca estrangeiro. Visivelmente ofendido, Fernando deixou Castela rumo à Aragão, deixando livre o caminho para seu genro. Felipe foi proclamado Rei de Castela em 12 de julho de 1506, nas Cortes de Valladolid, recebendo o nome de Felipe I.

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Imagem de três filhos de Joana, sendo Carlos, o primeiro à esquerda.

Como anos depois ocorreria com seu filho, Carlos I, a chegada de Felipe I ao trono espanhol, foi vista com receio pela outra parte da nobreza castelhana, devido ao fato de ser estrangeiro. Felipe o belo, vinha dos países baixos e desde o início, rodeou-se de uma corte de conselheiros que apenas falavam francês, salvo raras exceções, como o enigmático señor de Belmonte.

Dois meses após a nomeação de Felipe e Joana como Reis de Castela, ele caiu doente sob circunstâncias suspeitas. Segundo cronistas do período, o monarca encontrava-se no Palácio Casa del Cordón, em Burgos. Após uma grande festa para celebrar uma conquista de posse de Don Juan Manuel em Burgos, os convidados jogaram bola. Na conclusão do jogo, Filipe exausto e superaquecido, bebeu avidamente uma jarra de água gelada. No dia seguinte, levantou-se com febre, mas foi caçar. Quando voltou, estava tão doente que não podia mais sair, mesmo após uma semana. O monarca foi então, apresentando um sério quadro de pneumonia. Isto foi em 25 de setembro de 1506.

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Joana ao lado de seu marido.

Em uma carta enviada por um dos médicos que o atenderam, alguns dos sintomas da doença são descritos: febre alta, garganta inchada, dor no flanco, várias pequenas manchas negras e vermelhas por todo o corpo, infecção na língua e palato, além de cuspir sangue. Várias hipóteses têm sido consideradas como causas de sua morte: arrefecimento, peste ou envenenamento. É claro que, sempre que um membro da realeza morria de repente em circunstâncias semelhantes, havia suspeita de envenenamento.

0loca_reina_dona_juana_valles_621707113Durante seus últimos dias, sua esposa, a rainha Joana, cuidou dele com carinho e dedicação sem afastar-se de seu leito, dia e noite. Ela mesma dava-lhe de comer e beber, e insistia sempre a seu agonizante marido, para que tomasse os remédios que ela mesma havia ordenado que os médicos lhe preparassem, e apesar de estar em gravidez avançada, tomava grandes goles para dar-lhe incentivo para que fizesse o mesmo. Sem descompor-se em nenhum momento, Joana tentou como pôde, salvar a vida de seu marido e em seguida, preparar-se para aceitar sua morte.

Em 25 de setembro de 1506, com apenas 28 anos, faleceu o primeiro Rei de felipe_entierroCastela da Casa de Habsburgo. Uma vez que sua morte fora confirmada, seus servos flamencos, vestiram-no segundo às instruções de Joana, com seus melhores trajes, no qual foi colocado em um trono, onde presidiu simbolicamente os ritos religiosos. Pela manhã, seu corpo foi embalsamado e seu coração retirado e imediatamente enviado à Bruxelas.

Testemunhas oculares, disseram que a rainha ficou petrificada e sem querer afastar-se da cama, mas sem derramar uma lágrima. Joana manteve um comportamento admirável perante a agonia de seu marido naquelas horas adversas, negando-se a cair em prantos ou desanimar-se por um minuto sequer, dando-se conta da responsabilidade que tinha em mãos e assumindo seus deveres como esposa e enfermeira.

1024px-Doña_Juana_-la_Loca-_(Pradilla)Com toda velocidade, Fernando preparou seu assalto ao trono castelhano, que nos primeiros meses, estava sob a regência do Cardeal Cisneros. Quando o Aragonês chegou à Castela, encarcerou sua filha enviando-a rumo à Tordesilhas. – que conforme soubera, havia mostrado um comportamento inquietante durante o cortejo fúnebre de seu marido, em sillas – e assumiu a regência até 1507. Á partir deste ponto, os rumores do loucura de Joana, aumentam de forma espantosa, com relatos de pessoas que supostamente ”viram” a futura rainha fazendo marchas com o corpo do arquiduque junto ao seu. Joana então, passou de a esposa torridamente apaixonada e ciumenta, usada pelo marido, para a futura rainha usada pelo pai.

Captura de Tela 2015-11-24 às 04.05.41Neste meio tempo, as cidades castelhanas alimentavam a suspeita de que a morte prematura de Felipe, ocorrera por envenenamento. O mais provável assassino para muitos, não poderia ser ninguém menos que seu próprio sogro. Os historiadores vêem nos benefícios que Fernando o Católico, conseguiria com a morte de seu genro, um elemento altamente suspeito; no entanto, apontam que a causa mais provável de sua morte, tenha sido a peste – enfermidade que havia aparecido na Corte alguns anos antes. Em todo modo, Felipe era famoso por seus casos extraconjugais e suas visitas à vários prostíbulos, onde era frequente o reduto de todo tipo de infecções e contato com pessoas de higiene duvidosa.

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CONTINUA…

 

 

 

 


1 comentário Adicione o seu

  1. Jacobus Visser disse:

    Bastante ilustrativo, Jacobus.

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