Natalie Dormer e suas dificuldades para interpretar Ana Bolena

Aos 26 anos de idade, a atriz Natalie Dormer fora escolhida para desempenhar o papel de Ana Bolena, na famosa série da ShowTime “The Tudors”. A proposta deste papel, chegara até ela de um modo um tanto diferente do usual [através de Jonathan Rhys Meyers, com quem antes havia contracenado em uma cena].

Dormer é uma grande amante da história britânica, tendo sonhado em estudar História na Universidade de Cambridge – ela no entanto, compreendeu errado uma questão em seu teste durante os exames, não conseguindo obter a qualificação necessária para sua admissão no curso, deste modo, optando por artes cênicas. A atriz possuí opiniões fortes sobre Ana Bolena e ao conseguir o papel, ficou muito animada com a perspectiva de interpretá-la com a maior precisão possível.
Eu não queria interpretá-la como uma femme fatale, ela era uma verdadeira cristã, com uma crença real na Reforma religiosa.”
Dormer também estava ciente quando aceitou o papel, de todos os estereótipos e preconceitos de gênero que haviam perseguido Ana, tanto em sua vida quanto em suas representações posteriores.

A entrevista que verão à seguir, foi realizada pela autora Susan Bordo, sendo apenas traduzida pelo Tudor Brasil:

Susan-Bordo
Susan Bordo

Ana realmente influenciou o mundo, atrás de portas fechadas”, ela disse a mim, em uma entrevista de 2010. “Mas ela não recebe nenhum crédito explícito, pois não estava protegida. Não vamos esquecer também, que a história foi escrita por homens. E mesmo agora, em nossa era pós-feminista, ainda temos mulheres que lutam para conseguir alcançar e manter-se em cargos públicos de poder. Quando você lê um livro de história, tanto os comentários quanto as primeiras evidências primárias, estão repletas de todos os preconceitos de gênero naturais existentes durante o período. Ana foi um fenômeno raro, uma mulher auto-confiante e segura de si. Mas então, isto acabou por tornar-se sua queda. As maquinações da corte eram um campo minado absoluto para as mulheres. E ela tinha uma personalidade difícil, que não iria ficar quieta e calar a boca quando tinha algo a dizer. Esta foi uma mulher que não foi criada na Corte Inglesa, mas nas Cortes dos Habsburgo e França. Ela era uma mulher bastante impetuosa e incrivelmente inteligente. Então, ela destacava-se por sua inteligência e ousadia, em comparação com as “rosas inglesas” que foram cultivadas na Corte da Inglaterra, e Henrique VIII notou isto. Assim, todas as razões que atraíram [Henrique] para ela, e a fizeram rainha e mãe, foram exatamente as mesmas que posteriormente minaram sua posição. O que ela tinha era tão único para uma mulher naquele período, que foi tanto sua ascensão quanto foi sua ruína.

Após seu contrato com a Showtime finalizar, Natalie sentiu-se livre para deixar de agir como porta-voz da série e pode falar o que realmente pensava sobre tudo.

51Rr1E+KUsL._SX329_BO1,204,203,200_Quando Natalie foi entrevistada por Susan Bordo para seu livro “The Creation of Anne Boleyn”, ela revelou um pouco sobre os problemas que enfrentou para conseguir humanizar a estereotipada imagem de Ana Bolena, e Bordo descreveu em seu livro como fora este encontro, declarando que:
Nós estávamos em sincronia desde nossa primeira troca de palavras. Por mais de uma hora e meia, conversamos como amigas de longa data no canto do bar, acompanhadas por sua irmã mais nova Samantha, compartilhado nosso amor por Ana e sua história e lamentando sobre como ela tem sido mal representado durante tanto em tempo. Nós discutimos história Tudor, e refletimos sobre a luta de Ana, sobre atrizes e sobre as jovens mulheres de hoje que ainda sofrem para escapar das limitações e expectativas colocadas sobre elas. Foi nesta entrevista que Natalie revelou, pela primeira vez, o quão duro ela havia lutado para “não trair” Ana, como ela mesma disse, na série.

O primeiro desafio veio quase imediatamente. Natalie havia feito o teste em sua cor natural de cabelo, que é loiro, tendo em mente que se conseguisse o papel, iria desempenhar Ana como uma morena.

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Natalie originalmente é loira

Ela conhecia sua história e por este motivo, nunca lhe ocorreu que os executivos da Showtime teriam qualquer outra coisa em mente. Ela estava, de fato, certa de que suas fortes diferenças físicas com Ana – incluindo seus olhos azuis – a desqualificariam para o papel, mas tranquilizou-se sobre os olhos, pensando que – eles não são da cor certa, mas assim como Ana, sempre me disseram que são a minha característica mais forte.” – Mas ela sabia que o cabelo teria de ser alterado. Deste modo, após receber o telefonema dizendo que havia conseguido o papel (Em grande parte, graças ao que foi dito por Meyers, sobre a grande “química” entre ambos), e depois de ficar “histérica de alegria”, ela imediatamente tingiu seu cabelo.

Quando Dormer chegou ao set, Dee Corcoran, chefe do departamento de cabeleireiros – que ganhou um Emmy por seu trabalho na série e era “quase como uma mãe irlandesa“- olhou para Natalie, levou-a para o lado e disse: “Ok, nós temos um problema realmente sério, você tingiu seu cabelo. Eles estão realmente infelizes com isto. Realmente infelizes.”  [Eles, eram os executivos da Showtime].

Então, eles me mandaram de volta ao cabeleireiro e tentaram pintar meu cabelo de loiro outra vez. Mas qualquer cabeleireiro iria dizer a eles que não se pode simplesmente colocar tinta loira em cima de preta. Eu parecia um texugo! Eu estava com medo de perder o papel. Quer dizer, o que eles estavam planejado, agora que eu estava multi-colorida? Colocar em mim uma peruca loira?

Dormer não tinha certeza se poderia aceitar isso.

Anne-Boleyn-natalie-dormer-as-anne-boleyn-22238964-999-1500“A cor do cabelo de Ana é um detalhe tão importante! Por um lado, foi a base de uma série de comentários desagradáveis de Wolsey, chamando-a de “Corvo noturno” e assim por diante, mas também, em ser uma morena e confiante de si, ela estava desafiando o ideal do que significava ser uma mulher atraente naquela época. (…) entãotodos nós estávamos insatisfeitos e eu fui a Bob Greenblatt com meu coração na boca, e disse a ele o quanto era importante que Ana fosse morena. Eu disse: “Bob, eu tenho que continuar morena. É tão importante. Você tem que me deixar fazer o papel morena!” Alguns poderiam dizer que eu estava sendo melodramática e auto-importante, mas eu pensei que seria uma traição direta à Ana. De sua recusa ao fazer parte da norma aceitável na época, e Greenblatt, que é um homem muito astuto, apenas me disse: ‘Eu vou pensar sobre isto.”
Eu achava que havia perdido o emprego. Eu me senti completamente e totalmente deprimida, mas então eu recebi um telefonema, alguns dias depois, me dizendo que Bob tinha decidido que eu poderia ser morena.

Natalie não tenta esconder seu orgulho e prazer ao dizer isso, ela diz que: “Foi um grande golpe no momento! Um grande golpe!

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Dormer enfrentou dificuldades para encarnar Ana Bolena

Como Susan Bordo explica em seu livro, ficou claro que por “golpe”, Natalie não queria dizer que havia superado os executivos com um jogo de poder, pois ela sabia muito bem que havia até então, estado precariamente pendurada na balança; e sim, que foi uma vitória para os valores que ela esperava poder trazer à série, um reconhecimento do que era incomum sobre Ana, e uma boa vontade, por parte dos responsáveis, de ouvir e aprender. No entanto, haviam mais desafios pela frente.

Michael Hirst, em seu zelo para fazer uma série deliciosamente digerível para os telespectadores do horário nobre, inicialmente não fez justiça à visão de Natalie sobre Ana. Embora em sua própria entrevista com Susan Bordo, ele [Hirst] tenha a descrito como “Uma das heroínas da cultura Inglesa… que fez um grande negócio para apoiar e fomentar o desenvolvimento da fé protestante, mas cujo nome foi escurecido, porque ela era a outra mulher, que ficou entre Henrique e sua legítima rainha”, a Ana da primeira temporada de The Tudors (e parte da segunda) não fez muito para mudar a tal “imagem escurecida”.

4cb2a5ed732feaa3b9cfe2f83a790771Através desta primeira temporada, Ana seduz, provoca, e sexualmente manipula seu caminho para a realeza, permitindo que Henrique chegue “em todas as bases, exceto fazer o gol”, deixando-o louco com tamanha luxúria reprimida.
Seduza-me!”, Ela ordena a Henrique em um sonho, e um momento depois, nós a vemos completamente nua. Alguns episódios depois, Ana zomba dele, pedindo para que encontre um pedaço de fita, que aparentemente ela havia escondido dentro de sua vagina. No último episódio da temporada, eles cavalgam em um passeio adequadamente úmido pela floresta verdejante, onde rasgam a roupa um do outro, mas antes de terem relações sexuais, o monarca é empurrado para longe por Ana, uivando de frustração.
No início da segunda temporada, sugere-se também, que em sua estadia na corte francesa, Ana dormiu com metade dos cortesãos e possivelmente, com o rei francês. Quando Ana se apresenta, recém-ungida como Marquês de Pembroke, para Francis e sua corte, ela executa uma dança em estilo Salomé. Em casa, na Inglaterra, ela flerta corajosa e confiantemente, afagando Mark Smeaton, o que faz as posteriores acusações de adultério com ele, parecerem bastante plausíveis e completamente fora do personagem Ana, que tinha obsessão por ser aceita como Rainha e nunca teria sido condescendente a ponto de tratar um músico da Corte de tal forma, tão abertamente familiar.

tumblr_static_2r4m53ttlfs40ww4wwkso8og0.jpgEsta hipersexualização de Ana, conduziu inevitavelmente a reciclagem da imagem de Ana Bolena como a sedutora, a eterna “outra mulher”. Este é o elemento clássico da história, afinal: A jovem sexy, rouba marido da velha e enfadonha primeira esposa que está entrando na menopausa.
Hirst diz que ele nunca pretendeu isto, e que  havia inicialmente visto Ana como uma vítima das ambições de seu pai, e acreditava que estar escrevendo o script para enfatizar isto. Ele ficou surpreso quando críticos começaram a usar a frase: ‘aqui está ela, apenas uma puta manipuladora.
Na entrevista, Hirst alega que: “Bem, na verdade eu não tinha escrito para ser assim. Mas eles não podiam sair dos estereótipos que haviam sido ensinados a eles e isto é o que eles achavam que estavam vendo na tela. Não importava o que eles estavam realmente vendo. Eles já tinham decidido que Ana Bolena era esta outra mulher, esta cadela manipuladora.

NPG 668; Anne Boleyn by Unknown artist

Hirst está certo sobre o poder da história das imagens culturais; mas é difícil acreditar que ele seria tão ingênuo para não perceber que a maneira que a própria aparência da série foi feita, a ajudaria reforçar.

Natalie Dormer acredita que foi de fato inconsciente da parte de Hirst, que ao preferir capitalizar a química sexual entre Henrique e Ana, e ao mesmo tempo retratar uma Catarina tão virtuosa e magnânima, tenha escorregado na antiquada mentalidade masculina que ainda é muito comum.
Na entrevista com Bordo, Natalie diz que: “Os homens ainda têm dificuldade em reconhecer que uma mulher pode ser complexa, pode ter ambição, boa aparência, sexualidade, erudição e bom senso. Uma mulher pode ter todas estas facetas, e ainda assim os homens, na literatura e no teatro, parecem ter necessidade de simplificar as mulheres, para nos polarizar como prostituta ou o anjo. Este senso comum prevalece, mesmo nos dias de hoje. Eu tenho muito respeito por Michael, como um escritor e como um ser humano, mas eu acho que ele tem esta tendência. Eu não acredito que ele faça isso conscientemente. Eu acho que é algo inato que só acontece e ele não nota.

E Natalie estava num beco sem saída:

Anne-Boleyn-natalie-dormer-as-anne-boleyn-33206979-500-320Eu tinha que conciliar a pessoa real de Ana Bolena com a personagem criada no texto. Para o ator, o texto é a sua bíblia. Você pode tentar colocar uma rotação sobre as nuances, mas no final o nosso trabalho é ser o veículo do texto.”

No entanto, muitas vezes ela sentia-se “comprometida” pela forma como o personagem de Ana foi escrito durante a primeira temporada, e cansou-se de ter que ser a advogada de defesa da Showtime em entrevistas, sempre justificando a hipersexualidade e imprecisões da série, quando por dentro, ela estava concordando inteiramente com o que o entrevistador estava dizendo para ela.
Dormer menciona que: “Eu perdi muitas horas de sono e realmente derramei lágrimas durante meu retrato dela, tentando injetar verdade histórica no script, tentando fazer direito por esta mulher, a quem eu tanto havia lido. Foi uma luta constante, porque o script original tinha a tendência de polarizar as mulheres entre santas e prostitutas. Não foi deliberado, mas estava lá.

GW250H315Em uma outra entrevista com Michael Hirst, após a última temporada da série ter sido concluída, ele pareceu ter se tornado muito mais consciente do longo legado de estereótipos negativos sobre Ana e a tendência dos escritores de ficção e de alguns historiadores em simplesmente reciclá-los, e sua própria cumplicidade em meio a isto. No entanto, na época das primeiras avaliações, ele ficou surpreso quando alguns críticos “Visualizavam Ana como a cadela tipicamente manipuladora” e estava angustiado porque “algumas destas críticas machucavam muito a Natalie. ” 

 Mas Natalie não estava disposta a simplesmente aceitar tudo isso e durante um jantar com Hirst, enquanto ele ainda estava escrevendo a segunda temporada, ela compartilhou sua frustração e pediu-lhe para fazer direito na segunda temporada.
Dormer diz que: “Nós éramos bons amigos.  Ele me ouviu, porque sabia que eu conhecia a história de Ana. E você sabe, ele é um homem brilhante. Então ele ouviu. E eu lembro de dizer a ele: ‘Jogue tudo o que tem para mim.  Me prometa que você vai fazer isso. Eu posso fazer isso. A política, a religião, o material pessoal, jogue tudo que você tem para mim. Eu posso fazer.”

Ela falou com Hirst sobre seu desejo de que o público, quando a série chegasse na queda de Ana, simpatizasse com ela. Na entrevista, Natalie era especialmente apaixonada sobre esse assunto.

imagesCA3H6Y2RAconteceu logo depois que ela abortou, lembre-se. Abortar é traumático para qualquer mulher, mesmo hoje em dia, não importa a idade. E ela estava nesse estado físico e mental, tendo acabado de abortar, e foi encarcerada na Torre! Se ao menos ela tivesse essa criança! É horrível enfrentar o quanto ela se angustiou por causa desse terrível momento, e sobre quão diferente poderia ter sido. É um dos mais dramáticos “E se” da história. E é por isso que é uma obrigação que a história seja tão simpática. Mas eu sabia no final da primeira temporada, que nós não havíamos conseguido isto. Que o público não teria nenhuma simpatia por ela, porque pela forma como ela foi escrita, ela seria considerada a outra mulher, a terceira roda, a femme fatale, a cadela que havia recebido o que mereceu.

Hirst a ouviu e levou a sério e o resultado foi uma grande mudança na Ana Bolena da segunda temporada. Ainda sexy, mas inteligente, politicamente engajada e astuta, uma mãe amorosa e uma reformista comprometida. Cenas foram adicionadas, mostrando Ana falando com Henrique sobre Tyndale, instruindo suas Damas sobre a Bíblia Inglesa, brigando com Cromwell sobre o mau uso do dinheiro dos mosteiros e etc…  Ana já não era mais simplesmente uma personagem “vazia.”

annebegshenry.jpgReabilitar sua imagem tornou-se parte da motivação de Hirst em escrever o roteiro, e ele disse que: “Eu queria mostrar que ela era um ser humano, uma jovem mulher em uma situação muito difícil e horrível, manipulada por seu pai, pelo rei, e pelas circunstâncias, mas que ela também foi mal-humorada e interessante, que tinha um ponto de vista e tentou usar seus poderes para fazer avançar o que acreditava. E eu queria que as pessoas vivessem com ela, ou vivessem através dela. Queria que ela fosse vista. ”

A cena da execução foi especialmente importante para Natalie e ela disse para Michael Hirst: “Eu espero que você escreva da maneira que deve ser. E eu quero que o efeito desta cena permaneça com os telespectadores até o final da série. Eu quero o público de pé com ela naquele cadafalso. Eu quero que aqueles que a julgam duramente, mudem sua lealdade para ela e que eles realmente possam amá-la e ter empatia por ela.

1695489Deste modo, a cena estava no roteiro, mas isto exigiria muito de Natalie, pois estas não foram filmadas em ordem cronológica, sendo sua execução gravada primeiro, antes dos episódios que levariam a isto. De acordo com Natalie, ao amanhecer ela estava de pé no pátio de Kilmainham Jail, em Dublin, local onde muitas execuções reais aconteceram, fazendo com que ela e Jonathan Rhys Meyers “chorassem um bocado” . Ela disse que: “Foi incrivelmente assustador e angustiante. Eu senti o peso da história sobre meus ombros.

Segundo Dormer, por ter “vivido e respirado Ana por meses a fio,” e sentido uma “enorme empatia pela figura histórica“, ela não precisou de nenhuma mudança radical de humor a fim de preparar-se para a cena.
Eu era um verdadeiro emaranhado de emoções durante aqueles poucos dias. Até o momento em que caminhei para o cadafalso, eu esperava ter aquele ar fenomenal de dignidade que Ana tinha. ”
Ana tinha um ar resignado, e sua angústia contida não teve de ser forçada, pois até então, Natalie era ela mesma, de luto por sua personagem.
Quando eu estava dizendo as falas, eu tive a sensação de que eu estava dizendo adeus a um personagem. E quando tudo acabou, eu estava entristecida por ela. ”

THE TUDORSHirst também recorda as emoções elevadas durante aquela a cena:
“Foi um dia incrível. Um dia extraordinário. Depois, eu fui felicitá-la e ela estava chorando e dizendo: ‘Ela está comigo Michael. Ela está comigo!”

O episódio teve em média, 852.000 espectadores, segundo a Nielsen, um aumento de 83% em relação ao final da primeira temporada e um aumento de 11% desde a estreia da segunda temporada, e para muitos telespectadores – especialmente jovens mulheres – a cena da execução tornou-se tão icônica quanto a cena de Genevieve Bujold em Ana dos Mil Dias, em que diz “minha Elizabeth será rainha”.

Em um comentário na página do Facebook “The Creation of Anne Boleyn”, um leitor escreveu que:

1280x720-ZjZEu tenho visto muitas atrizes caminhar para o cadafalso como Ana Bolena e li todos os livros que pude ler sobre ela, fossem ficção ou não-ficção, e nunca vi ninguém fazê-la com a graça que acredito que Ana tinha, exceto Natalie. A cena em que ela está caminhando em meio a multidão e eles realmente a estão a tocando, você pode ver em seus olhos, sua boca e no jeito em que respira, que ela está tentando manter a calma. Os episódios 9 e 10 da segunda temporada são impressionantes devido à Natalie. ”

Muitos telespectadores, de fato, deixaram de assistir a série após a saída de Ana/Natalie, pois alegaram que resto da história parecia anti-climática para eles.

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Natalie Dormer basicamente governou The Tudors!” Escreveu uma fã “Seu desempenho foi absolutamente apaixonado, genuíno e convincente e é por isso que eu fiquei arrasada quando seu personagem morreu e ela deixou a série.

Os sentimentos desta fã foram compartilhados por muitos e a Season Finale da temporada seguinte teve a segunda menor audiência da série (366.000 espectadores), e entre aqueles que continuaram a assistir, havia um vazio onde a Ana Bolena de Natalie Dormer havia estado.

Natalie-e1305022988585-300x216Hoje, centenas de fansites são dedicados à Natalie Dormer, que conseguiu, apesar ter sido escalada com base na “química sexual”, criar uma Ana Bolena que é vista por milhares de mulheres jovens como genuinamente multi-dimensional.

Natalie ainda recebe cartas deles, todos os dias, e as acha gratificante, mas também um pouco deprimente. “O fato de que era tão incomum para eles terem um retrato de inspiração de uma jovem mulher forte de espírito é devastador para mim. Mas as mulheres jovens perceberam meus esforços, e isso é um grande elogio e diz muito sobre a inteligência deste público. As jovens estão lutando para encontrar sua identidade, o seu lugar nesta era supostamente pós-feminista, e elas entenderam o que eu estava fazendo. ”

Fontes:
Entrevista feita por Susan Bordo, autora do livro The Creation of Anne Boleyn, onde explora as multi-facetas da segunda esposa de Henrique VIII, nas produções modernas. Para ler no idioma original, acesse: AQUI.

 

 

3 comentários Adicione o seu

  1. Simone disse:

    Muito bom esse artigo!
    Assim como a Natalie, sou apaixonada pela história e pela pessoa que foi Ana Bolena…. e a Natalie, foi perfeita na interpretação da rainha na série. Super parabéns a ela!!!

  2. JESSICA STROEBELE disse:

    No início trouxe um pouco de ódio, mas logo depois tornou-se favorita. Natalie representou perfeitamente Ana Bolena, que infelizmente foi injustiçada.
    Amo História e para mim a história britânica está introduzida na arte.

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