Henrique VIII e Catarina de Aragão foram casados por quase 24 anos. Mesmo antes disso, eles já se conheciam há quase uma década, e a decisão de desposá-la, foi um dos primeiros atos de Henrique como monarca em 1509.
Eles compartilhavam uma educação semelhante e um amor pela erudição e passatempos da corte. Porém, em algum momento entre a tragédia privada dos abortos e natimortos e as ambições políticas, dinásticas e públicas de Henrique VIII, o enlace fracassou. Mas vamos voltar ao início desta história, a fim de descobrir como foi a via do casal no início do matrimônio.
A princesa viúva de Gales:
Quando seu jovem marido, Arthur, príncipe de Gales, faleceu subitamente em 1502, Catarina de Aragão ficou com o título de Princesa viúva de Gales. O casamento havia sido realizado a fim de solidificar a aliança das famílias governantes da Espanha e Inglaterra.
O próximo passo natural, era casar Catarina com o irmão mais novo de Arthur, Henrique, que era cinco anos mais jovem do que ela.
As razões políticas para o casamento, mantiveram-se. Na época, o príncipe Henrique estava prometido à Eleanor da Áustria, sobrinha de Catarina, mas muito rapidamente, Henrique VII, Fernando e Isabel acordaram em prosseguir com o plano marital entre o jovem e Catarina.
A briga pelo Dote:
Os próximos anos foram marcados por um amargo conflito entre as duas famílias, acerca do dote de Catarina. Embora o casamento com Arthur tivesse acontecido, a segunda parte do dote de Catarina não havia sido enviada, e Henrique VII exigiu que o devido valor lhe fosse quitado. A fim de exercer pressão sobre os monarcas espanhóis, Henrique reduziu o apoio financeiro fornecido à jovem e sua casa real. Deste modo, Fernando e Isabel ameaçaram levar Catarina de volta para a Espanha.
Em 1502, o projeto de um tratado entre as famílias espanholas e inglesas estava pronto, e a versão final foi assinada em Junho de 1503, prometendo um compromisso no prazo de dois meses. O casamento seria realizado após o décimo quinto aniversário de Henrique, e após o pagamento da segunda parte do dote de Catarina. Eles foram formalmente prometidos em 25 de junho de 1503.
Para que o enlace ocorresse, o casal precisaria de uma dispensa papal, uma vez que o primeiro matrimônio de Catarina e Arthur, designava consanguinidade entre ambos, segundo as leis da igreja. As petições foram enviadas à Roma, e a dispensa que eles receberam, assumia que o casamento de Catarina e Arthur havia sido consumado. O monarca inglês insistiu em acrescentar tal cláusula, a fim de cobrir todas as possíveis objeções no dote. Nesta época, a dama de Catarina havia escrito uma missiva para os reis católicos, protestando contra tal cláusula, afirmando que o enlace não havia sido consumado. Tal discordância sobre a consumação do primeiro casamento de Catarina, mostraria-se muito importante anos depois.
Mudando Alianças?
Em 1505, a bula papal com a dispensa chegou. Enquanto isso, no final de 1504, Isabel de Castela faleceu, fazendo com que a irmã de Catarina, Juana e seu marido, o arquiduque Filipe, fossem nomeados seus herdeiros para o reino de Castela.
Fernando ainda era Rei de Aragão e o testamento de Isabel o declarava regente de Castela. Deste modo, Fernando disputava o direito de governar o reino de sua falecida esposa, com sua filha e genro. Neste meio tempo, Henrique VII aliou-se a Filipe, um dos fatores que ocasionaria sua vitória na disputa contra Fernando. Pouco tempo depois, Filipe viria a falecer, e Juana passaria a ser considerada inapta para governar em seu nome, fazendo com que seu pai entrasse em cena para governar por ela, que era vista como sendo ‘mentalmente incompetente’.
Toda esta disputa na Espanha fez com que a aliança entre Catarina e Henrique, perdesse parte de seu valor para o rei inglês. Porém, o monarca continuaria a pressionar Fernando pelo pagamento do dote de Catarina.
Após a morte de Arthur, Catarina viveu a maior parte do tempo com seu séquito espanhol, em sua própria residência, fora da Corte Real. Porém, em 1505, após os conflitos na Espanha, Henrique VII viu sua chance de levar a princesa para a corte, e deste modo, reduzir seu apoio financeiro para ela e seus servos. Catarina vendeu alguns de seus pertences, incluindo joias e pratarias, a fim de conseguir levantar fundos para suas despesas. Uma vez que seu dote ainda não havia sido totalmente quitado, o monarca inglês passou a planejar o rompimento das negociações do noivado, a fim de enviá-la de volta para casa.
Em 1508, finalmente Fernando se oferece para pagar o restante do dote, mas ele e Henrique VII ainda discordam sobre o valor a ser quitado. Nesta altura dos acontecimentos, a situação estava tão complicada, que a própria Catarina pediu para retornar à Espanha, a fim de tornar-se freira.
Catarina escreveu para seu pai dizendo: “Eu preferiria morrer a sofrer o que sofri todos os dias.” Oito anos se passaram desde que ela tinha chegado na Inglaterra e muitos deles tinham sido miseráveis. Agora estava ficando ainda pior. Ela continuou sua carta, falando sobre o tratamento indigno que estava recebendo: “É impossível para mim suportar mais do que já passei e ainda estou sofrendo com a crueldade do rei e com a maneira como ele me trata (…) Ele disse que não era obrigado a dar comida a meus servos, ou mesmo a mim.”
A situação de Catarina era desesperadora. Ela já havia vendido suas jóias e tudo o que possuía, mas não podia mais pagar por suas necessidades. Seu pai, que nessa altura também duvidava que o casamento ocorresse, começou a fazer planos para levá-la de volta para a Espanha.
Ela estava tão angustiada que acreditou estar nas portas da morte. “Temo que minha vida seja curta devido aos meus problemas”, disse ela ao pai em sua carta. A morte parecia ser uma das poucas opções que lhe restavam, e o tom de suas palavras era quase suicida. “Tenho medo de fazer algo que nem o rei da Inglaterra, nem sua alteza, seriam capazes de evitar, a menos que, você me leve de volta [para a Espanha]”. O lado melodramático de sua natureza estava vindo à tona novamente e sempre que isso acontecia, ela instintivamente ela procurava o refúgio da religião. Por isso, ela escreveu que se ela não pudesse se casar com um homem, ela se tornaria uma noiva de Cristo. Ela queria ir para casa e pedia ao pai para permitir que ela entrasse em um convento “para que eu possa concluir meus poucos dias restantes servindo a Deus. Esse seria o maior bem que eu poderia ter neste mundo”.
Parecia o fim de seus anos de sofrimento na Inglaterra, mas poucas semanas depois, a roda da fortuna giraria mais uma vez.
Morte de Henrique VII:
Toda a situação dela mudou de repente, quando, em em 21 de abril de 1509, Henrique VII morreu, e o príncipe Henrique subiu ao trono como Henrique VIII da Inglaterra. O novo rei anunciou ao embaixador espanhol que ele queria desposar Catarina o quanto antes, alegando que este era o desejo de seu pai em seu leito de morte. No entanto, muitos duvidam que Henrique VII tenha dito tal coisa, dada a sua longa resistência ao enlace. Para Catarina, isso foi uma guinada surpreendente. Depois de todo o seu sofrimento, ela finalmente ia ser rainha.
Catarina, a rainha:
Catarina e Henrique se casaram em 11 de junho de 1509, em Greenwich. Ela tinha 24 anos e ele 19. Por tudo que sabemos, Henrique parecia muito animado em ter a bela noiva espanhola para si, e houve rumores de que ele havia se encantado com ela, já na época em que esta ainda desposava seu irmão mais velho. Claro, o casamento não era apenas uma união de amor. Conforme mencionado anteriormente, um relevante fator motivador para que este casal contraísse matrimônio, era o de manter o dote de Catarina na Inglaterra. Deste modo, o enlace – como qualquer outro entre as grandes famílias da época – foi de cunho político. No entanto, é bom lembrar que também haviam sentimentos envolvidos. Torna-se claro com o decorrer dos anos, que Catarina passou a nutrir um forte sentimento por Henrique, durante os 24 anos em que foi sua esposa.
De acordo com o Calendário de Trabalhos de Estado da Espanha, os votos de casamento foram:
“Mais ilustre Príncipe, é de sua vontade cumprir o tratado de casamento celebrado por seu pai, o falecido rei da Inglaterra, e os pais da princesa de Gales, o rei e a rainha da Espanha? E, como o Papa tem dispensado a este casamento, para tomar a princesa que aqui se encontra presente, como sua legítima esposa.
O rei então respondeu: Eu vou.”
“Mais ilustre Princesa, (etc.) – E a princesa respondeu: Eu irei. ”
Catarina era agora a esposa do rei da Inglaterra. Ela era uma beldade reconhecida nesta época, e Henrique VIII também estava em seu auge, sendo considerado um dos homens mais bonitos da cristandade. Ele era alto (com quase 1.90 de altura), de pernas compridas, porte atlético e bem-apessoado. Em suma, era o marido ideal para qualquer mulher de alta estirpe, e ela deve ter esperado por um futuro brilhante ao lado deste que, era o segundo Tudor com quem se casou.
Diferente de seu casamento anterior, havia algo quase clandestino sobre a maneira como Catarina se casou com seu novo marido. Foi uma cerimônia privada, com apenas alguns convidados selecionados. Não havia escrivão para registrar para a posteridade os detalhes de como uma Catarina de vinte e três anos trocou votos com o rei Henrique VIII, que ainda não tinha completado dezoito anos, em seu palácio à beira do rio em Greenwich. O casamento foi realizado em um dos aposentos da rainha, possivelmente na Capela Real, no que se tornaria o palácio favorito do casal.
Catarina provavelmente não se importou muito sobre como ou onde ela se casou desta vez. Ela estava feliz, – e possivelmente surpresa -, por estar de fato se casando. A reviravolta em sua vida não poderia ter sido mais completa. Nas poucas semanas que levaram para renegociar o casamento após a morte de Henrique VII, todo o triste episódio de sua espera solitária, amarga e frenética desapareceu repentinamente. E de qualquer forma, a grande ocasião, em todo caso, viria quinze dias depois, pois, mesmo que Catarina tenha se tornado rainha ao se casar com Henrique VIII, ela ainda não havia sido coroada. O próprio Henrique também não, e ele desejava que a coroação conjunta fosse o grande evento deles, daí sua pressa para o matrimônio.
Logo após o casamento, Henrique começou a traçar planos sobre onde eles iriam ser oficialmente coroados como Rei e a Rainha da Inglaterra. Eles tiveram uma cerimônia de coroação conjunta, algo incomum, uma vez que, frequentemente as rainhas eram coroadas após dar à luz o primeiro herdeiro.
Trajando um vestido de cetim branco bordado, com seus longos e ruivos cabelos soltos, Catarina havia representado o retrato da rainha ideal em sua coroação. O escritor Sir Thomas More escreveria que “Haviam poucas mulheres que poderiam competir com a rainha em seu auge“.
O recém coroado Henrique VIII, escreveu ao seu sogro sobre sua esposa dizendo que: “O vínculo entre eles era agora tão estreito que todos os seus interesses são os mesmos, e o amor que tinha por Catarina era tão grande que, se ainda estivesse livre, ele ainda a escolheria em detrimento de todas as outras.”
Nesta época, Henrique estava visando um futuro melhor para Inglaterra e uma vida longa e feliz com Catarina. O relacionamento de Henrique e Catarina durante os primeiros 10 ou 15 anos de casamento, parece ter sido uma união feliz. O monarca participou de justas como ‘Sir coração leal’ presenteando Catarina com seus prêmios em torneios.
Catarina tornou-se bastante envolvida na política, naquele primeiro ano de casamento.
Em 1509, ela foi responsável por ser a Embaixadora da Espanha, tornando-se a primeira mulher na Europa a exercer tal função. Durante seus primeiros anos com Henrique, ela atuou como a mais influente conselheira do rei. Seu objetivo não era só para apoiar seu cônjuge, mas também defender os interesses da Espanha.
Quando Fernando não conseguiu acompanhar suas promessas, através de uma ação militar conjunta em que ele prometeu conquistar Guiena para a Inglaterra, e em vez disso conquistou Navarra para si mesmo, Catarina ajudou a acalmar a relação entre seu pai e marido. Porém, quando Fernando fez escolhas semelhantes ao abandonar os acordos com Henrique em 1513 e 1514, ela decidiu que iria “esquecer a Espanha e tudo o que era espanhol.”
Catarina também atuou como rainha regente da Inglaterra, quando Henrique estava em guerra contra os franceses. Em setembro de 1513, ocorreu a Batalha de Flodden, na qual os ingleses venceram os escoceses em uma derrota esmagadora, matando James IV da Escócia.
Catarina enviou o estandarte e a capa ensanguentada do rei escocês para seu marido na França, regozijando-se em uma carta que dizia: “Em meu pensamento, esta batalha tem sido para sua graça e todo o seu reino, uma honra maior do que poderia ser, ganhar toda a coroa da França.“
Foi a última vez que Catarina exerceria tal influência. O Tratado de Westminster havia se provado uma farsa, e quando a estrela do Cardeal Thomas Wolsey começou a subir, a rainha foi relegada cada vez mais para as preocupações principalmente domésticas – E acima de todas elas, estava sua principal função: Ter filhos.
No entanto, o interesse da rainha na erudição, continuou a ser um exemplo para a Corte Tudor. Catarina incentivou a irmã de Henrique, Maria, duquesa de Suffolk, a estudar latim e agiu como a benfeitora de dois colégios da Universidade de Cambridge. Em piedade, não havia outra igual. Catarina assistia regularmente as missas da meia-noite, jejuava nas sextas e sábados, ajoelhava-se por horas em oração na sua capela e fazia frequentes peregrinações a santuários religiosos.
Piedosa e caridosa, Catarina de Aragão gozava de uma grande e saudável quantidade de popularidade durante todo seu casamento com Henrique VIII. Como um poema popular declararia mais tarde, ela: “Viveu e foi amada por todos os seus dias.”
Gravidezes e partos:
Em janeiro de 1510, Catarina abortou uma filha. Ela e Henrique rapidamente conceberam outra vez, e para sua grande alegria, era um filho. O príncipe Henrique, nasceu no dia 1 de Janeiro do ano seguinte e foi feito príncipe de Gales, mas infelizmente, ele morreu em 22 de fevereiro, contando com apenas 52 dias de vida.
Em 1513, Catarina estava novamente grávida. Henrique esteve na França com seu exército de Junho a Outubro, e fez dela Rainha Regente durante sua ausência. Em Setembro ou Outubro, Catarina abortou ou deu à luz um bebê natimorto, ou que faleceu logo após o nascimento.
Em algum momento entre Novembro de 1514 e Fevereiro de 1515 (fontes divergem sobre as datas), Catarina teve outro filho natimorto. Houve um rumor em 1514, que dizia que Henrique iria repudiar Catarina, uma vez que eles ainda não tinham filhos vivos; mas eles permaneceram juntos sem nenhuma indicação de alguma ação para separá-los legalmente naquele momento.
Em 1515, Henrique novamente aliou a Inglaterra com a Espanha e Fernando. E em Fevereiro daquele ano, no dia 18, Catarina deu à luz uma filha saudável, a quem eles deram o nome de Maria, que viria a governar a Inglaterra como Maria I. O pai de Catarina, Fernando, havia falecido em 23 de janeiro, mas a notícia foi escondida da rainha, a fim de proteger sua gravidez. Com a morte de Fernando, seu neto, Carlos, filho de Juana e, portanto, sobrinho de Catarina, tornou-se o governante de Castela e Aragão.
Em 1518, Catarina, aos 32 anos de idade, estava novamente grávida. Mas na noite de 09/10 de novembro, ela deu à luz uma filha natimorta. Ela não engravidaria novamente.
Isso deixou Henrique VIII apenas com uma filha como sua única herdeira direta.
O próprio monarca havia se tornado rei apenas quando seu irmão, Arthur, morreu, e por isso, sabia como era arriscado contar com apenas um único herdeiro. Ele também sabia que a última vez que uma mulher foi herdeira do trono da Inglaterra [Matilda, filha de Henrique I], uma guerra civil se instaurou no reino, quando grande parte da nobreza não aceitou apoiar seus direitos devido ao seu gênero. Uma vez que seu próprio pai havia chegado ao poder apenas após o longo e instável período de disputas familiares pela coroa inglesa na Guerra das Rosas, Henrique contava com boas razões para preocupar-se com o futuro de sua dinastia.
Alguns historiadores sugeriam que os fracassos das gestações de Catarina, ocorreram porque Henrique estava infectado com sífilis. Atualmente, isso é pensado como sendo improvável. Em 1519, a amante de Henrique, Elizabeth (Bessie) Blount, deu à luz um filho saudável.
O rei reconheceu o menino como seu, e ele foi chamado de Henrique FitzRoy (Filho do rei). Para Catarina, isto significava que Henrique sabia que poderia produzir um herdeiro varão saudável – só que com outra mulher.
Em 1518, Henrique prometeu a mão de sua filha, Maria, para o Delfim Francês, o que não era do agrado de Catarina, que queria casar sua filha com seu sobrinho, Carlos V.
Em 1519, Carlos foi eleito Sacro Imperador Romano, tornando-se muito mais poderoso do que era anteriormente, como rei de Castela e Aragão. Catarina promoveu uma aliança entre Henrique e Carlos quando viu que seu marido parecia estar sendo inclinado à alianças francesas. Em 1521, aos 5 anos de idade, a princesa Maria foi prometida a Carlos, mas em seguida, o Imperador desposou outra pessoa, rompendo com a possibilidade de um futuro enlace.
Vida de casados:
Há um consenso de que o casamento de Henrique e Catarina foi uma união feliz ou pelo menos pacífica, muito além das tragédias dos abortos espontâneos, morte fetal e mortalidade infantil, como fica provado pelos relatos da maioria de seus anos juntos. Houve muitos indícios de sua devoção um pelo outro.
Catarina tendia a preferir associar-se com eruditos, ao invés da agitada vida social da corte. Ela era conhecida como uma generosa patrona da aprendizagem e também dos pobres. Erasmus, que visitou a Inglaterra em 1514, elogiou bastante a rainha.
Ela convidou Juan Luis Vives para ir à Inglaterra, a fim de concluir um livro e, em seguida, escrever um trabalho sobre as recomendações para a educação feminina.
Vives tornou-se um tutor para a princesa Maria. Catarina supervisionava a educação de sua filha, e graças a ela, a educação feminina na Inglaterra, passou a tornar-se moda.
É atestado que Henrique valorizava Catarina nos primeiros anos de matrimônio, devido aos muitos emblemas de amor compostos por suas iniciais, que decoravam vários castelos e pertences pessoais do monarca. A rainha também fazia questão de costurar as camisas do marido com suas próprias mãos, algo que conotava um forte sinal de afeto.
O início do fim:
Henrique declarou mais tarde que havia parado de ter relações conjugais com Catarina em meados de 1524. Em 18 de Junho de 1525, ele fez de seu filho, Henrique FitzRoy, Duque de Richmond e Somerset, declarando-o como o segundo na linha para a sucessão, após a princesa Maria.
Houve alguns rumores mais tarde de que o menino seria nomeado Rei da Irlanda, mas ter um herdeiro nascido fora do casamento, também era arriscado para o futuro dos Tudor.
Divórcio e Ana Bolena
Conforme o tempo passou, as esperanças de ter mais filhos começaram a se desvanecer e houve outras mudanças no casamento.
Catarina, aos 40 anos, era seis anos mais velha que Henrique, e isso começou a tornar-se claro. Ela retirou-se da animada vida na corte de Henrique e ainda tornou-se cada vez mais piedosa e temente a Deus.
Henrique também começou a buscar uma justificação para anular seu casamento com Catarina. Ele declarou que Deus o havia punido por se casar com a viúva de seu irmão, mas uma nova esposa iria resolver esta situação e assim, Deus lhe daria um herdeiro. Catarina teria que entender. Mas ela se recusou a deixar seu posto tranquilamente.
No final, o contexto político inglês, a relação com Roma, e a obsessão de Henrique por um filho e por sua amante, Ana Bolena, finalmente o fizeram tomar drásticas decisões.
Demorou quatro anos e uma ruptura com a Igreja Católica Romana, mas ele finalmente obteve a sua anulação. E assim, Catarina foi exilada da Corte e proibida de ver sua filha novamente. Ela nunca aceitou este destino. Sua última carta para Henrique, enquanto estava morrendo, é a prova de seus sonhos desfeitos e de seu forte orgulho. Ela assinou como sempre havia feito desde seu casamento: “Catarina, a Rainha.”
Fontes:
Me encanto com a história por mais que ela tenha sido por muitas vezes sujas e fedorenta , mais a página Tudor estar de parabéns me faz transbordar se alegria pelo o conteúdo trazido.
Também adoro a história dos Tudors embora seja bem suja as vezes. No entanto, eu queria dizer que esse texto já foi escrito antes por vcs mesmo, pelo menos quando olhamos na biografia dos reis e das rainhas. Acho que alguns textos estão bem repetitivos..
Não sei, mas será que está repetitivo, por que os registros históricos não mudam?rs
É CLARO que irá ter citações repetidas, não é? Uma vez que não temos como mudar isso. Sinto lhe dizer!
Quanto ao post supostamente escrito antes, este texto é novo e é a primeira e única vez que consta no site, assim como todos os outros. Falamos muito sobre KoA por aqui, e muitos trechos de registros históricos são citados mais de uma vez, mas isto não descaracteriza o conteúdo de pesquisa ou algum post em si.