Eduardo, Conde de March, foi proclamado Eduardo IV da Inglaterra, em 04 de março de 1461. Henrique VI ainda estava vivo, mas naquele momento houve poucas oposições à coroação do novo rei. Entretanto, isto não permaneceria desta forma por muito mais tempo. A Inglaterra agora tinha dois reis, uma questão que só poderia ser resolvida no campo de batalha.
Após a batalha de St. Albans, as forças de Henrique recuaram para o norte e deste modo, logo após sua coroação, Eduardo partiu para confrontá-los. O exército Lancastriano estava debilitado depois que o apoio escocês retirou-se e voltou para casa, tendo dificuldades para conseguir novos seguidores – em parte, pela falta de capacidade de Henrique VI.
Sendo assim, Eduardo viu neste momento de debilidade a oportunidade de eliminar seus inimigos de uma vez por todas.

Eduardo foi capaz de reunir um grande exército, marchando junto com ele para o norte – embora alguns historiadores considerem que a alegação de que ele contava com até 50.000 homens em suas tropas possa ser exagerada, assim como a estimativa de que o exército Lancastriano possuía pelo menos, cerca de 60.000 homens a seu lado. Os Lancastrianos enviaram uma vanguarda na frente para Ferrybridge e em 28 de março, fizeram a tentativa de impedir Eduardo de atravessar o Rio Aire; no entanto, a vanguarda Yorkista foi enviada para o Norte pelo lado oeste para cruzar em Castleford e, deste modo, flanquear o destacamento Lancastriano, que teve de retirar-se e retornar para seu próprio exército, deixando a principal via aberta na Ferrybridge, para o resto do exército de Eduardo passar.
O que ocorreu a seguir, definiu o que pode ter sido a maior batalha da Guerra das Rosas.
Em 29 de março, um Domingo de Ramos, os dois exércitos encontraram-se em campo aberto entre as aldeias de Towton e Saxton.
Acredita-se que Towton foi a maior e mais longa batalha já travada em solo britânico. Os Lancastrianos foram atrapalhados por uma nevasca que soprava contra eles, vinda da mesma direção de Eduardo e seu exército. Eduardo esteve comandando seus homens pessoalmente, com o apoio de Warwick e de seu tio, Lorde Fauconberg.
Henrique VI e Margarida de Anjou estavam em York na época, junto com o filho pequeno e o exército Lancastriano travou sua maior batalha sob o comando de Henrique Beaufort, Duque de Somerset e Sir Andrew Trollope.
Embora seu exército ainda não estivesse completamente posicionado, Eduardo iniciou o ataque da maneira usual da época: Com os arqueiros, que na posição elevada onde se encontravam, estavam em nítida vantagem contra os Lancastrianos, que por causa da tempestade, não conseguiam avistar seus adversários.
Incapaz de permanecer nesta posição por mais tempo, o exército Lancaster começou a avançar, mas de forma lenta e atrapalhada devido a depressão, que antes havia sido escolhida para auxiliar em sua defesa.
Todo o ataque foi mal coordenado – especialmente devido as noções climáticas difíceis e ao terreno acidentado. Eles também foram incessantemente atacados pelos arqueiros Yorkistas, que de tempos em tempos, lançavam na direção do exército inimigo uma chuva de flechas. Porém, assim que eles chegaram próximo o suficiente, os arqueiros retiraram-se, dando então início ao choque da infantaria.
Embora os Lancaster estivessem em uma posição desvantajosa, eles ainda detinham a vantagem numérica quando o combate corpo a corpo teve início e por isto, o resultado final não estava definido naquele momento.
O exército Yorkista estava começando a perder terreno e correndo um grave risco e consequentemente, Eduardo IV reuniu pessoalmente os soldados que estavam por perto.
O jovem rei era alto e imponente e oferecia exatamente o tipo de imagem heróica que era esperada na época. Ele conseguiu manter seus homens por um longo tempo durante a luta corpo a corpo.
Pesquisas modernas indicam que os combates duraram cerca de três horas, até que os reforços de Eduardo – comandados por Norfolk – chegassem ao local para atacar o flanco Lancastriano.
Esta foi a ação que decidiu a batalha de uma vez por todas e embora os Lancastrianos permanecessem lutando teimosamente de forma bastante feroz por algum tempo, aos poucos suas linhas começaram a se desfazer.

Neste momento, os soldados começaram a buscar uma retirada da batalha, mas a fuga foi difícil para a forma Lancastriana derrotada. Muitos tentaram atravessar o Rio Cock num vau estreito, o que criou um engarrafamento que imobilizou grande parte dos soldados, outros foram pegos tentando fugir dos homens de Norfolk e alguns perderam-se quando caíram de pontes que despencaram, porque homens demais tentavam atravessá-las.
De acordo com algumas fontes, cerca de 50.000 homens morreram em batalha, enquanto outras que contam com números menores, afirmam que foram cerca de 28.000. No entanto, o que todos concordam é que basicamente metade dos homens que entraram no campo para lutar naquela manhã, foram abatidos. Considerando o tamanho costumeiro dos exércitos da época, este alto nível de baixas é impressionante. O solo ficou encharcado com sangue.
A vitória na Batalha de Towton, deu a Eduardo IV o controle quase completo da Inglaterra. Henrique VI podia ainda estar vivo, mas o trono da Inglaterra agora pertencia ao jovem rei Eduardo. As forças do velho Rei e da Rainha foram eliminadas e eles foram forçados a fugir para a Escócia com seu filho.
Muitos Lancastrianos importantes morreram na batalha, limitando de forma significativa a facção da rosa vermelha, a ponto de sua recuperação parecer altamente improvável. No entanto, hoje sabemos que aquele conflito ainda estava longe de terminar.
Fontes:
Battle Fields Trust: AQUI.
A GUERRA DAS ROSAS – A HISTÓRIA QUE INSPIROU GAME OF THRONES – DOUGHERTY, Martin J.