Ao que parece, a famosa e cativante melodia de piano não foi dedicada a Elise, mulher a quem Beethoven admirava. Nomeada como “Bagatelle No. 25 em A menor”, esta até hoje, é uma das composições mais populares escritas por Beethoven, e é considerada um música padrão para todos que desejam aprender a tocar piano. Sua origem, história e para quem foi dedicada, ainda permanece um mistério.
O compositor Ludwig van Beethoven, nasceu em Bonn, Alemanha (eleitorado de Colônia, um principado do Sacro Império Romano), em 17 de dezembro de 1770. O compositor mostrou seus extraordinários talentos musicais em uma tenra idade, ensinado de modo bastante rigoroso por Johann, seu violento e alcoólatra pai, e pelo compositor Christian Gottlob Neefe. Mas, sua principal fonte de erudição foi seu avô, o gênio musical e homenageado Ludwig, responsável por nutrir o talento musical do jovem artista.
Ele começou seus estudos musicais aos 21 anos de idade, em Viena, juntamente com o famoso compositor Joseph Haydn. Ele ganhou rapidamente uma reputação entre seus colegas classistas e românticos, como um pianista mestre, e foi extremamente adepto da improvisação. Uma inovação para suas contribuições musicais acima de tudo, foi o fato de ter ampliado os limites da música, mostrando novos caminhos, técnicas e combinações que pavimentariam o caminho para novos movimentos artísticos no século XVIII.
Infelizmente, a partir dos 30 anos de idade, sua audição começou a mostrar sinais de declínio, um destino pior que a morte para um grande músico. Ao longo de sua vida, ele tentaria ocultar esta desvantagem, mas rapidamente tornaria-se amargo e anti-social por este motivo, tendo por diversas vezes, explosões e crises de violência.
Por seus amigos e conhecidos, ele foi lembrado por sua personalidade alegre durante sua juventude. Sua persona mudaria de um homem amigável para outro com diversos conflitos, provavelmente devido à sua incapacidade de lidar com a surdez. Tais características foram marcadas e ressaltadas por seus biógrafos, mesmo que suas composições musicais tenham ofuscado seu temperamento posterior na vida.

Abandonado o exercício de Maestro por razões óbvias em 1811, ele continuou a compor grandes músicas. Muitas de suas composições e obras mais admiradas são, surpreendentemente, de seus últimos anos de vida, quando Beethoven estava lutando contra a surdez. Ele continuou a compor apesar do iminente fracasso de sua audição, cada dia mais frágil e impossibilitada.
Beethoven tinha uma má ortografia e escrita, e pesquisas mostram que ele pode ter sofrido de um tipo leve de dislexia. Este pode ter sido o principal culpado por trás da grande lacuna interpretativa sobre o significado de “Für Elise”. A partitura foi publicada 40 anos após sua morte em 1867, e a pessoa responsável em descobrir o documento, Ludwig Nohl, confirmou que o mesmo estava datado de 27 de abril de 1810. O manuscrito original foi perdido.
Isso significa que a versão que ouvimos hoje foi transcrita e reescrita por Ludwig Nohl, então pode haver alguns detalhes modificados na partitura. A caligrafia de Beethoven era descuidada e quase ilegível, sem dúvida refletindo seu caráter incansável e difícil. Foi uma tarefa árdua para o transcritor copiar as mesmas notas, ainda mais seu título.
Há fortes alegações de que a identidade de “Elise” era na verdade Therese Malfatti von Rohrenback zu Dezza, uma estudante e amiga de Beethoven. A história diz que ele apaixonou-se por ela e propôs-lhe casamento em 1810 (convenientemente somando a data da partitura), mas ela esquivou-se da proposta. Mais tarde, em 1861, ela casou-se com um nobre rico, de nome Wilhelm von Drossdik.
A carta de Beethoven de 1801, para seu querido amigo Franz Wegeler, define e liberta sua luta: “Devo confessar que eu rejo uma vida miserável. Durante quase dois anos, deixei de comparecer a qualquer evento social, só porque acredito ser impossível dizer às pessoas que sou surdo. Se eu tivesse outra profissão, eu poderia lidar com minha enfermidade; mas em minha profissão, esta é uma terrível desvantagem…”.
Beethoven foi quase levado ao ponto do suicídio, e existiram muitos pedidos de ajuda, como o desta carta acima. Ele faleceu de cirrose pós-hepática do fígado, em 26 de março de 1827. O modo em que ele conseguiu contribuir com a música de nossa humanidade, será sempre lembrado. Beethoven nunca se casou ou teve filhos, embora seu legado seja indubitavelmente imortalizado.
A implacável dedicação de Beethoven, foi um brilhante exemplo de compromisso, empurrando os limites do espírito humano para continuar, apesar de seus obstáculos incapacitantes. Beethoven não apenas tornou-se lembrado por suas brilhantes sinfonias, óperas, peças e sonatas, como também tornou-se um símbolo de perseverança e pura força de vontade.
Fontes:
The Vintage News – acesso em 30 de Dezembro de 2017 – AQUI.