A Trágica Vida de Sissi Imperatriz da Áustria [Parte V]

sissi[Antes de iniciar o artigo, sugerimos a leitura da Parte IV]

Uma contente Elisabeth, passa a receber relatórios diários sobre o desenvolvimento e desempenho de seu filho Rudolfo – aspecto que a agrada bastante. No entanto, nem tudo é alegria. A situação com a província italiana de Vêneto, continua ruim. O cônsul geral da Baviera, enviou ao Imperador as seguintes informações: –

”Aqui, tudo e todos são hostis à Áustria; suporta-se a sua dominação apenas porque são obrigados a tal, mas somente na espera de tempos melhores, que realizem a desejada fusão com o reino da Itália. A praça de São Marcos continua sendo o local de encontro de grandes e humildes, de pobres e ricos, de nacionais e estrangeiros, com a única diferença de que o elemento italiano está rigorosamente separado do austríaco; passeia, come e bebe por sua própria conta, dança e toca por sua própria conta.”

Diante de tal situação, a Baviera – seguindo o exemplo de muitos outros estados europeus – passa a reconhecer oficialmente o reino da Itália, proclamado desde 1861. Uma vez que tal proclamação afeta os direitos de sua irmã Maria Sofia, Rainha destronada de Nápoles, tal notícia deixa a Imperatriz enfurecida. Ela então, expressa claramente seu desgosto ao cônsul geral representante da Baviera. Por sua vez, seu primo, Luís II da Baviera, que nutria grande carinho por Sissi, reponde-lhe cordialmente, pedindo-lhe que não fique brava, uma vez que não teria como agir de outro modo, diante de tal alarmante situação. Ela por fim, responde-lhe com uma correspondência: –

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Luís II da Baviera

”Querido primo, fique certo de que, sejam quais forem minhas opiniões, em caso algum poderei alimentar ressentimento ou ódio contra ti. Não nego-te que o reconhecimento da Itália, justamente por parte da Baviera, muito me surpreendeu, pois cada uma das dinastias destronadas conta com membros da família real Bávara; contudo, julgo deverem as razões que te induziram a este inexplicável passo, ser de tal magnitude, que meu modesto juízo sobre o teu ato, não pode ter qualquer peso ante os grandes interesses e os sagrados deveres que cabem a ti. Compreendo-o perfeitamente, sou duplamente sensível ao amigável impulso que ditou tua carta e rogo-te acreditar, aconteça o que acontecer, no profundo amor que me liga à minha terra natal e na cordial e sincera amizade que nutro especialmente por ti.  –  11 de Dezembro de 1865.”

Conforme o tempo passa, a aproximação de Elisabeth no campo político, com a Hungria torna-se cada vez mais crescente. Ela já fala em uma viagem à Budapeste e na nomeação de nada menos que 14 damas de companhia húngaras, durante sua estada no local – a fim de mostrar ao povo húngaro, seu interesse pela cultura e caráter nacional magiar.

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Andrássy

Desde a infeliz campanha de 1859, a questão húngara parecia ter acalmado-se. No entanto, a autoridade da Coroa, orientada em âmbito centralizador, encontrava-se abalada. Na Hungria, não cessavam os esforços voltados ao restabelecimento dos antigos direitos históricos e a constituição. No final de 1865, esboça-se então, uma reaproximação entre o governo de Viena e as correntes transleitanas (pró-reino húngaro).

Neste momento, o famoso Conde e estadista húngaro, Gyula Andrássy, é alertado dos contínuos esforços da Imperatriz em aprender o idioma local, seguido de sua oposição à malquista Arquiduquesa Sofia – especialmente no que refere-se as questões da Hungria.

Ao encontrá-la pela primeira vez em uma festa da Corte, Andrássy adquiriu ótima impressão da jovem Imperatriz, além de ser completamente subjugado por sua notória beleza e extraordinária fascinação aos assuntos magiar. Ele então compreende que em Sissi, encontra-se o meio para converter seus próprios e incertos planos ao firme, porém muito apaixonado Imperador austríaco.

Em seu íntimo, o Imperador ainda acredita que somente a rígida centralização do estado, pode garantir a este, a existência e poderio futuro. No entanto, desde que permaneça as finanças e a política exterior, não é ele de todo contrário a ostentar para a Áustria, sua posição de grande potência e ao mesmo tempo dar satisfação a Hungria.

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Deák.

Devido a isto, no inverno de 1865, o Imperador é convocado sozinho a Budapeste, a fim de ficar a par das ideias de Andrássy e Déak sobre a Imperatriz. O estadista húngaro Ferenc Deák, propõe que as duas Câmaras apresentem neste ano, congratulações à Elisabeth, por seu aniversário. Por meio disto, a intenção era mostrar que o carinho da Imperatriz para com a nação, é conhecido e muito bem aceito.

A comissão é realizada dia 18 de Janeiro. Guiados pelo Cardeal primaz, os representantes da Hungria – quase todos membros da alta nobreza – comparecem ao Palácio Real em seus trajes de estado. A Imperatriz então, os recebe rodeada de sua camareira e oito damas de companhia húngaras, recentemente nomeadas. Ela veste o traje nacional: um vestido de seda branco com avental de renda, corpete de veludo de rica trama, e em sua cabeça, o capuz de renda húngara, sobre o qual cintila esplendida a coroa de brilhantes. Eles são então recebidos, com gracioso porte e alegria de sua parte.

O Cardeal começa a falar do amor e devoção ilimitada da nação húngara por sua majestade, a mãe do herdeiro do trono. Em outras palavras, são dadas à Sissi, as boas vindas oficiais a capital húngara. Ao terminar, Elisabeth responde-lhe em húngaro com perfeita desenvoltura, prometendo uma visita.

A promessa de Elisabeth logo foi cumprida, quando em 29 de Janeiro, ela aporta em Budapeste. A chegada dos neo-soberanos, como é dito oficialmente – uma vez que ainda não foram coroados no local – ocorre de modo esperado, sem pormenores.

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Sissi e Franz Joseph

No entanto, a tarefa dos soberanos não mostra-se fácil. Antes de tudo, é necessário que o casal rompa com as barreiras já estipuladas pela sociedade húngara, depois da repressão que a revolução de 1848, levantara contra os austríacos.

No dia 1 de Fevereiro, após dar as boas vindas aos soberanos, uma comissão das duas câmaras, recebe Elisabeth com um grato discurso de alegria de toda a nação, por sua chegada a capital húngara. Elisabeth, que sente desde sua chegada, um incrível carinho e acolhimento, claramente mostra-se pouco acostumada a tamanha recepção.

Segundo relata o cônsul geral da Inglaterra em Budapeste, após um discurso solene da Imperatriz: –

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Sissi

”Seria difícil descrever o efeito do discurso da Imperatriz com a mesquinha bagagem de expressões que convêm a um relatório oficial”. 

Embora muito feliz e animada com a calorosa recepção húngara, Sissi não deixa de sentir saudades de casa, de seus filhos e um certo costumeiro desconforto em relação aos inúmeros bailes e protocolos reais, conforme relata a sua filha Gisela: –

”Ando muito atarefada por aqui. Este constante trocar de roupa aborrece-me ao extremo; muito estafante foi fazer sala as senhoras, ter de ficar em pé e falar por tanto tempo”. 

Ao contrário da agitação na Hungria, as pessoas na Áustria mostram-se divididas quanto a estada dos soberanos no local. Segundo Franz relataria a sua mãe: –

”Venho a saber que em Viena, à força do habito, alarma-se e desta vez, por medo de que eu aqui faça concessões, conceda um ministério e etc. Coisas estas em que, naturalmente, nem penso… Mas em Viena… resmungam como sempre. Deus nos proteja dos bem-pensantes vienenses! As coisas aqui prosseguem devagar, mas irão para a frente; empregando por um lado a firmeza e por outro confiança e amabilidade, e sabendo aceitar os húngaros como eles são. Sissi é para mim de grande auxílio com seu modo afável, seu imenso tato e seu domínio da língua húngara, na qual por uma linda boca, aceita-se de melhor grado qualquer admoestação”.

Entretanto, Franz ainda não parecia compreender o quanto Sissi apaixonara-se pela Hungria. Andrássy, figura que Elisabeth encontra em todas as reuniões e cerimônias e com

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Andrássy

quem entende-se melhor que com qualquer outro, vai mostrando alegria ao notar que a Imperatriz, está conquistando cada vez mais seus próprios ideais e os corações húngaros. Conforme ela um dia lhe diria: –

”Convosco falo sem pestanejar; dir-vos-ei portanto o que não diria a todos. Se o Imperador é pouco querido na Itália, isto aflige-me; mas se assim for na Hungria, mata-me”.

Após um mês e meio que chegaram na Hungria, os soberanos deixam a capital no dia 15 de Maio com uma promessa de um breve retorno. Em Viena o clima é de total desconforto, uma vez que todos tentam combater a infiltração de ideais húngaros na Corte. 

No entanto, agora não é apenas a Hungria que preocupa; a Alemanha também mostra sérios agravantes. A intensa questão da hegemonia política já está estourando por lá. Bismarck planeja cortar os laços com a Áustria e impor, caso necessário, armas em punho para a solução da  ”pequena Alemanha”, ou seja, a prussiana.

Não restam mais dúvidas que o outrora receio, agora tornara-se real; o chanceler aliou-se com a Itália e em meados de Março/Abril de 1866, a guerra tornou-se um inevitável esboço.

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Otto von Bismarck

Tal situação deixa uma Elisabeth extremamente amargurada, uma vez que isto a leva a sérios questionamentos sobre sua segurança – uma vez que trata-se de sua terra natal – e a de sua família paterna. No entanto, ela sabe que seu primo, Luis da Baviera, tem mais o que fazer, que tomar parte em uma empreitada bélica de Bismarck; entretanto, de outro lado é duvidoso se ele será um bom aliado à Áustria.

Em 28 de Março, o ministro austríaco em Munique, escreve: –

”O jovem rei continua sua indolente existência e não frequenta realmente senão o pianista Bullow. Ele diz: – Eu não quero a guerra! – e não pensa nisto”.

Em 3 de Maio, Franz relata à Arquiduquesa, não saber como pode evitar a guerra de forma honrosa, sem uma renúncia total por parte da Áustria, à sua dignidade de grande potência.

Na Prússia, desde 8 de Maio, todo o exército encontra-se pronto para a guerra e a Áustria, passa a preparar-se no Norte e sul.

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Luís II e Richard Wagner.

Ignorando a guerra iminente, é comunicado a Franz e Elisabeth, que o Luis II, Rei da Baviera, parte dia 21 de Maio, para uma visita secreta a Richard Wagner, na Suíça. Segundo Sissi escreve para sua mãe: –

”Venho a saber que o rei está outra vez longe. Se ele cuidasse um pouco mais dos negócios de estado nestes tempos tão difíceis!”

Dia 15 de Junho de 1866, é oficialmente declarada a guerra e no dia seguinte, tropas prussianas atravessam a fronteira bávara. Com o coração apertado de tantas preocupações, desta vez, Sissi está muito mais preocupada que em 1859, quando pelo menos não tinha que recear por sua família. Como efeito, a Baviera entra em guerra ao lado da Áustria, por obrigação moral acima de tudo, devido a seus deveres de aliada e à opinião pública.

Torna-se claro que a decisão não ocorreu devido ao rei Luis II, que nos dias anteriores a declaração, retirou-se para a pequena ilha das rosas, no lago de Starnberg, permanecendo inacessível no local durante 3 dias.
Seu comportamento alheio diante de tal desastroso conflito, fez surgir boatos referentes a sanidade mental do soberano.

Lembrando os velhos dias de guerra, Elisabeth deseja novamente abrir um hospital em Laxenburg, como um modo de desviar seus pensamentos da frequente angústia pela segurança de sua família.

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Batalha de Koniggratz.

Conforme os dias vão passando, as notícias da guerra soam cada vez mais trágicas. O exército do norte sofreu tremendamente nos últimos combates e embora alguns regimentos ainda estejam intactos, o quartel general e as tropas retiraram-se para a Morávia.

No dia 3 de Julho, às sete da noite, é dada ao Imperador, pelo Conde Crenneville – general ajudante de campo – a comunicação decisiva: Batalha perto de Koniggratz; o exercito bateu em fuga para a fortaleza, com risco de nela ficar cercado.

Tais notícias, anularam por total o efeito da vitória do Arquiduque Alberto no sul. Embora muito abalado, o Imperador procura manter a calma e suas forças.

Angustiada, segundo Elisabeth escreveria para a mãe: –

”O melhor é estar em movimento para não ter tempo para pensar. Eu passo a manhã nos hospitais, onde fico de preferência junto dos soldados húngaros. Os coitados não tem ninguém que lhes possa falar… O imperador está tão sobrecarregado de trabalho, que sua única distração é ficar um pouco comigo, à noite, perto da janela aberta…”

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Arquiduquesa Sofia

Para a Arquiduquesa, a frustração é ainda maior ao ver seus sonhos desmoronando-se diante de seus pés; onde está o Império de setenta milhões de almas que deveria ter formado-se sobre o cetro de seu filho? Onde a firmeza interna do estado centralizador, do qual, com o Vêneto, o elemento italiano separa-se de vez, e o húngaro oprimido e descontente, em parte já é, até favorável ao inimigo? Todos os sonhos políticos da Arquiduquesa vão ao chão. Ela agora torna-se mais cautelosa a julgar a nora Elisabeth, conforme demonstraria em sua carta ao pequeno Rudolfo: –

”Escrevo-te às pressas umas linhas, querido netinho, para dar-te o conforto de saberes que o pobre e querido papai está bem, pelo menos fisicamente e a querida mamãe está sempre ao lado dele como seu anjo bom, só o deixando para correr de um hospital a outro, levando a toda parte, auxílio e alento.”

O posicionamento firme e preocupado de Elisabeth diante de tal preocupante situação, passa a mudar não somente parte dos sentimentos da Arquiduquesa, como também de sua Corte. Segundo a Marquesa Furstenberg: –

”A Imperatriz anda o dia inteiro pelos hospitais e é uma verdadeira providência: ocupa-se de tudo, provê a tudo, afetuosa e materna. Deus seja louvado. Finalmente… Era tempo qu’elle ae reconcillie les coeurs du public: e está no bom caminho…”

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Kochmeister Villa.

Dentro de toda a Corte, é ressaltado os trabalhos e cuidados que Elisabeth tem para com os feridos e o zelo em acalmar o coração e ânimo de seu marido, o Imperador. No entanto, o tempo passa e as perspectivas são cada vez piores, sendo necessário admitir a hipótese de uma invasão à Viena. É cogitada então, a partida de Franz, seguido das mais altas autoridades rumo à Buda. É importante notar, que tudo isto não seria possível sem o grande carinho que a Imperatriz despertou no povo húngaro.

Seria Elisabeth a primeira a partir rumo à Hungria. Ao chegar em Buda, a Imperatriz é recebida por Deák e Andrassy, que expoem-lhe a situação. Com a fragilização austríaca devido a guerra, elementos revolucionários da extrema esquerda, querem aproveitar-se desta situação. Com isto, é chegada a hora de agir.

A imperatriz rapidamente aluga uma vila de nome Kochmeister, nas colinas de Buda, onde mais tarde traria seus filhos. Ela então, relata ao Imperador o que presenciou no local, pedindo a este, que nomeie Gyula Andrássy como ministro do exterior. Sissi vê em Andrássy, a única maneira de ainda manter a Hungria anexada ao Império, evitando assim, que a monarquia divida-se em duas partes.

Franz reage de modo cauteloso e reticente, deixando claro que antes de qualquer medida desesperada, uma consulta aos seus ministros deve ser realizada. Desesperada, Sissi mostra ao marido que não há mais tempo para reservas, no que ele então, lhe diz: ”vá a Buda com os pequenos, seja minha advogada por lá. Trate de ir ganhando tempo; tudo o mais se arranjará”.

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Napoleão III

O Imperador, que aguarda por uma intervenção de Napoleão III – ao qual cedeu o Vêneto – não vai à Pesi. Receia achar-se exposto a provisões demasiadamente fortes.

No dia de seu retorno a Hungria, Elisabeth escreve ao oficial da chancelaria, pedindo que insista com o imperador a ideia de convocar Deák à capital austríaca.

Franz mostra-se persuadido da necessidade de tomar medidas decisivas a respeito da Hungria, mas receia que causas iguais possam produzir efeitos iguais. Ele não quer uma solução unilateral, como a que tentou-se em 1848 e é a favor que se evitem até as aparências de que tais medidas tenham sido ditadas pela pressão de circunstâncias externas. Sissi então, escreve uma carta ao Imperador: –

”Volto neste instante da casa Konigsegg, onde conversei com Andrássy a sós, entende-se. Ele expôs com toda clareza suas ideias, e eu as compreendi, ficando convencida de que se tu tens confiança nele, mas plena, nos e não somente a Hungria mas também a monarquia, podemos ainda encontrar salvação. No entanto, é absolutamente necessário que tu fales com ele, e já, pois cada dia que passa pode modificar a situação de tal maneira, que ele, por fim, não aceite mais; e num momento semelhante, é preciso muita abnegação para fazê-lo. Fala-lhe portanto, sem perda de tempo, na certeza de que não estarás constrangido, pois garanto-te: não te achas diante de um homem que queira a todo preço sobressair-se, que aspira a uma posição; pelo contrário, ele arrisca sua situação atual, que é ótima. Mas, como homem de honra, está também pronto, no momento em que o estado se abeira do naufrágio, a contribuir para a sua salvação, utilizando para isto, o máximo de seus esforços; tudo o que ele possui, sua inteligência, sua influencia no país, ele põe a teus pés. Pela última vez, rogo-te em nome de Rudolfo: não deixes escapar a última oportunidade… Fiz tudo o que estava diante de mim. Não terei tua desgraça sobre minha consciência.”

Franz que leu com emoção as cartas da imperatriz, por fim resolve convocar Andrássy. Ele então responde a sua esposa: –

”Meu anjo, reze ardentemente a Deus por mim, a fim de que guie-me para agir com meu melhor, segundo o meu dever. Hoje aguardo Andrássy. Ouvi-lo-ei calmamente e farei por que ele fale. O velho Deák já não encontra-se em Pest; é preciso portanto, mandar chamá-lo em campo, e assim, só poderá estar aqui amanhã ou depois. Prefiro também, falar a sós com Andrassy, pois o velho é sim um homem muito tino, mas nunca foi muito corajoso. Aqui a situação não mudou. Napoleão continua a sua mediação, mas nada combinou ainda com os prussianos. Agora podem atacar diariamente, mas não lhes será muito fácil atravessar o Danúbio. Devo fazer ponto, pois o trabalho me espera. Adeus meu anjo; abraço-te junto com os nossos queridos filhos, querendo-vos imensamente. Deus nos proteja, Deus proteja a Áustria. Teu amantíssimo Franz.”

Andrássy é então recebido em audiência por Franz, dia 17 de Julho. Ele lhe entrega nova correspondência de Elisabeth e durante mais de uma hora, explica ao Imperador suas reais intenções, pedindo-lhe que fale com Deák. Franz prontamente assume já o ter convocado, convidando por meio deste, Andrássy a aguardar sua chegada. Franz escreve no dia seguinte, uma carta à Imperatriz, detalhando sua reunião com o húngaro: –

”No mais achei-o sempre muito pouco exaltado em suas ideias e falto da necessária consideração para com o resto da monarquia. Ele quer muitíssimo e quase nada oferece para tal decisivo momento. É excelente pessoa, leal e de grande talento, mas receio que não tenha força nem encontre no país, os meios de realizar seus atuais propósitos; então de acordo com a tua teoria constitucional, demitir-se-á, e eu me acharei diante da extrema esquerda ou do estado de sítio. Mas antes de mais nada, devo falar com o velho (Deák), depois com ambos juntos, para poder tomar uma decisão. Sou-te muito agradecido por toda a descrição da vila Kochmesiter, que deve ser muito bonita. Só não gosto nada da porta envidraçada de teu quarto, pois certamente poder-se-á olhar para dentro quando te estiveres lavando-se e isto não me agrada. Mande colocar uma ampla cortina que cubra toda a porta. Peço-te para fazer algo por tua saúde e te resguardares, ou de outra forma, ficarás seriamente enferma, o que será uma grande desgraça. Teu fiel maridinho.”

Continua…


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