
Catarina Parr foi uma viúva que se casou com a realeza em meio a controvérsias, antes de ganhar afeição do povo e tornar-se uma consorte popular. Portanto, não é difícil ver por que a duquesa da Cornualha sentiu uma afinidade especial por Catarina Parr, sexta e última esposa de Henrique VIII.
A duquesa escreveu um prefácio para uma nova coleção de orações da Rainha Tudor, em que ela descreve-a como “apaixonada” e diz ter vivido uma ”vida movimentada’‘.
O livro, ”The spice of wisdom”, apresenta várias obras, escritas por Parr e modificadas para o inglês moderno, cobrindo uma variedade de temas, desde orações para aqueles momentos desesperadores, ajudas com problemas, até para inimigos.
Reverendo John Partington, que atualizou as obras disse que ficou “encantado” quando a duquesa aceitou escrever o prefácio, acrescentando que havia definitivamente ”paralelos entre as vidas destas duas mulheres”. “Fiquei muito satisfeito, pois de certa forma, ela tem uma posição semelhante à Catarina Parr”, disse ele.
Tanto as mulheres quanto seus maridos, já haviam vindo de outros casamentos. Após estas uniões, ambas mantiveram uma estreita relação com seus enteados e assumiram funções específicas de orientação à realeza feminina mais jovem.
Assim como a duquesa mantém um bom relacionamento com o Duque de Cambridge e com príncipe Harry, (além de ter ajudado a Duquesa de Cambridge a adaptar-se à vida real), Catarina Parr, também esteve pessoalmente envolvida na educação de seus enteados Eduardo e Elizabeth e foi peça chave para colocar Maria, filha mais velha de Henrique VIII com Catarina de Aragão, na linha de sucessão ao trono.
Rev. Partington, disse: “A duquesa da Cornualha, assim como Catarina Parr, tem um significado na realeza, e assim como Parr, teve uma importante influência no desenvolvimento da monarquia inglesa, em nossa geração Camilla é uma figura de liderança na família real em um momento de mudança. “
O vigário enfatizou que o fato de Parr ter possuído fortes simpatias protestantes, fez dela um parte fundamental na reforma Inglesa, assim como o de uma madrasta influente para seus três enteados, que se tornariam monarcas que moldariam o curso da história inglesa.
Ele acrescentou: “Ela é uma figura muito importante na reforma Inglesa, mas os livros de história escrevem apenas sobre homens. No entanto, ela é uma figura bastante significativa em seu próprio direito. Foi um momento de turbulência na igreja inglesa, e durante esse tempo ela foi uma influência bastante pacificadora”.
Se a Duquesa irá emular Parr, tornando-se Rainha, o assunto ainda é fonte de debates. Oficialmente ela irá tornar-se princesa consorte quando seu marido, príncipe Charles ascender ao trono, porém, no início deste ano, ela abriu margem à especulações quando perguntada se seria rainha, respondendo: ”Nunca se sabe…”
A duquesa envolveu-se em um novo livro como resultado de sua longa amizade com Lady Ashcombe, atual proprietária do castelo de Sudeley em Gloucestershire.
Este era o lugar onde Parr – que casou-se com Henrique VIII em 1543 após a execução de sua esposa anterior, a jovem Catarina Howard – viveu seus dias após a morte de seu marido.
No ano passado, a Duquesa foi patrona das comemorações de 500 anos do aniversário de nascimento de Parr e em uma visita a Sudeley ela conheceu Rev. Partington, vigário da paróquia nas redondezas de Winchcombe.
Foi mostrado a ela, uma cópia do Livro de Orações escrito por Parr – a rainha inglesa que mais casou-se, totalizando 4 matrimônios, e Rev. Partington levou-a na tumba da Rainha, na Igreja de St Mary. Mais tarde o vigário escreveu para a Duquesa da Cornualha perguntando se ela iria escrever o prefácio do livro compilando de obras.
No prefácio, a duquesa escreve que a voz de Parr ”…ainda fala para nós: seu compromisso com o que é certo e bom, é expresso com abertura e humildade ao próximo, é tão valioso agora como foi nos tempos mais turbulentos dos Tudors”.
Ela acrescenta: “Os escritos de poucas mulheres têm chegado até nós a partir de tantos séculos atrás. Nas páginas que se seguem, são encontradas não só algumas das orações cuidadosamente elaboradas que Catarina destinou a publicação, mas também as esperanças e medos mais pessoais de uma mulher que foi tão apaixonada por sua fé, como foi em outros aspectos de sua agitada vida. “
Fonte: Telegraph.co.uk
